Entre o mar e a montanha, o Rio de Janeiro cresceu sobre um solo disputado palmo a palmo com força e astúcia. Na Colônia, o processo de acumulação de capital baseou-se sobretudo na apropriação privada das terras públicas. Já então, quando as ordens religiosas e membros da Câmara falsificavam escrituras e tiravam todo tipo de proveito da falta de demarcação e registro da propriedade fundiária, a grilagem era uma prática habitual na paisagem urbana carioca.
A história da formação de uma cidade com base na história da propriedade da terra; uma busca fascinante em bibliotecas e arquivos, em que o sabor da reconstituição histórica é realçado pela força de seus protagonistas: frades, aventureiros, nobres, corsários, escravos e comerciantes.
A autora é doutora em economia e professora e pesquisadora do IPPUR/UFRJ.