Depois de esplêndida descrição da penosa situação da cidade durante a epidemia, segue-se um conjunto de cem relatos contados durante dez dias por dez jovens ricos (sete moças e três rapazes) que se refugiam numa villa dos arredores da cidade. Cada um dos jovens representa um estado diferente de ânimo, sublinhado por seu nome, que se reflete no respectivo relato. O homem enquanto indivíduo, suas qualidades e psicologia, a aceitação da vida tal como é, constituem as diretrizes que unem todas as narrações, as mulheres, até então relegadas ao segundo plano e apresentadas como símbolos de virtude e pureza, são aqui equiparadas aos homens, já por seus valores pessoais, já pelo direito a usufruir os prazeres da vida e do amor, a liberdade e a aventura. Tudo isso, aliado ao realismo e ao bom e ao tom freqüentemente licencioso e sensual, motivou as mais duras críticas das autoridades religiosas e toda espécie de censura.