marxisa 18/03/2024
Então é que se vê o animalzinho que somos.
Ao final do livro, lendo as frases em que destaquei, tive um insight.
Dizem que quando estamos em situações extremas, acabamos por nos cegar pelo desespero, agindo de acordo com os nossos instintos mais bestiais (o que realmente lemos no livro) mas e se nós já vivemos desse modo, mas não se revela de maneira tão agravante e apenas nos acostumamos. Talvez em outra sociedade com outras culturas estaríamos aterrorizados de ver o modo como sobrevivemos.
O desespero do dia a dia, a correria, o medo de errar, a pressão de ser bem sucedido. Ter uma vida e suas responsabilidades já é estar em situações extremas (não entrarei em recortes de classe pq é óbvio que para outros a situação é melhor ou pior) e por consequência estamos cegos, somos tão brutais como aqueles personagens em quarentena, pensando em nossa própria sobrevivência sem enxergar ao nosso redor.
"o sentido de responsabilidade é a consequência natural de uma boa visão, mas quando a aflição aperta, quando o corpo se nos desmanda de dor e angústia, então é que se vê o animalzinho que somos."