Este livro, apoiado em monumental pesquisa e escrito de maneira apaixonada e envolvente, analisa o modo como os padres católicos do Brasil adaptaram sua vocaçção aos diferentes desafios que encontraram no decorrer de toda a história do país.
Os padres levaram o catolicismo à costa e ao sertão e postaram-se na vanguarda de nossa vida econômica, social, cultural e política. Num dado momento exploraram o povo, mas depois tentaram libertá-lo, assim como também aliaram-se ao Estado e foram reprimidos por ele.
Os conflitos pessoais e sociais resultantes da posição central dos padres acarretaram aos clérigos uma existência complexa e, em geral, difícil. Na tentativa de melhorar o clero, a partir de 1840 a Igreja criou uma rede nacional de seminários e fez da disciplina e e do celibato questões centrais do catolicismo brasileiro. Nos conflituosos anos 1960 os seminaristas se revoltaram contra esse sistema e passaram a se preocupar com os pobres e com um modelo moderno de sacerdócio. Foi o tempo da Teologia da Libertação - mas também da psicologia da libertação. O experimentalismo foi intenso, mas efêmero. Sobreviveram a ele a crise do clero, os problemas da sociedade brasileira e o renovado conservadorismo do papado e sua burocracia.