Além de servir de buffet, para o que mais presta um ser humano?
Entediado com a vida cemiterial, Verne, uma larva cadavérica, passa a escrever um livro tecendo apontamentos filosóficos sobre a sua especialidade: a morte de seu prato predileto.
Mas não se trata aqui do mero falecimento, ou fim dos sinais vitais ou início da putrefação, mas a morte em essência e valor no meio social quando é personificada em Crisântemo, um jovem universitário, que começa a enxergar as pessoas em seus últimos momentos de vida e uma misteriosa sina premonitória.
Seria o frágil ceifador usado pela força, política, ciência e religião?
Quem lucraria com a morte?
E se a morte não concordar?
O fim da existência deixa de ser uma simples tragédia e estatística para se tornar o motor de um romance cuja pretensão é lhe conceder um bom dia, afinal, você vai morrer.
****Sobre o escritor**** Verne, uma robusta e orgulhosa larva cadavérica, ocupa um dos gavetões do cemitério de Miraquara e passa o dia a filosofar, degustando as lembranças e informações adquiridas dos miolos de suas últimas refeições. Apesar de cético quanto a perenidade da vida, guarda pulsante esperança de que sua transformação será alcançada pela intercessão da Divindade Moscante.
****Sobre o autor**** Nascido em São Caetano do Sul, Flávio Karras é autor de diversas obras como a coletânea Indigesto, o romance A Parasita de Almas, além de contos, noveletas e participações em antologias. Sempre com uma escrita caracterizada pela união entre humor ácido e críticas sociais, apresenta desgraças e situações bizarras da forma mais cômica e repulsiva possível.