Em meio a muitas plantas e flores, havia uma linda casa cercada por um muro alto. Nela viviam um menino, de quatro anos de idade, seus pais e um gato angorá.
O gato, que se chamava Butano, dormia na sala, em uma cestinha de vime sobre almofadas de cetim. Seu pêlo fato e brilhante era de um colorido diferente: nas costas, dourado com amarelo-claro, no peito, uma mistura de marrom e vinho, sobre as patinhas um desenho amarelinho, da cor de ouro, em formato de coração. Seus grandes olhos eram da cor verde-limão, com um brilho tão profundo que pareciam entender as coisas do mundo.
Todas as manhãs o menino levava o gato para o jardim, junto ao muro, para que ele ouvisse o cachorro do vizinho latir. O gato, mais dormindo do que acordado, parecia nada perceber, mas o menino pedia: “Late, late. Au...Au... Você pode latir”, dizia abrindo e fechando a boca do bichano tentando ensiná-lo a latir.