Para não dizer adeus marca o retorno de Lya Luft a poesia em um volume que reúne poemas antigos, outros mais recentes, quase todos bem atuais e inéditos. Para Lya Luft, dar voz à poesia - normalmente escrita à margem de algum romance, como se um dos seus personagens escrevesse com sua mão invisível - é só uma forma de expressar de maneira diferente sua arte, apenas mais um jeito de dizer tudo o que diz a sua prosa, sem perder a intensidade, a inquietação ou a beleza que marcam todos os seus textos.
Como diz a autora: "É natural ter várias possibilidades de expressão, como um pintor emprega aquarela, óleo, acrílico, esculpindo ou desenhando. A gente abre portas, espia, apanha e usa o que ajuda a ver melhor, a respirar melhor. Muda, deve mudar; volta, pode voltar: importam a liberdade de ação e a fidelidade à arte - essa que não admite interferências nem faz concessões".
Mais uma vez, os leitores de Lya encontrarão aqui material para reflexão de questões do seu cotidiano: a relação entre pais e filhos, a relação entre amantes, o medo da morte, as dificuldades em aceitar as perdas, as amarras que, muitas vezes, nos impedem de ousar e amadurecer.