O fato é que no final de um dia florido, de encontros memoráveis e felicidades variadas, o que a gente consegue mesmo é espremer o que incomoda. Mil flores nos ofertarão e só teremos olhos para os espinhos. Só saberemos lamentar a dor daquele que nos encostou o dedo e choramingar a ferida que mal se formou. Porque dos motivos vários que nos fazem sorrir, parece mesmo é que fazemos morada naqueles que não mereciam, sequer, nossa atenção. Por isso mesmo é que a felicidade é exigente. Não a exigência comum à sia gênese: sabemos que a felicidade não é simples e fácil de conquistar, demanda trabalho e precisão. Mas ela é exigente quando nos ordena ainda mais do que isso, quando nos reclama cuidado e avisa: para ser feliz de verdade não é necessário apenas lutar pela felicidade;para viver a felicidade verdadeira é preciso estar atento quando ela acontece e suportar a tentação e fraqueza de deixar que a tristeza nos desvie. Para ser feliz é preciso, enfim, desvelo, ou corremos o risco de ser feliz em vão.