Sarah é uma mulher negra que está prestes a completar cinquenta anos de idade e resolveu riscar suas memórias no papel. Ela escreve do futuro olhando para seu passado e está a cerca de trinta anos à frente do agora. Já viveu e viu muita coisa acontecer, coisas que marcaram a história do mundo e em especial a da cidade do Recife.
A infância de Sarah foi invadida pela violência doméstica em Caruaru, no interior de Pernambuco. Teve que conviver com os machucados e cicatrizes, porém aprendeu a nunca dobrar sua coluna sequer uma vértebra. Sempre encarou os tropeços com a firmeza da sua pele.
Na adolescência mudou-se para Recife, mas não encontrou a mesma metrópole que havia vivido uma euforia econômica poucos anos antes. Nem tudo estava perdido, a maconha, o sexo e a tecnologia ainda eram fartos na cidade. Sarah conheceu a força de cada um deles, entretanto descobriu que não solucionariam seu grande dilema, vingar-se do mundo ou aprender a amá-lo.