O assunto “morte” é bastante complicado, por qualquer lado que se olhe. Por conta desta época conturbada de pandemia que estamos vivendo em 2020, eu resolvi reeditar esta obra, que publiquei originalmente em 2005, à época pensando no assunto “suicídio”, que é tão vinculado a destruição e agressão, temas que vieram para ficar, penso eu, pois o vírus também veio para ficar por um largo tempo, em muitas formas de manifestação, doravante.
Recompus esta obra com outros contos que eu escrevi depois da edição original e que tiveram alguma aceitação em concursos literários. No total, estão aqui 36 textos, dos quais 16 são provavelmente ficcionais.
Eu começo com a história de um suicida infantil não-ficcional, um menino gordo devastado pelo bullying ou violência escolar. Os demais contos (ficcionais ou não) apresentam outras experiências no tempo e no espaço. Tentam elas dar um panorama da rica vivência de dor e esperança das pessoas, tentando universalizar argumentos que se contraponham à autodestruição e à destruição mútua.
Talvez nisso a Arte possa contribuir com discursos de fábula, mito, realidade e amor.
Contos de dor e esperança.
Esperança poética que eu devo a Tornassol e Passarinho, dois bons amigos de infância, cujas identidades devem ser protegidas, dado que suas dores foram muito reais. A eles, meus queridos, onde quer que estejam, para onde quer que seus atos de autoimolação tenham levado suas almas, eu espero, sinceramente, que estejam bem.
Ou que fiquem bem, algum dia.