Publicado em 1874, as fantásticas visões de As tentações de Santo Antão exercitaram, durante 25 anos, a imaginação do grande escritor francês Gustave Flaubert. Um livro surpreendente, na tradução primorosa de Luís de Lima, promete ao leitor uma deliciosa e reveladora incursão pelo universo flauberiano.
Em As tentações de Santo Antão, conta-se com detalhes a história de quando Flaubert convida dois amigos, Maxim e o poeta Louis Bouilhet, para ouvir a leitura de seu novo livro. No final, Maxim dá o seu veredicto - o livro deveria ser lançado ao fogo e nunca mais deveria se falar dele. Mais tarde, Flaubert fará uma revisão do texto, não antes de tentar outras obras mais de acordo com as críticas de seus amigos. É a obra refeita que se lê neste livro, acompanhada pelo caderno de obras de Odilon Redon e pelos ensaios de Valéry, Contador Borges e Denis Bruza Molino. Este livro deixa ver, de modo incipiente, como cabe a obras iniciais, traços de resistência e de uma luta sobre-humana em pró da recusa e do risco.