Luiz Felipe de Alencastro demonstra um paradoxo histórico - o de que o Brasil se formou fora do Brasil, o de que a nossa história colonial não se confunde com a continuidade do nosso território colonial. A idéia exposta neste livro é nova e relativamente simples - a colonização portuguesa, baseada no escravismo, deu lugar a um espaço econômico e social bipolar, englobando uma zona de produção escravista situada no litoral da América do Sul e uma zona de reprodução de escravos centrada em Angola. Desde o final do século XVI, surge um espaço aterritorial, composto dos enclaves da América portuguesa e das feitorias de Angola. É daí que emerge o Brasil do século XVIII. O autor mostra como essas duas partes unidas pelo oceano se completam num só sistema de exploração colonial cuja singularidade ainda marca profundamente o Brasil contemporâneo.
Opinião do Leitor:
Ricardo Meier / Data: 7/5/2008
Conceito do leitor:
uma nova perspectiva histórica
O livro já e quase um clássico, do quanto de qualidade tem a nossa pesquisa histórica, trazendo novas perspectivas de entendimento sobre temas como a escravidão e nossas raízes.
Jader de Souza Barcellos / Data: 20/5/2003
Conceito do leitor:
Três séculos no Atlântico Sul
Livro interessantíssimo. Muitos estudantes colocam que a grande dificuldade de entendimento da história brasileira está no fato de não compreenderem o processo escravista. Este livro vem auxiliar esse entendimento, ao mostrar a maneira como os escravos chegavam ao Brasil. O autor ao mencionar o Atlântico Sul, explicita muito bem o caminho escravista, vindo da África e chegando ao Brasil. Um grande acréscimo de conhecimento é possível se for lido o livro: Formação Econômica do Brasil, de Celso Furtado.