Os contos de fadas russos são menos conhecidos no Ocidente e têm características próprias, como a forte ligação com a natureza, na qual o inverno, por exemplo, é personificado num ser que pode ser bom ou mau, dependendo da forma como se lida com ele. As mulheres são muito menos passivas, e delas depende o seu próprio caminho. As famosas matrioshkas russas, bonecas de madeira que se encaixam umas dentro das outras, simbolizam, entre outras coisas, a imortalidade por meio da maternidade, sendo a última boneca, geralmente, um bebê. Essa imagem pode ser vista em contos antigos como em A princesa sapo, no qual a alma do bruxo Koschei, o Imortal, se encontra escondida dentro de um receptáculo, que está dentro de outro, e outro, e outro. Como na série Harry Potter, a alma do vilão não está dentro dele, de modo que não pode ser morto num confronto direto, levando o herói a uma busca.
Adriana Moura e Paulo Rezzutti pretenderam, com esse livro, apresentar um pouco desse mundo tão rico e pouco conhecido no Brasil, cujos temas são universais e continuam atuais.