Amo a ciência da nutrição. Em meu primeiro trabalho como professora, dei aulas sobre isso. Fiquei apaixonada. Até hoje, adoro o desafio intelectual de descobrir o que comemos, por que comemos, o que comemos e como as dietas afetam a nossa saúde.
Não é fácil estudar essas questões em todos os contextos que influenciam o bem-estar — genética, formação cultural, estilo de vida, renda e educação. Também tenho um fascínio infinito pela maneira como as escolhas alimentares se relacionam com muitos dos problemas mais desafiadores da sociedade — saúde é apenas o mais óbvio. O que comemos está relacionado com pobreza, desigualdade, raça, classe, imigração, conflito social e político, degradação ambiental, mudanças climáticas e muito mais.
O alimento é uma lente através da qual podemos examinar todas essas preocupações. Amo a complexidade das questões alimentícias e a paixão com a qual as pessoas tratam delas.Não amo, porém, o modo como a indústria alimentícia acrescentou uma complicação desnecessária: o envolvimento dos profissionais de nutrição em metas de marketing às vezes contrárias aos interesses da saúde pública.
Uma verdade indigesta se dedica a compreender como empresas de alimentos, bebidas e suplementos financiam pesquisadores e profissionais de nutrição, e como isso se associa com o objetivo final do lucro. O livro surge em um momento em que os escândalos criados por esse tipo de financiamento são notícia de primeira página. Mergulho de cabeça em um exemplo inesperado — e altamente surreal — de por que os tópicos deste volume devem ser importantes para todos nós.