O senhor presidente

O senhor presidente Miguel Ángel Asturias




Resenhas - O Senhor Presidente


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Janaina Edwiges 02/01/2022

"Um inocente de mal com o governo está pior do que se fosse culpado"
O Senhor Presidente, do escritor guatemalteco Miguel Ángel Asturias, foi inspirado no governo do ditador Manuel José Estrada Cabrera, presidente da Guatemala no período de 1898 e 1920, que marcou a infância e adolescência do escritor.

Tendo como ponto de partida o assassinato de um militar próximo ao presidente, o livro reconstrói o funcionamento de uma sociedade totalmente subjugada ao autoritarismo. A história é permeada de prisões e eliminações de opositores políticos, abusos de autoridades, violência, confissões admitidas por meio de torturas, acusações e denúncias injustas, espionagens, emboscadas e corrupção, além de expor as desigualdades sociais criadas e perpetuadas neste sistema.

Uma cena do livro me chamou muita atenção, sobre um fuzilamento, em que uma das personagens questiona como aquilo poderia acontecer, como poderia ser feito “por pessoas com ?a mesma cor de pele, com o mesmo sotaque da voz, a mesma maneira de ver, de ouvir, de deitar, de levantar, de amar, de lavar o rosto, de comer, de rir, de andar, com as mesmas crenças e as mesmas dúvidas”? da vítima. Essa observação me fez refletir sobre as pessoas aparentemente comuns, que são capazes de empreender ações tão cruéis e violentas nos regimes autoritários.

Um pequeno detalhe: o Auditor de Guerra, responsável pela condução de tantas atrocidades, também toca harmônio na igreja. A “?bondade e amor ao próximo?” dos cristãos é algo que nos impressiona tanto não é mesmo?

Recomendo bastante a leitura deste livro, especialmente porque a narrativa é tão próxima do Brasil e de outros países latino-americanos, que têm histórias tristemente marcadas pela presença de ditaduras.
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Debora 24/01/2021

Um livro pertinente a qualquer ditadura da AL
O Senhor Presidente se passa em um lugar não definido, que pode ser qualquer país da América Latina em suas ditaduras. Mais do que fatos, Astúrias nos mostra o subterrâneo desses governos autoritários e violentos, de governantes que se achavam (acham?) deuses (ou mitos).
Como diz a contracapa, "nem o mais íntimo dos sentimentos escapa ao poder onipresente e desmedido do Presidente". Nada, nenhum movimento, nenhuma relação, nenhum hábito.
Os personagens múltiplos, de mendigos a prostitutas, auditores e coronéis, todos se movem de acordo com o presidente-titereiro.
No centro da trama, um faz-tudo do presidente, próximo seu, e seu amor pela filha do general que, por recomendação do próprio presidente, ele ajuda a fugir.
Minha nota é 4,5 e não 5 porque o estilo inovador do autor - e este é um.grande mérito dele -, fez com que eu me perdesse em aliterações e descrições às vezes, mas a culpa deve ser mais minha neste caso.
Pandora 24/01/2021minha estante
Já me interessei!


Debora 24/01/2021minha estante
É pesado, mas muito bom!




Rai @atequeolivronosrepare 04/04/2020

✏ "O Senhor Presidente", por Miguel Angel Astúrias.
💡 360 páginas.
🇬🇹 Literatura guatemalteca (Guatemala). 1924-1932.
🌡 4/5
🏆Prêmio Nobel de Literatura em 1967

💭 Que livro, senhoras e senhores! Confesso que iniciei apenas para acompanhar o clube de leitura (um dos que participo com afinco) da @nossaliteratura, o #ClubeNossaLiteratura. Foi difícil para que essa leitura me contagiasse. Entretanto, quando ocorreu... Foi forte.

Nesta breve resenha eu deveria me ater a descrever também sobre a história, mas prefiro ir na contramão e deixar que o leitor a busque. Tecerei sobre minhas considerações e vivências ao longo da leitura.

O estilo de Astúrias me prendeu. Que escritor louvável! Que ritmo estilístico que mistura romance e poesia. E realidade, dura ou em ficção, mas que realidade! Envolto em um contexto de ditadura, é impossível não ler esta obra latino-americana e não olhar para nossa própria história.

Este trecho, em especial, grifei e quero compartilhar:

✏ "Vich travou amizade com o prisioneiro do calabouço número dezessete, depois de estar lá encerrado com ele, durante dois meses representando a comédia de chorar a toda hora, de gritar o dia todo e de querer suicidar-se a cada momento."

Por enquanto, continuo elaborando sobre o livro. Daqui, indico-lhes. É uma surpresa e tanto!

site: https://www.instagram.com/p/B-j7G-8JjyK/?igshid=1xlpzbgo070cz
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Denise 28/12/2020

Perfeito ??
Livro sensacional! Escrita perfeita, dinâmico e nada superficial. A leitura flui. A passagem do real para o realismo mágico é perfeita, não deixa lacunas e nem se torna fantasioso demais a ponto de se perder na leitura. É na medida certa! Capítulos ?Na Casa Nova? e ?O túmulo vivo? são viscerais!
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AleixoItalo 16/03/2021

"Sobre homens caçadores de homens, posso assentar o meu governo. Não haverá a verdadeira morte nem a verdadeira vida." São as palavras do Deus Maia da guerra e sacrifício, Tohil, encontradas em uma visão de um dos personagens que melhor sintetizam a obra. Aqui os ritualistas propõe mediante a devolução do fogo aos humanos, sacrifícios e uma guerra eterna.

Em 'O Senhor Presidente' somos lançados num mundo de pesadelo onde vidas podem ser interrompidas a qualquer momento, pelo simples fato de estarem no lugar errado na hora errada. A grande variedade de personagens que dão vida e cor à esse país fictício, estão fadados a serem aprisionados, torturados, executados pelo simples capricho do destino, não sendo poupados nem pela hierarquia social: criaturas do alto escalão e favoritos do governo, são descartados e substituídos num clima recorrente de paranoia absoluta e traições sem limites, uma verdadeira dança exótica pelo poder. Por trás disso tudo assombra a presença absoluta do Presidente, entidade com ares divinos à que tudo converge e que conecta os fios dos destinos dos personagens como um mestre titereiro.

Clássico Guatemalteco do ganhador do Nobel, 'El Señor Presidente' não é apenas sobre a Guatemala, mas um arquétipo da América Latina, uma representação das diversas ditaduras com que a região sofreu, um abuso constante das classes dominantes contra oprimidos que não tem a quem recorrer e cujas vidas estão a mercê do acaso.

Mesmo lançada em meados do século XX, antes do boom do Realismo Fantástico, essa obra já trazia em si o embrião do que seria a literatura sulamericana nas décadas seguintes. Com um estilo até hoje original, uma espécie de surrealismo e absurdo substituem o fantástico de Gabriel García Márquez, e raiva e indignação dividem espaço com o cenário mágico das Américas.

Ecoando as palavras do deus Maia, a América parece sofrer de uma maldição como se alguns dizem "fosse fundada sobre cemitério indígena", os personagens parecem viver numa eterna guerra de uns contra os outros. Da mesma forma que os maias ansiavam pelo fogo, nós ansiamos pela bondade e justiça em meio ao caos, uma esperança de algo de bom pode ser extraído das trevas. Tristeza, dor e muita esperança são marcas registradas da nossa literatura e aqui não é diferente, uma obra poética e dura como a arte deve ser.
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Laura 20/03/2021

Pulado e abandonado
Sabe aquela leitura que não instiga..... pois então. Pulei alguns capítulos para ver se melhorava, se ia seguir a leitura. Mas continuei pulando capítulos até o fim do livro chaaaaaato
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erykasb 28/01/2021

A Dor de Um Povo
Não é um livro para fracos. Em O Senhor Presidente, Miguel Angel Asturias nos entrega uma história que é mais comum a nós do que gostaríamos. O país onde se dá a história não tem nome, assim como o Presidente, pois eles não representam apenas um lugar ou uma pessoa. São o retrato de absurdos e injustiças que castigaram o continente latino-americano em toda sua história mais recente. Asturias podia ter Cabrera Estrada como inspiração para o Presidente, mas esse poderia facilmente ser substituído por Pinochet, Stroessner, Médici, entre tantos outros algozes.
A obra é dotada de um lirismo mágico, que pode parece difícil de se entender no começo, mas após se acostumar, o leitor tem dificuldade em não ser tragado para aquele mundo maravilhoso e cruel. A realidade se confunde com o sonho, amenizando a dor das cenas descritas. Mas O Senhor Presidente não é uma obra leve nem de longe. A tristeza e a angústia dos personagens são sentidas por nós, tornando essa uma história de dor e luta, em que a esperança é difícil de se encontrar.
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Cid Espínola 08/12/2017

Ditadura na Guatemala
O livro é ambientado num período ditatorial na Guatemala. Assim, Astúrias nos brinda com nuances e crueldades do autoritarismo, regime que infectou toda a América Latina. Muito interessante quando o autor traz peculiaridades guatemaltecas, como comidas, plantas e animais. Quando isso acontecia, corria para o Google para pesquisar e aprender.

Uma boa oportunidade para conhecer o prêmio Nobel de 1967.
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Carlos 08/01/2018

"...¿Creéis seguir viviendo en un siglo en el que los reyes estaban, como vos os quejáis de haberlo estado, a las órdenes y a la discreción de sus inferiores?… Estoy fundando un Estado en el que solo habrá un amo...¡El Estado SOY YO!..." (Alejandro Dumas, El vizconde de Bragelonne, palabras que pone en boca del rey Luis XIV).

Estas palabras que el gran Alejandro Dumas atribuye al rey Luis XIV denotan claramente el espíritu que ronda y que constituye el fundamento y piedra angular de los regímenes totalitarios, denominación moderna que recibe aquello que, con anterioridad a la Revolución Francesa, era llamado de absolutismo, y en los cuales existe, como ya se ha dicho un solo amo situado en la cúspide de todo y el cual siquiera está sometido a la ley, puesto que su voluntad es la ley misma. Quien crea que estas palabras puestas por Dumas en boca de Luis XIV pertenecen a un pasado remoto, vive en una burbuja apartada de la realidad.

El señor presidente de Miguel Ángel Asturias (Premio Nobel de Literatura) se inscribe en la corriente que podría ser llamada como Literatura de dictaduras pues el trasfondo político llevado al plano literario da lugar a estas novelas. Mi primer contacto con este tipo de obras fue en el ya lejano año de 2001 momento en el cual no contaba yo con más de 15 años y aún cursaba la secundaria (a la que llaman instituto en España), y cuando para un trabajo correspondiente a la clase de Literatura se me asignó la lectura de Yo, el Supremo principal obra del más aclamado escritor de mi país Augusto Roa Bastos (Premio Cervantes en 1989). En esta obra, el autor utiliza el mote de "El Supremo" para hacer referencia a la figura histórica de José Gaspar Rodríguez de Francia, hombre que gobernó Paraguay en solitario desde 1814 hasta su muerte en 1840 y cuyo título oficial era Supremo Dictador de la República (así iniciaba sus documentos oficiales: Yo, el Supremo Dictador de la República del Paraguay).

Con un estilo bastante distinto, Asturias nos presenta a otro Dictador, aquí se tiene una particularidad compartida con Roa Bastos, si en Yo, el Supremo se hace referencia al dictador con el título de El Supremo, Asturias lo hace con el de Señor Presidente, sin que se asigne un nombre propio al dictador que rige los destinos del país, empero los literatos especializados señalan que la figura de este Presidente se basa en el guatemalteco Manuel Estrada Cabrera. Esta afirmación de parte de algunos estudiosos, incluido el autor de la introducción a la edición que he leído (la de que este Presidente se basa en esa figura histórica) me llevó a indagar acerca del período en que ese hombre gobernó Guatemala, tras leer suficiente, pude notar algo llamativo, y es que este dictador sin nombre no necesariamente es guatemalteco, puesto que puede ser extrapolado a cualquiera de los demás países latinoamericanos que, en algún momento de su historia, padecieron este tipo de gobiernos autocráticos.

Latinoamérica no solo es bastante homogénea en cuanto a su configuración étnica (proveniente en lo principal del mestizaje entre autóctonos y españoles) y cultural (en lo esencial seguimos las mismas tradiciones, baste con ver que, por ejemplo, la Semana Santa es festejada de manera casi similar desde Argentina hasta México), sino que la misma historia de esta región es casi convergente en el momento y forma de desarrollarse los hechos. Así, cada país que ha padecido un gobierno dictatorial puede identificarse plenamente con la atmósfera opresiva, sangrienta, injusta y dura descrita por Asturias en esta obra. Así, el dictador sin nombre bien puede ser Alfredo Stroessner, Augusto Pinochet, Rafael Videla, Hugo Banzer, Emilio Medici, Anastacio Somoza, Porfirio Díaz, Fidel Castro, Leónidas Trujillo, Juan Velasco Alvarado, Juan María Bordaberry y tantos otros.

Muchos de los pasajes de este libro me resultaron extrañamente familiares, pues mucho de lo que Asturias hace padecer a sus personajes es el vivo relato de cuanto me ha contado mi madre de la vida bajo el gobierno dictatorial (tengo 31 años, cuando cayó la dictadura de Alfredo Stroessner contaba yo con 3 años, así que no recuerdo nada) que en el caso de Paraguay había durado largos 35 años (1954-1989, fue el segundo período dictatorial después del de Rodríguez de Francia 1814-1840). Una de ellas es el cumpleaños del dictador. En un capítulo del libro, se festeja el onomástico del dictador con una gran fiesta, día de fiesta nacional, con el pueblo saludando al Líder y alabando su gobierno con encendidos discursos, pues bien, aquí en Paraguay, el cumpleaños del dictador (3 de noviembre) era feriado nacional y todos los empleados públicos, docentes, militares y policías estaban obligados a ir rendir pleitesía al dictador, quienes no estaban en la Capital debían festejar tan importante fecha en sus respectivas ciudades.

Asimismo, la opresión relatada, y principalmente las torturas (de hecho uno de los pasajes que me desgarró el alma es uno en que los militares dejan morir de hambre a un bebé para que su madre confiese algo que ni sabía) forman parte del itinerario de todas las dictaduras, al menos de las más recientes, en Paraguay, Argentina, Brasil y Chile existen sendos informes relativos a los abusos a los derechos humanos cometidos en los períodos de gobierno dictatorial, y en el Cono Sur la cuestión fue aún lejos debido a la Operación Condor que constituyó un marco de acuerdo de colaboración entre las dictaduras de Paraguay, Argentina, Chile, Brasil y Uruguay, merced al cual desaparecieron y murieron miles de personas.

La lectura de la mejor obra de Asturias fue como leer un Manual de Historia no solo de mi país sino de casi toda Latinoamérica. Debería hacerme un hueco en mis lecturas de este año para leer La fiesta del chivo de Mario Vargas Llosa, libro basado en el cruel y sanguinario Leónidas Trujillo y quizá, La casa de los espíritus de Isabel Allende.

Cuatro estrellas pues en algunas partes el ritmo de la narración decae, pero no por ello he dejado de disfrutar con esta buena obra. Absolutamente recomendada.
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Eliz/@nossaliteratura 29/03/2020

Uma revolução de Miguel Ángel Asturias...
Por aqui sigo falando desse amontoado de coisas escritas e incentivando a leitura. Eu sei, é difícil, às vezes a enxurrada de notícias ruins nos tira a concentração e não conseguimos ler nenhuma página sequer. Mas a literatura nos ajuda a superar o caos e conservar a memória de nossa História.?

Para preservar a memória de seu país, Miguel Ángel Asturias, escritor guatemalteco vencedor do Nobel de Literatura de 1967, escreveu um romance de representatividade geral e permanente. O Senhor Presidente, publicado em 1946, traz detalhes do regime ditatorial da Guatemala que pode ser reconhecido em qualquer país latino-americano.?

Narrando as interferências do Senhor Presidente em todas as classes sociais, o livro inicia com a história de moradores de rua testemunhando o assassinato não planejado de um militar próximo ao Senhor Presidente. A partir disso, a polícia política forja um complô para incriminar o opositor general Canales. O assassinato foi o pretexto perfeito para deturpar a verdade e enfraquecer a revolução.?

Mesmo sem fazer referência direta, o romance político de Asturias é baseado em Manuel Estrada Cabrera, militar presidente da Guatemala (1898 a 1920). No texto, percebemos o quanto todos, independente de gênero e classe social, estão presos num contexto opressor de horror e maldade.?

Não é uma leitura fácil, confesso. O crítico Otto Maria Carpeaux afirma que o texto é ?poemático? e cruelmente realista, com ricas metáforas e neologismos, ?às vezes hermético e sempre fantástico, como se o autor quisesse desrealizar a realidade insuportável?.?

Lemos histórias de amor criadas e destruídas, sonhos apagados e alianças desfeitas. Porém, longe de ser pessimista, o livro é real e esperançoso, mostra que militares não trazem revolução e o povo jamais deve perder a esperança e fé na força da resistência.?

Citação: ?O peso dos mortos faz girar a terra de noite, e de dia é o peso dos vivos que a faz girar... Quando os mortos forem mais do que os vivos, a noite será eterna, não terá fim, para que volte o dia será preciso o peso dos vivos...??
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Taly 21/04/2024

Leitura intensa
Que livro difícil, é impressionante a capacidade de Miguel nos colocar na cena dramática e intensa dessa história de amor carregada de autoritarismo político.
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raafaelasouza 13/07/2020

“Penso com a cabeça do Senhor Presidente, logo existo”.
Escrito pelo guatemalteco Miguel Ángel Asturias, O Senhor Presidente foi inspirado no governo ditatorial de Estrada Cabrera na Guatemala, que durou de 1898 a 1920.
Mais que uma obra de literatura, o livro é uma denúncia. Asturias retrata um cenário político caótico, violento e sufocante. Os cruéis acontecimentos não são de fácil digestão, pois autor os coloca em suas páginas sem dó e sem tentativa de abrandá-lós.
Creio que uma das importâncias de O Senhor Presidente, além de trazer à consciência todas as injustiças vividas pelos hispano-americanos, é fazer o leitor refletir sobre o legado espantoso deixado a esse povo pelos regimes autoritários.
Falando um pouco da minha experiência, a escrita dele - frenética, lírica, com pinceladas de fluxo de consciência - não fluiu muito bem pra mim (pra mim!). É claro que isso não mudou o quanto achei essa obra primorosa.
“Amigo, amigo, a única lei nesta terra é a loteria. Pela loteria, o senhor vai parar na prisão, pela loteria o fazem de deputado, diplomata, presidente da República, general, ministro! De que vale o estudo aqui se tudo é uma loteria?” - Miguel Ángel Asturias.
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Éfi 26/11/2020

Um livro atual.
?º ????? ?? ????. eu nem sei por onde comec?ar a falar desse livro. ao longo da leitura, anotei tanta coisa, e agora estou aqui sem saber o que realmente deixar escrito aqui em forma de resenha.

a obra apresenta uma ditadura ocorrida num pai?s latino.
na?o gosto muito de repetir o que ja? disseram nas sinopses desse livro, tampouco quero me estender em detalhes sem sentido.

esse camarada, Asturias, tem uma escrita extremamente sonora. me deslumbrei muitas vezes em como ele consegue produzir no leitor um ritmo nas construc?o?es, aludindo a?s cenas com perfeic?a?o. narra deli?rios e sonhos de uma maneira surreal. quantas vezes temos pesadelos vorazes, confusos, gelados. Miguel Angel Asturias consegue traduzir isso num jogo de palavras magni?fico, ta?o diferente que o despreparado semanticamente sente certa dificuldade. no fim, ele consegue, ao final de tudo, toda coere?ncia que a cena descrita exigia.

O Senhor Presidente e? um autorita?rio, sanguina?rio, manipulador e todos esses adjetivos que costuma-se atribuir aos ditadores. ele, pessoalmente, aparece pouco, mas cada palavra desse livro parece estar sob sua influe?ncia. cada suspiro ou escolha dos personagens. cada trac?ado de caminho. cada postura. cada reac?a?o.

a poli?tica do medo permeia o cotidiano, a fe? cega num semideus que ocupa a cadeira presidencial e todo sistema ri?gido e atroz que o conduz e? institui?da e velada, a perda da compaixa?o pelo outro, imitando toda a cadeia do poder e? mato.

e? um livro que narra o horror de uma tortura, que lembra que numa ditadura na?o ha? amigos do governo, todos sa?o inimigos sendo tolerados para servirem de trampolins para mais e mais poder. um livro que as vi?timas podem ter assumido o papel de vila?s muitas vezes. vi?timas-vila?s que podem ser mendigos, estudantes, sacrista?os, generais, soldados ou o cidada?o comum que na?o aguenta mais sofrer com a opressa?o.
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mayara.marinheiromartinelli 27/02/2022

Bom livro, representa muito o funcionamento das ditaduras militares na América Latina! É um retrato cru e ao mesmo tempo poético da realidade
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