História da educação popular no Brasil

História da educação popular no Brasil Vanilda Paiva




PDF - História da educação popular no Brasil


Com edições sucessivas desde a primeira em 1973, com o título Educação popular educação de adultos; contribuição à história da educação brasileira, esse livro foi o primeiro estudo que divulgou uma ampla visão histórica da educação de adultos e da educação popular no Brasil, desde a Colônia até o final dos anos de 1960. Originalmente dissertação de mestrado em educação, apresentada na PUC-Rio em 1972, tem início com uma primeira parte, introdutória, sobre o método utilizado e as hipóteses e categorias que orientaram a pesquisa (p. 21-59). Retoma as categorias “entusiasmo pela educação” e “otimismo pedagógico”, utilizadas por Jorge Nagle em A educação na primeira República (São Paulo: 1974) às quais acrescenta a categoria “realismo em educação”, como mais atual e na qual enquadra os liberais progressistas que desde os anos de 1930 mas principalmente após os anos de 1950 dedicaram-se às reformas e ao planejamento educacionais, os marxistas que nos mesmos períodos propugnaram pela educação, considerando-a essencial para a transformação da sociedade, o movimento de esquerda, em geral, que criou os movimentos de cultura e educação popular no início dos anos de 1960 e também os tecnocratas que assumiram a direção das reformas educacionais a partir dos anos de 1970. Essa introdução é um dos textos mais importantes em termos do método sócio-histórico para o estudo da educação e de sua relação com a estrutura social mais ampla.

A segunda parte mapeia detalhadamente as iniciativas de educação popular desde a Colônia até após a Revolução de 1930, enfatizando a criação do Fundo Nacional de Ensino Primário, em 1942, que marcou a intervenção da União no ensino elementar, deu base para a expansão da rede escolar do então ensino primário, inclusive sob a forma de ensino supletivo para os que não haviam freqüentado a escola na idade considerada regular. A terceira parte retoma a apresentação das iniciativas da educação de adultos, inicialmente até a Primeira República, depois as primeiras iniciativas oficiais em âmbito nacional, após 1946 (Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos e Campanha Nacional de Educação Rural); situa o importante 2º Congresso Nacional de Educação de Adultos (1958) e a Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo, cuja melhor expressão é o projeto-piloto de Leopoldina, em Minas Gerais e significa a tentativa da busca de uma solução orgânica para a solução da educação elementar de toda a população; a frustrada mobilização da União no início dos anos de 1960 e a emergência dos movimentos de cultura e educação popular, nascidos do esforço de prefeituras (Recife e Natal, especialmente) e da mobilização tanto de instituições (Igreja católica em especial, com a criação do MEB – Movimento de Educação de Base, com forte apoio do governo federal) e do movimento estudantil, particularmente da UNE – União Nacional de Estudantes, que sediou e colaborou na expansão do CPC – Centro de Cultura Popular. Nesse período, destaca a realização do I Seminário Nacional de Alfabetização e Cultura Popular, no Recife, em 1963, e a difusão de novas idéias pedagógicas, experimentadas e sistematizadas por Paulo Freire; a extinção de praticamente todos esses movimentos, com exceção do MEB, obrigado a violenta retração. Conclui essa parte situando a ascensão da Cruzada ABC – Ação Básica Cristã, que passou a substituir os movimentos anteriores, com recursos da Aliança para o Progresso e respaldo governamental, e a criação do MOBRAL em 1968 e sua sistematização a partir de 1970, como movimento nacional.

2

A 6ª edição mantém a mesma estrutura das anteriores, com o acréscimo de dois grandes anexos: 1. “A revolução educacional no Brasil”, no qual são apresentados dados globais da segunda metade do século XX e feita uma discussão sobre a qualidade do ensino medida por testes de rendimento (p. 167-184); e 2. “A educação de adultos no final do século”, compreendendo um ensaio sobre o MOBRAL – Movimento Brasileiro de Alfabetização, anteriormente publicados como três artigos na Revista Síntese. Contém ainda outros textos menores sobre dados sobre a evolução da população e do analfabetismo, sobre os conceitos analfabetismo funcional e educação permanente, e o ensaio “Expectativas em relação à educação de adultos e à promoção do alfabetismo funcional no século XXI”, apresentado no Encontro Latino-americano sobre educação de jovens e adultos trabalhadores, promovido por UIE/UNESCO e realizado em Olinda – PE, em outubro de 1993 (p.335-441).

Independente dos anexos acrescentados na última edição, mas enriquecido com eles, o livro mantém sua atualidade. É seguramente a obra mais completa que se dispõe para uma visão geral da educação popular, no duplo significado de extensão da escola para crianças das camadas populares e da oferta de ações de alfabetização e educação elementar para adolescentes, jovens e adultos que não foram escolarizados na idade considerada “regular”.





História da educação popular no Brasil

O PDF do primeiro capítulo ainda não está disponível

O Skoob é a maior rede social para leitores do Brasil, temos como missão incentivar e compartilhar o hábito da leitura. Fornecemos, em parceira com as maiores editoras do país, os PDFs dos primeiros capítulos dos principais lançamentos editoriais.

Resenhas para História da educação popular no Brasil (0)

ver mais
Meu orientador me recomendou o livro para minha pesquisa e amei


O livro aborda a história e as práticas da educação popular no Brasil, destacando o papel dos movimentos sociais e grupos marginalizados na luta por uma educação mais democrática e participativa. A autora apresenta as principais percepções e teorias que nortearam a educação popular no país e analisa criticamente as políticas públicas voltadas para essa área, apontando a falta de investimentos e políticas efetivas como limitações para o seu desenvolvimento. Além, de destacar a relaç...
Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR