"Ao amar-se desordenadamente, a pessoa, no fundo, odeia-se: porque se ama de acordo com o que em si não é principal e porque quer para si, como um bem, algo que, em realidade, lhe faz mal. Isto se torna especialmente manifesto naquelas personalidades em que os atos são claramente antinaturais – pensamos em atos masoquistas, por exemplo. Todavia, o mesmo se pode observar em todo ato contrário à razão. Assim, mesmo sem sabê-lo, há um ódio ao verdadeiro eu. Este ódio a si mesmo chega, de algum modo, a ser consciente, sobretudo com o tempo. Os ‘maus’ certamente podem amar-se a si mesmos somente enquanto consideram que têm algo bom. Mas não podem ficar muito tempo neste autoengano.”