O presente livro é um estudo em profundidade do pensamento social radical nos Estados Unidos, e também no Canadá, a partir das fecundas matrizes deixadas pela Revolução Americana. Vinculado a esse roteiro, o autor mostra, com penetrante clareza, as diversidades sociológicas que informaram a configuração, o crescimento e a expansão da ação liberal norte-americana, herdeira legítima do iluminismo europeu e co-partícipe no movimento das idéias radicais que elaborou o grande painel ideológico da Revolução Francesa.
A crítica social é, a rigor, um produto do século XIX - embora se registrem traços de inconformismo sistematizado em todas as civilizações e em todas as latitudes. Mas a consciência e a disparidade entre a teoria das idéias e a constatação objetiva do funcionamento pragmático do seu conteúdo, são, tipicamente, fenômeno social e filosófico do século anterior ao nosso. Nele é que se criaram as condições técnicas e metodológicas para uma análise coerente e convincente das falhas sociais e da perfectibilidade das instituições: nele é que se inaugurou, finalmente, o processo dinâmico da crítica social, de que o radicalismo é o setor mais atuante.
Neste pequeno mas incisivo e original livro, podem ser encontradas respostas a perguntas que nos afetam a todos: se o novo radicalismo americano pode ou não vir a estabelecer-se em bases mais sólidas que o movimento estudantil e o poder negro; se pode ou não resultar numa ideologia que atenda às dúvidas e complexidades do nosso tempo, e ser também capaz de ação diretiva, com possibilidades de sucesso e fins plausíveis. Sua importância passa, assim, ao primeiro plano das verificações hierárquicas da sociologia e das teorias que estudam os movimentos típicos da sociedade.