Quem é Diolinda, ou em quantas ela se desdobra (ou se espelha) nessa novela que percorre os altos e baixos de protagonistas em constante sobressalto, gente à procura de uma saída nesse beco insondável do percurso existencial?
Eltânia André e Ronaldo Cagiano, numa escrita simbiótica e arrojada, lançaram-se nessa instigante empreitada, ao escrever uma história sobre personagens complexos, mas profundamente reais e humanos, porque suas experiências afetivas e existenciais são encontradiças em qualquer tempo e lugar. Vivências que dizem respeito à nossa própria condição, às vicissitudes do quotidiano e àquela ancestral luta em que cada ser, feito Sísifo redivivo em intimorata repetição, buscam vencer a poeira do tempo, comunicar suas dores, delícias e enganar a morte.
Um painel denso, tenso, instigante e poético das pequenas tragédias e das grandes demandas que enfrentamos em nosso percurso e que nos ajudam a ultrapassar as mesquinhas contingências do tempo.
Nessa escrita em parceria, Eltânia e Ronaldo, sem abrir mão de suas vozes e estilos, oferecem ao leitor um trabalho de fôlego, em que forma e conteúdo, trama e linguagem mesclam-se para a construção de um painel sobre vidas que pulsam entre a esperança e as frustrações.