Resenhas - Ensaio Sobre a Cegueira

mahrs 30/03/2024

Meu namorado me recomendou e foi surpreendente
o livro foi muito difícil de ler pela diagramação de não ter parágrafos e capítulos, apena algumas pausas.

o início é bem monótono e parado e conta várias histórias diferentes, ficando ainda mais difícil de ler. porém, no meio do livro, quando as coisas começam a encaminhar, o leitor fica instigado a saber como o conflito vai ser resolvido, tornando a leitura fluida..
é interessante fazer a associação da pandemia dos olhos de leite com a pandemia que foi vivenciada em 2020, muitas reflexões são feitas a partir da visão de quem já viveu no meio de algo tão desesperador e caótico..
Saramago conseguiu registrar com tamanha exatidão a desumanização sofrida pelos personagens que estavam contaminados e na igualdade deles diante da situação..
livro incrível!

Thaynara212 29/03/2024

O ensaio da cegueira
As pessoas são o que são, independentemente do momento caótico em que o mundo está. Se fazem barbaridades em um mundo real, na pandemia elas tb farão e se tornaram cada vez mais perversa

Bruna.Adenice 29/03/2024

No fim das contas, estamos "todos cegos"
Que esse livro é um verdadeiro clássico da literatura mundial, acredito que praticamente todos já sabem. O que me chama a atenção foi eu ter postergado tanto tempo para lê-lo.

Embora seja realmente muito conhecido, foi somente em pleno auge da pandemia que comecei, de fato, a sentir curiosidade em fazer a leitura, já que muitos booktubers que acompanham o indicaram justamente nesse período.

Ainda bem que NÃO o li naquela época. Creio que a experiência seria ainda mais devastadora diante de tudo o que passamos. (Sério, tem que ter tido muuuuita coragem para ler e sair ileso dessa história em plena era pandêmica).

A história parte da premissa de uma sociedade em que, do nada, todos são afetados por uma cegueira branca, obrigsndo-os a ficar em quarentena (não posso nem lembrar dessa palavra ???)

Ninguém consegue entender como e onde tudo começou e muito menos como se dará a cura (se é que ela, de fato, existe!)

Assim, a obra traz um retrato cruel da mesquinhez humana e de como somos capazes de atos atroz com os outros em prol de nossa própria sobrevivência.

O enredo enfoca que "não sonos nada", diante de tamanha mazelas. Assim, os personagens são capazes dos mais variados e assustadores atos para garantir um resquício de comida, por exemplo. (Sim, assustador nível hard)

Saramago não dá nome aos personagens, mas sim os classifica usando adjetivos e substantivos, o que achei bem diferente do comum.

Ah, e não deixa claro em que lugar e nem quando se passaram os fatos.

Vale destaca que a leitura é bem fluída e que de imediato conseguimos nos conectar aos personagens.

É um livro EXCELENTE, que faz jus à fama que tem. Todavia, é extremamente pesado. Não é uma experiência confortável de leitura, mas vale cada página, por mais assustadora que seja.

Ah, mas acredito que dificilmente teria me conectado com a obra caso o tivesse lido durante a pandemia. Ainda bem que deixei para depois e, ainda assim, foi impossível não fazer associações àquele passado tenebroso de nossa história

claroviski 28/03/2024

O desespero de ser humano
Esse livro conseguiu tirar minha paz em uma noite antes de dormir, ele conseguiu me causar ânsia de vômito e precisei fechá-lo para não piorar a situação. Um livro extremamente duro e frio, que retrata como a humanidade pode se tornar desumana em situações de desespero, e como as pessoas conseguem ainda gerar um jogo de poder mesmo nos cenários mais precários. Ele conta a história de uma sociedade que foi acometida por uma doença que deixa as pessoas cegas, com uma cegueira branca. Aos poucos as pessoas foram sendo isoladas do restante por meio de normas do governo para tentar reduzir a contaminação, porém logo todos foram acometidos e o caos se instaurou quando não havia ninguém para controlar e a fome surgiu. Apenas uma mulher ainda enxergava, e no meio de tanto caos ela não sabe se o melhor é continuar fingindo não enxergar para ficar perto de seu marido, ou então tentar liderar aquelas pessoas que já não parecem mais tão pessoas assim. É um livro tão maravilhoso por tamanha profundidade, mas também chocante e assustador.

VitAria540 27/03/2024

Cegos estamos para o que dá sentido à nossa vida
Leitura maravilhosa e bem densa, mas a escrita por ser em português de Portugal acaba sendo mais difícil de fluir, ainda assim, vale insistir um pouquinho.
O livro tem umas passagens bem inesperadas e traz muitas reflexões com a situação que os personagens vivem.
Saramago faz uma crítica social muito bem elaborada, com muitos detalhes que fazem analogia à uma ?cegueira? social existente ainda nos dias atuais.
O ponto que mais me pegou foi a personagem principal que era a única que enxergava, por vezes desejava não ver, pois isso teria se tornado um fardo para ela? quantas vezes na nossa vida é mais fácil fingir não ver o que está acontecendo do que se responsabilizar por agir?!

João Herberth 26/03/2024

Cegar para ver
Tanto já foi dito, comentado, analisado, investigado, interpretado, criticado e elogiado sobre Ensaio sobre a cegueira, que fica difícil acrescentar algo novo. Então apenas vou falar da minha experiência sem o peso da cobrança.
A experiência de leitura das 310 páginas foi densa e bastante sufocante. Menos pelo estilo do autor — já sou familiar de outros livros — mas sim por seu conteúdo. Há uma declaração do autor que realmente exprime bem o que se encontra nesse livro: "Através da escrita, tentei dizer que não somos bons e que é preciso que tenhamos coragem para reconhecer isso." Pois está tudo alí. Saramago não foi conhecido por seu otimismo e acredito que seja nesse livro onde essa visão de mundo fica mais evidente.
A maneira como os efeitos da cegueira branca afetam os personagens ao nível de degradação máximo, muito além do tipo de comportamento animalesco e primitivo, comumente retratado na ficção, é incrível, ao mesmo tempo que aterrador. Esse é sem dúvidas um dos melhores livros que já li, e falo isso tendo passado pela leitura de maneira bastante penosa. Sim, a leitura não é nenhuma "delicinha", muito longe disso, mas é o tipo de experiência que apenas a mais alta literatura pode te entregar. É provocante, te faz refletir, muitas vezes te tira do eixo, causando reações que apenas o contato com algo que te força a abrir os olhos e "ver", é capaz de proporcionar. Apenas leiam!

cmgle 26/03/2024

Primeiro contato que tive com Saramago, e confesso que o início foi difícil me adaptar ao ritmo e identidade de escrita.
Uma leitura impactante e reflexiva.
Recomendo a todos pelo menos 1 vez na vida.

Camila Felicio 25/03/2024

Um clássico contemporâneo
O livro mereceu cada minuto dedicado! Melhor releitura da vida, meu segundo favorito do autor depois de o Evangelho.
Livro chocante, brutal e transformador... Amo cada parágrafo longo e vírgulas em excesso que esse GÊNIO emprega em seus livros, a fluidez de suas histórias é absurda, fluidez acompanha de um enredo absurdo, reflexivo, marcante e intrigante!
Quem me conhece um bocadinho sabe como amo o Saramago, meu amor pela literatura nasceu e se conserva graças à ele, Eça, Pessoa e minha paixão recente chamada Stendhal (meu coração literário é franco-português kkkk)
Que leitura fantástica, com certeza farei outra releitura!!

Maria.Eduarda 24/03/2024

Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.
?Temos aqui um coronel que acha que a solução era ir matando os cegos à medida que fossem aparecendo,
Mortos em vez de cegos não alteraria muito o quadro,
Estar cego não é estar morto,
Sim, mas estar morto é estar cego,?

?Se não formos capazes de viver inteiramente como pessoas, ao menos façamos tudo para não viver inteiramente como animais?

?O mundo caridoso e pitoresco dos ceguinhos acabou, agora é o reino é duro, cruel e implacável dos cegos.?

?Levei a minha vida a olhar dentro dos olhos das pessoas, é o único lugar do corpo onde talvez ainda exista um alma,
E se eles se perderam??

?A cegueira também é isto, viver num mundo onde se tenha acabado a esperança.?

?Aqui, onde deveria ter sido um por todos e todos por um, pudemos ver como cruel de tiraram os fortes o pão da boca aos débeis.?

?Bons dias,
Perdera-se o costume de dar os bons dias, não só porque dias de cegos , propriamente falando, nunca seriam bons, mas também porque ninguém poderia estar inteiramente certo de que os dos não fossem tardes ou noites.?

?Meu Deus, a luz existe e eu tenho olhos para a ver, louvada seja a luz.?

?Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos.?

?É bem certo que o difícil não é viver com as pessoas, o difícil é compreendê-las.?

A premissa deste livre sempre me deixou curiosa. Pelo fato da escrita ser em português de Portugal e não haver sequer um travessão (pra mim, a pior parte) pois só dá pra distinguir diálogos se ler duas vezes, desisti dele algumas vezes. Mas resolvi ler ele e não desisti, e que bom, pois só me surpreendi. Foi como reviver a pandemia, mas aqui, acredito ter sido bem pior. O final fica em aberto. Mas, recomendo a leitura.

Isabella 24/03/2024

VISCERAL!!!
Esperava por uma leitura poética e recebi um soco no estômago. Esse livro me destruiu completamente ao mesmo tempo que reconstruiu minha visão sobre ser humano. Me senti sufocada em vários momentos da leitura e tive que parar por alguns dias até retomar. Saramago faz a gente se ver como animais, sem identidade, princípios ou possibilidades. Chegando a limites mentais e fisiológicos. Questiona o que fazemos quando não temos outra opção, até que ponto podemos nos submeter a situações insalubres e o que somos capazes de fazer por poder e sobrevivência. Também dialoga muito com o cenário pandêmico que vivemos.
Não tem como explicar em poucas palavras todas as sensações e reflexões que esse livro me causou, se você tem estômago forte vale a pena!!!

ArthurGM 24/03/2024

A cegueira moral
José Saramago nos apresenta uma realidade onde perdemos a visão, ele nos mostra a natureza do ser humano, e com partes pesadas ( o que me surpreendeu na obra me deixando um pouco traumatizado, já que não esperava) trazendo a perca da moralidade e dos valores, onde a sobrevivência individual é o que mais importa aos cegos

Iza 23/03/2024

Somos cegos que veem
Que leitura dificil! Tanto pela escrita, quanto pela língua e pela estória.
Por ser em português de Portugal, não é o maior dos problemas, apesar de ser uma linguagem mais antiga. Agora, o fato de não ter parágrafos, pontuação praticamente inexistente, separação entre falas - nunca foi visto! Demorei muito para me adaptar a leitura por este motivo.

A estória, em si, é difícil. Uma sociedade que vai perdendo a visão aos poucos. Como se adaptar a uma nova realidade sem ajuda de ninguém? Os primeiros, sendo tratados como animais, colocados em quarentena num lugar sem as mínimas condições de convivência (sem água, pouca comida)? perdem tudo, inclusive seus nomes, que os fazem ser quem são. Se não podem ver, e não podem vê-los, de que adianta saber um nome?
Uma nova sociedade é formada pelos que foram postos em quarentena, e todos precisam se adaptar à nova realidade. Mas, como?

Não é um livro fácil. Há cenas deploráveis. Você tenta se imaginar na situação em que estão, às vezes se questiona: ?o que eu faria??. Mas é inimaginável. Cenas que foi necessário fechar o livro para respirar um pouco e sair da situação.
Entretanto, se consegue chegar ao final, vale a pena. Esperava mais? Sim! Mas a reflexão que traz, vale a pena. Se colocar no lugar do outro. Enxergar o outro. Não deixar o medo cegar.

?Se eu voltar a ter olhos, olharei verdadeiramente os olhos dos outros, como se estivesse a ver-lhes a alma, A alma, perguntou o velho da venda preta, Ou o espírito, o nome pouco importa, foi então que, surpreendentemente, se tivermos em conta que se trata de pessoa que não passou por estudos adiantados, a rapariga dos óculos escuros disse, Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos.?

nalua.m 23/03/2024

Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.
Quando ninguém mais pode olhar e julgar o homem oriundo de uma sociedade capitalista, o que sobra da humanidade cultivada socialmente?
Esse é o questionamento que permeia a história toda.

Impactante. Arrebatador. Revolucionário. Cruel.
A narrativa é confusa propositalmente, acredito que para estarmos ainda mais imersos na percepção dos cegos, que nem nome possuem, desumanizados pela sua condição.
O que nos humanizada em sociedade são nossos olhos? Ou são as convenções? Ou o capital? Ou esse nos desumaniza?

Ainda que eu disserte a melhor das resenhas, cada leitor terá uma percepção e visão única. Essa é a genialidade da obra de Saramago, dar diferentes visões a uma obra que fala sobre estar cego.

"Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos"

Sampaio 21/03/2024

É um clássico, porém...
Um livro com uma escrita bem poética e gostosa, porém bem arrastada, diversas situações foram prolongadas mais do que deveriam. Não via a hora de chegar no final, além disso, o final reflexivo foi um pouco decepcionante, esperava mais de tanto que falam bem desse livro.

AlAcia 21/03/2024

A nossa sociedade sofre com a cegueira
Essa cegueira se trata da falta de solidariedade, empatia, quando me dei conta disso minha mente explodiu.
QUE LIVRO PERFEITO MEUS AMIGOS.
muito pesado, em partes nojento mas necessário.
Saramago entregando tudo ???