Gramsci

Gramsci Carlos Nelson Coutinho




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Esta nova e ampliada edição do Gramsci de Carlos Nelson Coutinho é mais um dos sinais da retomada de interesse pelo peculiaríssimo marxismo do pensador italiano, que parece projetar-se com vigor além do ciclo delimitado pelas vicissitudes do "comunismo histórico". Tal interesse não constitui, evidentemente, um fato puramente teórico -- embora estejamos diante de um clássico da política no século que ora se encerra --, mas encontra seu fundamento último na consciência da necessidade de reinventar a esquerda, suas categorias e modos de agir.

Um pensador da envergadura de Gramsci requer grandes intérpretes: intelectuais capazes de surpreender as sinuosidades de uma obra toda particular, cujo impacto se estende até o próprio núcleo constitutivo do capitalismo global de nossos dias. Situado solidamente, e não de hoje, entre os inevitáveis pontos de referência do marxismo brasileiro, Carlos Nelson Coutinho mostra-se por inteiro no presente livro. Aqui, o leitor não encontrará uma mera interpretação acadêmica do pensamento gramsciano, mas um diálogo vivo e aberto, uma exposição generosa e aprofundada dos múltiplos nexos que se podem estabelecer entre Gramsci e a moderna sensibilidade aberta para a renovação da esquerda neste complicado fim de século.

Curiosamente, a circunstância em que vive e trabalha o Gramsci maduro -- aquele dos Cadernos do cárcere -- é uma circunstância de derrota política e enormes dificuldades teóricas. Não se trata só da condição de prisioneiro do fascismo, mas, sobretudo, do fato de que se realizavam, ainda em vida de Gramsci, os traços que décadas depois selariam o colapso da experiência do "comunismo histórico" e a generalização do capitalismo com pretensões de força natural.

Gramsci, dirigente comunista, antes do cárcere já vivera em primeira pessoa as dificuldades de expansão no "Ocidente" -- esta metáfora densamente política, absolutamente central no raciocínio gramsciano -- de uma idéia revolucionária marcada pelo "pecado oriental" de nascença e voltada para o assalto frontal ao Estado. Passa a testemunhar, em seguida, os modos como o capitalismo reagia e se organizava, tanto através do fenômeno virulento do "conservadorismo revolucionário" fascista quanto da nova relação hegemônica que, com o americanismo e o fordismo, levava adiante e radicalizava a racionalização do trabalho, da economia e da sociedade.

Tudo isto este intelectual do século XX observa e mapeia com um "método" que o singulariza mesmo entre outros grandes intelectuais comunistas. E a tal ponto que o esforço gramsciano acaba por torná-lo, por assim dizer, o marxista mais próximo do diabo, aquele que se concentra em elevar a conceito quer as novas condições em que é possível reconstruir os sujeitos da mudança, a partir de sua subalternidade e desagregação inicial, quer os próprios processos moleculares da moderna estrutura social e das possíveis estratégias de sua transformação.





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