Ghuyer 14/01/2021
A Segunda Aventura de Liam Devlin é longe de ser épica como a primeira, mas vale a viagem
Jack Higgins é um autor prolífico que não se aprofunda muito na complexidade de seus enredos ou personagens, preferindo apostar em tramas simples e diretas povoadas por tipos geralmente rasos e mais ou menos estereotipados, com pontuais exceções. O professor e guerrilheiro irlandês Liam Devlin é uma delas. Pacto com o Diabo é a segunda aventura com participação de Devlin, que foi apresentado ao público naquele que é até hoje o maior sucesso do autor, A Águia Pousou. Carismático e irônico, Devlin também conta com um forte senso de justiça, e possivelmente é o melhor personagem criado por Higgins. Aqui, ele tem papel coadjuvante, mas sem o qual a trama não andaria para frente. Como quase tudo assinado por Higgins, Pacto com o Diabo brinda o leitor com uma narrativa ágil e divertida, permeada por várias passagens de ação e outras de suspense muito bem construídas. A frustração fica apenas por conta do terço final do livro, em que o clichê sonolento da donzela em perigo toma as rédeas da narrativa e quase tira a história dos trilhos. Por sorte, Higgins apresenta uma última reviravolta interessante, que culmina em uma bela e simbólica cena antibelicista nas páginas finais.