"Todas as vezes quem um grande artista nasce é como se o mundo fosse criado de novo, porque nós começamos a enxergá-lo como ele o mostra"
Antonio Candido referindo-se a Aluísio Azevedo em "De cortiço a cortiço"
"Não sou nem posso ser ingrato para com o público que me leia ou por ventura me aplauda, pois o público jamais lê ou aplaude por obséquio a quem quer que seja. O público nunca faz favor a ninguém, faz justiça."
Aluísio Azevedo
Com o perfil de autor tão antigo e tão moderno, comum apenas aos clássicos, Aluísio Azevedo publicou "O Cortiço" em 1890, romance que descreve a sociedade brasileira da época e é considerado um dos marcos do Naturalismo. O proletário e a desigualdade social são presenças marcantes na obra: o ganancioso e avarento comerciante português João Romão, a trabalhadeira Bertoleza, o vizinho tico Miranda, o malandro preguiçoso Jerônimo, a mulata Rita Baiana, todos tratados como uma extensão do cortiço, personagem principal cujo cotidiano é descrito ao longo da narrativa. Eis o primeiro grande romance social brasileiro e um dos principais do autor.