Ensaio sobre a cegueira

Ensaio sobre a cegueira José Saramago




Resenhas - Ensaio Sobre a Cegueira


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Aline Donatoni 07/06/2021

Sensacional. É um livro angustiante, perturbador, mas que você não consegue parar de ler. A cegueira dos que olham, mas não vêm, que vêm, mas não reparam. Mostra o quão o ser humano é mau, egoísta, individualista, mostra injustiças, humilhações, violências, descaso do governo, abuso de autoridade, falta de alimentação, higiene, saneamento básico, enfim, coisas que ao lermos nos choca, e que ao mesmo tempo presenciamos diariamente de forma convivente.
Agimos de forma civilizada, prezando pelos rótulos e aparências, pelo simples fato de termos medo da repreensão e julgamento alheio, de repente ninguém mais vê, tudo o que tinha valor se perde e as máscaras caem rapidamente, o homem mostra o pior que tem em si, não precisa mais se controlar, fingir, disfarçar, escancara toda sua podridão que sempre existiu. O pior é pensar que se isso de fato ocorresse, não aconteceria de forma muito diferente.
Devemos enxergar o outro, nos vermos no lugar do próximo, observar e pensar fora da caixa, criticar, analisar os problemas não apenas individuais, mas coletivos, e não simplesmente deixar que passe despercebido perante nossos olhos.
Carolina.Gomes 08/06/2021minha estante
Quero muito ler.


Aline Donatoni 09/06/2021minha estante
É incrível




Diego 06/09/2017

O que aconteceria se estivéssemos todos cegos? Mas já somos cegos, os cegos que veem.
...A pessoa dá a mesma nota pra Ensaio Sobre a Cegueira que deu pra Another, deve ter problema mental. Bom, cada livro no seu estilo mereceu a nota que mereceu (pra mim, claro).

1) A forma de escrever de Saramago é uma revolta do autor para com a forma clássica da escrita. Ele mesmo falou que não se interessa por leitores fáceis, então... prepare-se para um livro que tem como escrita diálogos separados por vírgulas e mal faz uso de parágrafos.

2) Quando uma pessoa solta um texto em algum lugar, foda-se o que ela quis dizer, interessa o que as outras pessoas interpretarão disso. Ensaio Sobre a Cegueira não foi feito para ser uma crítica ao ambiente político, acadêmico ou intelectual, embora muita gente o interprete para ser assim (como eu sei disso? Bom...o autor falou). Isso é o mal/bem de todo o texto, transcende ele mesmo, como aconteceu com Laranja Mecânica e provavelmente com tantos outros. Cada pessoa tem uma experiência única com base nas suas vivências e emoções e isso é perfeitamente válido, mas não coloquemos palavras na boca/pena/caneta/tinteiro/teclado dos outros.

3) A história em si é bem elaborada, o autor consegue nos transmitir veracidade e nos fazer sentir mal/bem em diversas partes da história (não darei nenhum spoiler). As reflexões que se encontram nesse livro são de modo geral simples. O ser humano tem a habilidade de ter razão, não agir por instinto, e, exatamente por ter esse poder, não usá-lo o transforma em cego. A importância de ter olhos quando as outras pessoas estão cegas é isso. Conseguir enxergar o absurdo da humanidade e fazer algo para que aquilo mude ou tornar aquilo mais suportável de alguma forma. Basicamente, o que o autor tentou fazer aqui (e conseguiu) é aquela máxima: "inteligência é o abrir dos olhos em um mundo de cegos". O que, desculpa a opinião sincera, é uma prepotência sem tamanho. O louco sempre acha que é são e que os outros são loucos, se o louco soubesse que está louco...ele não seria louco.

4) Eu me decepcionei um pouco porque esperava mais. A escrita é magnífica, a história é envolvente, deprimente, suja, porca, mostrando o pior de uma humanidade que foi posta ao limite. O português de Portugal é meio estranho (por que, em nome e Satanás, a Companhia das Letras não traduziu? VÁ SABER), mas tava acostumado por Valter Hugo Mãe. Enfim, como disse, esperava mais. Saramago tem uma fama imensa e é o primeiro livro dele que li, com certeza não será o último, mas não me "encantou".


5) Alerta aos mais fracos de estômago: ESTE LIVRO É PESADO PRA CARALHO, pouco abaixo nível Marquês de Sade. Pode ser belo em vários momentos, mas aqui você vai ver o pior da humanidade, e quando digo pior é pior mesmo.
Thiago 06/09/2017minha estante
Sobre o tocante da adequação com a nossa língua, ela não foi feita porque o Saramago exigia que não o fizessem.


Diego 06/09/2017minha estante
Boa, valeu Thiago!




Jackie Sabino 26/07/2018

Já tinha conhecimento desse livro de Saramago, mas a vontade de ler veio quando, anos atrás, vi o filme do Meireles. Com um ótimo time de atores (Você não, Mark Ruffalo), eu achei o filme super indigesto e com uma mensagem pesadíssima. Mas isso não significa que o achei ruim; muito pelo contrário.

Ambos têm uma narrativa que é um soco no estômago e nos faz ver o quanto as pessoas não revelam a sua verdadeira essência quando todos estão olhando. As pessoas são más quando não tem leis e nem que os governe. Somos cegos no nosso dia a dia ignorando mendigos nas ruas, ignorando vizinhos ou parentes abusadores e até ignoramos nossas próprias mazelas. Como bem pontua as últimas páginas, "Penso que não cegamos, penso que estamos cegos. Cegos que veem. Cegos que, vendo, não veem".

O livro é recheado de metáforas e deixa livre uma amplitude de pontos de vista. Mas, imagine o que faríamos quando não tivesse ninguém olhando, inclusive nós mesmos? Em terra de cegos, quem tem olhos não necessariamente é rei, como podemos comprovar nesse belíssimo romance de Saramago.
Jonas 29/07/2018minha estante
Ótima resenha, parabéns!
Tive a mesma sensação que descreves!


Jackie Sabino 29/07/2018minha estante
Obrigada, Jonas! Sensacional esse livro, neh? Beijos!




Maria. 18/03/2019

Incrível enquanto eles permanecem no manicômio, depois da uma caída e o final é meio paia
Gi 13/04/2019minha estante
Nossa, tive exatamente a mesma sensação hahahah


diego.dasilvaresende 13/05/2019minha estante
Cuidado com o spoiler , rsrs




Andrea.Garcia 15/06/2021

Surpreendente ler esse livro em plena pandemia.
Esse foi meu primeiro contato com a escrita do autor José Saramago.
É um livro muito diferente em vários sentidos. Começando pelo idioma que é o português de Portugal, que difere do nosso idioma em relação a grafia de algumas palavras. O autor tem uma forma única para escrever, sem o uso da pontuação e regras gramaticais convencionais. Outro ponto é que não conhecemos os personagens por nomes e sim por características físicas ou profissões. Apesar disso após as primeiras páginas você já se acostuma e consegue entrar na estória de forma bastante frenética.
O livro é surpreende e pesado em muitos momentos, mas cheio de críticas e reflexões. Ler esse livro em meio a pandemia atual intensifica nosso sentimento de empatia com o que os personagens estão vivendo.
Em meio ao caos de uma epidemia de cegueira conhecemos o lado obscuro e cruel do ser humano.
"É dessa massa que nós somos feitos, metade indiferença e metade de ruindade".
Sara 15/06/2021minha estante
Tô na página 200 e não tinha percebido que não sei os nomes dos personagens


Andrea.Garcia 15/06/2021minha estante
Muito diferente né? Mas gostei muito.




Amanda 31/07/2018

Cegos que, vendo, não veem
Intenso, Forte, marcante, tenso, inquietante, angustiante, pesado, grotesco, crítico, reflexivo, impressionante, comovente, extremo, assombroso, tocante. Parece redundante esta série de adjetivos empregados na tarefa de descrever uma obra literária. Mas ciente de não haver existência de sinônimos perfeitos, cada palavra aqui citada colabora de forma única, algumas com mais traços que outras, na caracterização da experiência de leitura deste livro. Saramago: ame ou odeie. Não é o que dizem? Talvez por seu estilo de escrita completamente inovador e curioso, as peripécias com seu método de pontuação e descrição de personagens dividem opiniões. Porém, uma vez entendida sua proposta, torna-se impossível desgostar de sua escrita impregnada de significações, ainda mais no que concerne aos temas trilhados pelo autor, em especial nesta obra . Aquele que toca na ferida, que descreve o ser humano em seu âmago, instinto mais selvagem e irracional atingível em situações extremas. Eis que uma súbita ?cegueira branca" passa a acometer a população de uma cidade, transformando o que era pacífico e civilizado em caos e trevas, no qual o ser humano se vê relegado e sujeito ao limite das ações que lhe garantem a sobrevivência. E o questionamento que nasce acerca deste contexto faz refletir: A que ponto o ser humano pode chegar em função de seu próprio ego e benefício? Ao enxergar apenas o que lhe convém e fingir cegueira àquilo que não lhe diz respeito? São tantos temas sociais abordados indireta e metaforicamente pelo autor que por diversas vezes me peguei com os olhos marejados, pele arrepiada e batimentos acelerados, que me fizeram vibrar, sentir e mais importante, refletir sobre a atual situação mundial e compreender que a mudança começa por mim, de dentro pra fora; primeiro o coração que se abre, depois os olhos que, uma vez cegos, voltam a enxergar aquilo que realmente importa.
?... o médico disse, Se eu voltar a ter olhos, olharei verdadeiramente os olhos dos outros, como se estivesse a ver-lhes a alma, (...) Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos.?
Milena 31/07/2018minha estante
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Maria 19/05/2021minha estante
Que resenha!




Carolina.Pontin 11/03/2018

acho que dá pra dividir a experiência de ler esse livro por 3 etapas: a primeira certamente é a perturbação, eu me senti cega a cada frase que eu lia, as pessoas iam cegando e eu também; a segunda foi imersão, eu mergulhei na história de uma forma que eu tava me vendo a cada acontecimento; e a terceira foi a reflexão, eu tirei tanta coisa pra minha vida, escrevi textos, trabalhos e fiz fotos que me remetiam a cegueira.
li no tempo certo, mas tenho certeza de que se eu ler novamente, o tempo vai continuar certo.
Gui 13/03/2018minha estante
Eu me senti assim como se fosse cegar também eu tinha essa sensação. Porém se certo modo somos cegos. Nossa visão é limitada. Nosso governo é cego e o pior cego é o que não quer ver


Luciana 21/03/2018minha estante
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Conchego das Letras 09/09/2015

Resenha completa
Hoje trago a vocês um livro no estilo "ame-o ou odeie-o". Isso porque ele não é de fácil leitura. Não que o conteúdo não seja cativante, porque é - a história é muito interessante e envolvente - , mas porque o autor não se utiliza do básico em uma estrutura escrita que possibilitaria uma leitura mais fluida.

Como assim? Bem, para começar não há pontuação, a não ser por vírgulas, praticamente. As frases se misturam e não há separação de personagens durante um diálogo, o que faz com que o leitor se perca em quem está falando o que em vários momentos. E o vocabulário.... Estruturalmente falando, é definitivamente o livro mais diferente que já li! Daí o "apesar de" e, por este motivo, não foram 5 estrelas.

Após ter terminado a leitura, comecei também a me questionar: será que esta escrita confusa de Saramago não teve como intento nos deixar tão perdidos, confusos e cansados quanto os cegos que ele relata? Talvez possa ter sido uma forma de nos aproximar ao caos daquele cenário e, ao menos comigo, deu certo.

O livro virou filme em 2008, dirigido por Fernando Meirelles, com Julianne Moore e Mark Ruffalo nos papéis principais (esposa do médico e médico). Trata sobre o acometimento de uma cegueira súbita em pessoas determinadas, que vai se espalhando de forma ainda não completamente compreendida. Em determinado momento, essas pessoas são confinadas em um local afastado - um prédio antigo que estava abandonado há muito tempo - com o objetivo de impedir que elas entrassem em contato com os que ainda não haviam sido infectados e os contaminassem. Neste local eles precisaram aprender a "se virar", organizar-se, alimentar-se, evitarem doenças e acidentes, enterrarem seus mortos... tudo isso sem enxergar, num local completamente estranho para eles e com o encanamento estragado.

Não consigo nem imaginar o tamanho do desespero que poderia se espalhar pela sociedade em uma situação como a descrita pelo autor, ou, pensando bem, depois de descrições tão vívidas, acho que agora eu poderia fazer isso perfeitamente e a visão é bem horrenda.

Na situação em que se encontravam era previsível que as coisas chocantes e absurdamente deprimentes que foram descritas ocorreriam mais cedo ou mais tarde, apesar disso, ler tais cenas não foi menos difícil ou sofrido para mim.

Dentre todos os cegos, havia uma pessoa que enxergava naquele ambiente: a esposa do oftalmologista. Ela, entretanto, não diz para ninguém que ainda consegue ver por medo de ser tirada de perto de seu marido. A pobre senhora vive em um constante conflito interno de "por que eles e não eu?", mas fazia de tudo para ser compreensiva e ajudar a todos sem se denunciar.

"Alguns irão odiar-te por veres, não creias que a cegueira nos tornou melhores, Também não nos tornou piores."

As coisas que essa mulher via... Só não digo que são inomináveis pois são minuciosamente descritas ao longo do livro. É dela aquela que, para mim, é a frase mais chocante de todo o livro.

"(...) talvez eles sejam os sortudos, por não estarem realmente vendo isso"
Um super livro, que mostra o melhor e o pior do ser humano nas mais diferentes situações e faz com que o leitor aprenda um pouco mais sobre a natureza humana, o medo, a força de vontade, a perseverança e, também, sobre si.

Então, o que você faria em uma situação como essas?

Gostou dessa resenha, feita por Mari Ramos? Quer ver as imagens ou ler outras resenhas? Então entre em nosso Blog!

site: http://conchegodasletras.blogspot.com.br/2015/09/resenha-ensaio-sobre-cegueira.html#more
Paola 08/09/2023minha estante
Caramba


Paola 08/09/2023minha estante
Deu até vontade de ler aq




Tamires Durães 30/10/2021

Cegaram ou já estavam cegos?
Imagine que você está dirigindo e de repente é acometido por uma cegueira branca, do tipo leitosa. Um estranho se oferece para te acompanhar até em casa, o que parece um gesto de bondade em vista dos motoristas nervosos buzinando no trânsito (o que por si só, já evidencia a falta de empatia da humanidade). O que você faria?

Peço para que tome cautela ao ler este livro que revela a negligência de um governo em meio a uma epidemia de um tipo de cegueira desconhecida. Soa familiar? Como você acha que o exército reage nessa situação?

Sugiro a leitura desse gigantesco clássico que deixa escancarado o comportamento humano de não querer enxergar as mazelas e precariedades da sociedade. Mais do que isso, crítica e questiona com um humor ácido o porquê de nos "habituarmos" com certas condições.

"É dessa massa que somos feitos, metade de indiferença e metade de ruindade."

"É bem certo que o difícil não é viver com as pessoas, o difícil é compreendê-las."

Foi o meu primeiro contato com Saramago e fiquei admirada. A escrita do autor pode parecer difícil no início, mas é fantástico como o cérebro "se organiza" frente a diferentes estruturas sintáticas, gramaticais e elementos do português de Portugal. Para mim, tornou-se um favorito justamente pela riqueza linguística, pelo uso de diversos ditados populares, pelos discursos inteligentes e uma narrativa tão bem escrita que provoca um turbilhão de sensações.

??Deixo um alerta de alguns gatilhos!
E para completar, a edição é excelente, com título grafado por Chico Buarque ??
Alê | @alexandrejjr 03/11/2021minha estante
Indico seguir nas águas saramaguianas com "Todos os nomes" e "As intermitências da morte".


Tamires Durães 03/11/2021minha estante
Obrigada pela indicação, já quero ler tudo do autor hahah




spoiler visualizar
Fernando Lafaiete 16/04/2020minha estante
Excelente resenha Phanie!! Estou para ler esse livro faz muito tempo. Sua resenha me reanimou. Acredito que desse ano não passa.


Ari Phanie 16/04/2020minha estante
Valeu, Fernando. Olha, recomendo bastante ele, acho que tu vai gostar. O cara realmente criou uma atmosfera e cenário bem imersivos e intensos, por isso, melhor evitar nesses dias de pandemia kkk.




José Paulo 16/11/2021

"Ensaio sobre a cegueira" - um ensaio assustadoramente atual
com enorme genialidade e uma ironia ácida, Saramago rebaixa a sociedade a sua mais pura e clara bestialidade.
     cegados como animais, não há mais distinção do que eram e o que são agora, imersos na brancura da visão.
     é cômico e triste pensar que uma obra de 1995 vem a calhar tão bem em um contexto de pandemia. em 2021, estamos cegos politicamente, emocionalmente, psicologicamente exaustos, mas ainda há um esperença de retomar a vista como fez Saramago. talvez retomar a visão que nunca perdemos, só escolhemos por não ver.
uma obra que te acolhe e te contradita, te beija e te machuca. não esperava tanto, mas foi surpreendido com muito, uma leitura essencial.
"Penso que não cegamos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que, vendo, não vêem."
murilob 16/11/2021minha estante
essa citação? a maior do mundo. reflete exatamente o que estamos vivendo


Fernanda Brenelli 17/11/2021minha estante
resenha saiu no dia certo, aniversário do famigerado




kroth 27/04/2020

Bom porem cansativo
livro um tanto repetitivo em alguns momentos, uma temática boa, porem arrastada
guii.books 27/04/2020minha estante
Li algumas páginas de claraboia de José Saramago e achei cansativo tbm


kroth 27/04/2020minha estante
nem me fale kkk eu dormia a cada 50 paginas




Ana Bruno 22/04/2020

Um livro humano
Meu primeiro pensamento ao terminar esse livro foi: Não quero falar sobre ele!
Fiquei mal-humorada mesmo!
Que livro pesado! Que livro nojento! Que livro humano!
Acho que só o que consigo dizer sobre ele é que "é humano".
E, talvez por isso, tenha me incomodado tanto... Não tenho tido muita paciência com a raça humana, não que me exclua dela, mas perceber a capacidade da crueza do ser humano me dói à beça. Não quero ter essa característica dentro de mim.
Observar a condição obscura e instintiva inerente a todos nós, revelada perante uma situação inesperada, caótica e desesperançada, como Saramago nos descreve (de forma brilhante, por sinal), não ajuda a minimizar minhas impressões pessimistas...
O livro é, resumidamente, pesado. Recomendo lê-lo consciente da necessidade de possuir estômago forte.
Num cenário duro, a natureza humana, instintiva, aflora em conjunto com a essência hierárquica visceral do prazer pelo poder, mesmo em detrimento a qualquer indício de dignidade... E, nesse meio, um fôlego de humanidade, representado pela mulher do médico, tenta nos ajudar a manter a cabeça fora dessse mar de desespero. A obrigação moral, de auxiliar em oposição ao verdugo que aflige a todos. E a limitação incapacitante dela que nos angustia mais um pouquinho.
Aff... muito sofrido!
Muitas pessoas analisam esse livro sobre a capacidade de enxergarmos (ou não) a essência do outro. Para mim, esse livro é sobre a essência de todos nós. É sobre olharmos para nós. Nós mal conseguimos ver (e conhecer) a nós mesmos, conseguir "ver" o outro é uma conquista ainda à anos-luz de distância da raça humana... Lamentavelmente.
Outros consideram a obra uma alegoria, o que para mim, cai no mesmo impasse. Poder, egoísmo, sujeição... Independente do contexto, o "outro" ainda é um universo muito escuro e profundo para nós. Em todas as esferas isso se reflete de igual modo.
Bom, leitura de Saramago é sempre uma leitura de Saramago...
Enjoy!
Joelio 22/04/2020minha estante
Já ouvi muitos indicarem esse livro mais até então nem um com a sua visão, confesso que tenho problemas para filtrar, digamos assim, atitudes meramente egoistas e instintivas, confesso que vai entrar na minha lista mais como vc mesma recomendou vou ter cautela! Afinal sou do tipo qie acredita que temos que ter noção do bem e do mal do qie nos somos capazes afinal tendo ciência ainda corremos o risco de presenciar ou fazer parte imagina a maioria que romantiza que "nunca serei capaz disso" ou "isso não existe" de forma romântica para se "sentir seguro" nesses coisas :/


Ana Bruno 22/04/2020minha estante
Exato!! O ser humano é complexo demais...




Caio 09/01/2022

A Ficção que escancara a realidade
Um livro difícil de ler por vários motivos. A escrita é uma delas, porém a história é pesada e tem determinadas situações envolvidas que fazem o estômago embrulhar. Mas o pior mesmo é que se a situação pitoresca descrita no livro acontecesse, tenho certeza que aconteceriam as mesmas coisas na vida real. Por isso choca tanto o leitor. A descrição da humanidade tão perto da realidade numa ficção. Recomendo... mas tem alguns gatilhos terríveis.
Somente Leituras 10/01/2022minha estante
Vc tbm leu. Realmente acredito que a humanidade agiria da mesma forma.


Caio 10/01/2022minha estante
Essa é a parte triste do livro. Saber que determinadas situações despertam coisas ruins no homem.




Dogui 05/04/2019

Ensaio Sobre a Cegueira
Um baita livro! Um tapa na nossa cara! No início é um pouco estranho por ser português de Portugal. Achei massante até cento e poucas páginas, porém depois é muito bom! "Penso que estamos cegos, cegos que veem, Cegos que, vendo, não veem."
Mah Mac Dowell 05/04/2019minha estante
Baita livro!


Dogui 05/04/2019minha estante
Verdade!




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