Urupês

Urupês Monteiro Lobato




Resenhas - Urupês


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Lidy 08/07/2009

Do Inusitado ao Grotesco
Passei boa parte da minha infância lendo os livros infantis de Monteiro Lobato. E como gostava! Para quem gostou de ler desde sempre e não tinha muitas opções de livros na época, as aventuras da turma criada por Lobato eram um prato cheio para minha imaginação.

Eis que depois de muitos anos, o famoso autor brasileiro passou a ser assunto frequente nas aulas de literatura. Não era por menos, ele tinha obras de todos os tipos e para todos os gostos. Não me senti muito atraída pelas histórias de seus livros "adultos", apesar de algumas temáticas interessantes. Por coincidência, "Urupês" estava na lista de leitura obrigatória de um dos vestibulares que faria naquele ano. Antes de iniciar a leitura, tive uma aula sobre o livro que levou minha imaginação longe: contos cheios de tragédias, de todas formas possíveis.

Apesar de toda ansiedade de primeiro momento, cinco páginas foram suficientes para perder boa parte do encanto inicial. Não gosto de abandonar livros sem finalizar a leitura, então fiz um esforço para ir até o fim. Lobato tem uma estética boa, claro. Assim como nos seus livros infantis, ele sabe muito bem como escolher vocabulário e ordem cronológica dos fatos de modo a agradar ao leitor.

Entretanto, toda essa "perfeição estética" torna-se enfadonha na maior parte do tempo. A intenção, com esse livro, era criticar certas figuras típicas que chamavam a atenção do autor na época – depois da período em que morou no Vale do Paraíba como fazendeiro. Críticas pesadas, e sem dó. O primeiro conto do livro, "Os Faroleiros", foi bem escolhido para iniciar a sequência de contos. Tem um tom "noir", cria uma expectativa e apresenta um final trágico e por vezes, assustador. Todos os contos acabam assim, com uma tragédia que chega a provocar embrulho no estômago.

Para garantir a sensação de mal-estar, os acontecimentos mais inusitados foram colocados no papel. Imagine um personagem que morre de tanto rir. Não é no sentido metafórico – ele tem um aneurisma no meio de várias pessoas enquanto não consegue controlar a própria risada. Esta cena é só uma parte do estranho conto “O Engraçado Arrependido”. O grotesco toma forma da maneira mais explícita possível no conto Bocatorta. Se os leitores do livro “Noite na Taverna” sentiram nojo com a cena em que um personagem tem relação sexual com uma pessoa morta, mal sabem o que lhes espera no conto Bocatorta. A cena se repete, num contexto diferente, e com um personagem completamente deformado. A descrição da cena é uma das partes mais estranhas do livro.

Os contos mais tristes são “Colcha de Retalhos” e “Bucólica” – este causa indignação com o triste desfecho. O melhor conto é “Meu Conto de Maupassant”, que segue mesmo a linha do autor francês e tem um bom desenvolvimento – a história flui bem.

”Urupês” ficou conhecido pelo seu último conto, que leva o mesmo nome do livro, devido à personagem Jeca Tatu, o caboclo preguiçoso. Urupês é uma espécie de fungo parasita (“orelha-de-pau”), é assim que Lobato vê o caboclo, como um parasita, incapaz de agir como uma pessoal normal e sempre entregue ao ócio.

No geral, os 14 contos que compõem este livro começam de forma interessante, entretanto, na tentativa de causar impacto com aspectos expressionistas, Lobato acabou exagerando e criando situações que não poderiam acontecer – pela simples necessidade de mostrar uma coisa mórbida. Chega uma hora em que o livro fica repetitivo, por seguir essa seqüência – um acontecimento absurdo com um desfecho ainda pior. As críticas feitas também são exageradas por demais. Impossível não sentir raiva do autor ao ler alguns contos por isso. Monteiro Lobato pode ser um bom autor, mas esta obra, infelizmente, não conseguiu superar as expectativas.
nerito 05/04/2015minha estante
Puxa, sua resenha foi ótima. De fato, os contos são de embrulhar o estômago. Por vezes é o preconceito descarado de Lobato e por outras é justamente o andamento trágico quase burlesco. Caramba, o livro chega a ser depressivo...
E olha que sou admirador da obra de Lobato... rs... Mas de fato suas colocações foram ótimas, inclusive por conta dos exemplos retirados dos contos.


Sérgio 20/12/2015minha estante
Só dois centavos para acrescentar, o livro apesar de impactante ele tem realmente essa função.. principalmente no caso do Jeca Tatu, o personagem icônico de Lobato é o retrato do abandono governamental e social a qual o autor quer expor. Jeca tatu não é assim por que quer.




Spalidoro 24/05/2013

Sou um mero mortal para falar desta obra, mas foi muito difícil terminá-la mesmo tendo menos de 100 páginas, as histórias são pouco aprofundamento, e cerca de 80 porcento do livro ele soltra frases desconexas e usa palavras complexas que tem pouca ligação, frases em latim, e termos científicos, falta base e desenvolvimento a história principal, para min o livro é muito valorizado porque o único conto bem explicado e com boa formação é Urupês que conta a história de Jeca Tatu, que salva o livro e o torna um clássico.


Gláucia 07/10/2015

Urupês - Monteiro Lobato
Publicado em 1918, é o primeiro livro do autor a ser publicado e foi considerado um best-seller. Traz 14 contos, alguns dos quais já haviam sido publicados em jornal e tem como tema o universo rural, a vida do homem do campo porém não como costumava ser retratado na época por seus pares, que romantizavam a vida no campo. Lobato expõe em seus contos, o atraso e muitas vezes a indolência, contrapondo o universo urbano sob o ponto de vista de homens que visam ao cosmopolitismo europeu. Os contos vão do drama ao tragicômico e alguns tem toques grotescos.
Percebemos aqui como Lobato era extremamente crítico e contundente em suas opiniões. O penúltimo conto, A Velha Praga, esboça aquele que vem a ser um de seus mais conhecidos personagens, o Jeca Tatu que é esmiuçado em todas as suas características e mazelas sociais em Urupês, último conto da seleção e que deu dando o que falar na época que acabou intitulando a obra.
Meus dois contos preferidos: O Engraçado Arrependido e O Comprador de Fazendas.
Otavio.Vargas 03/04/2016minha estante
Obrigado Tava Precisando de um resumo,(e pra dever da escola :P) Obrigado!




Glauce 22/11/2009

Mundo estranho...
O livro é um tanto complexo nas palavras, linguagem rebuscada, muitas vezes difícil de entender. As histórias são interessantes, estranhas até, na sua maioria chocantes, com final imprevisível. O que me surpreendeu foi a visão ecológica de Monteiro Lobato, ao antever problemas ambientais, como o desmatamento. Infelizmente, tão atual!
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Marcos 13/04/2010

Minha opinião
É um bom livro de contos, principalmente considerando as críticas indiretas feitas pelo autor. O que pode ser inconveniente para alguns leitores é que em todo conto acontece pelo menos uma morte.
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Luis Netto 28/10/2010

Urupês
O livro, de Monteiro Lobato, narra os acontecimentos com nosso povo, as diversas histórias contadas por caipiras e índios, realmente é um livro que teve a capacidade de mostrar para o mundo como somos, como surgimos e como vivemos, mostrou nossas diversidades, raciais e culturais. E como ilustre personagem, Monteiro Lobato deu vida a Jecá Tatu, caboclo brasileiro responsável por nos mostrar este pais lindo em que vivemos.
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Fábio 18/01/2011

o unico conto de que gostei deste livro foi "Bucólica",que não é nada alegre e também de "Os faloreiros" que este sim é bom os outros são os outros apesar de ser "Urupês".
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Ariadne 13/04/2011

Urupês
Quem for ler este livro pensando encontrar aqui o Monteiro Lobato autor daquelas fábulas encantadoras, corre o riso de se decepcionar amargamente. Digo isso por experiência própria. Teria abandonado o livro no primeiro conto (que a meu ver é o mais perturbador) se não precisasse apresentar uma análise sobre ele, no ensino médio. Os contos retratam principalmente a vida cotidiana do caboclo no interior de São Paulo, como as tradições, os costumes e a linguagem. Monteiro Lobato emprega uma escrita de fácil compreensão e ao mesmo tempo "capricha" na ironia, intolerância e humor ácido. Geralmente todas as histórias têm um final trágico e meio macabro. Pra mim não serve. Mas há quem possa gostar!
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Garcia 05/07/2011

Literatura brasileira
Livro que reúne vários contos de Monteiro Lobato, ícone da nossa literatura infantil.
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Dhay 15/05/2013

Um ótimo livro. Amei essa realidade de Monteiro Lobato escrever, denunciando o "caboclo" em dois principais artigos: Velhas Pragas e Urupês, que logo acabaram virando conto e formando um livro... Os contos a maioria pautado na realidade, a cada conto a atenção é prendida de tal forma tipo: O que será que vem dessa vez. Gostei em especial do conto O Estigma, irrealidade interessante.
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Gabi 11/12/2013

Analise Literária do Conto Urupês de Monteiro Lobato

O Autor
Monteiro Lobato vive em processo evolutivo de idéias e neste processo ele tem flertes, os quais são refletidos em seus artigos. Ele se refaz, pois volta a trás de idéias já confirmadas porque ele vê a informação como salvadora, esta ideologia é muito presente em suas obras.

A Obra
O oposto da escrita de José de Alencar de Alencar que enaltece o índio com uma visão romântica, Urupês de Monteiro trás a tona o mesmo cenário com as informações darwinistas; mostra o caboclo como o macaco que quer dizer “ainda não evoluiu”* conforme a teoria de Darwin. A escrita Lobatiana tem fortes influencias do sociólogo Silvio Romero que também era professor de literatura que dizia; “se somos mestiços somos degenerados” e em Urupês vemos esta idéia refletida num trecho da narrativa: “Só ele não fala, não canta, não ri, não ama. Só ele, no meio de tanta vida, não vive ...”. Então ele gira sempre no questionamento:” Quem somos? De onde viemos?”; o ideal purista que busca a pureza da raça trás uma série de questionamentos e analisamos historicamente que temos origens cristãs e celtas**. A narrativa faz, também, uma comparação da crendice cabocla com a mitologia grega, há Santo pra tudo assim como os Gregos tem deuses para tudo. E toda a descrição do cabloco não é de um cientista, mas de um amante dela. Monteiro tira do leitor o patriotismo idealista para que ele adote um patriotismo consciente.

*Metáfora da mandioca:“A mandioca já é um pão amassado pela natureza” para Monteiro esta comodidade não permitia a evolução, pois ele permanece ali de cócoras como macaco e se os americanos tivessem sob o mesmo ambiente estariam também de cócoras.

**Viemos dos Visigotos, povo medieval cristianizado por Arino (bispo do século III) apoiado pelo imperador Constantino que gostava da idéia de que Deus e Jesus não era a mesma coisa, e sim que Jesus é filho de Deus, mas também temos uma linhagem celta que é pagã.
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Thiago F. 31/08/2014

Brevíssima análise geral.
Composto de 14 textos - 12 contos e 2 artigos - Urupês, "fazedor de desertos", de Monteiro Lobato foi publicado, originalmente, no ano de 1918, dentro de um contexto literário pré-modernista.

A obra ambienta-se espacialmente, na grande maioria dos contos, exceto nos dois primeiros: "O faroleiro" e "O engraçado arrependido", na região rural paulista do Vale do Paraíba, cenário da infância do próprio autor. Os contos são narrados em 1° e 3° pessoas a partir de um narrador observador, aquele que conta o que ouviu, tão comum no meio rural. Temporalmente, temos um nítido retrato do Brasil agrário das primeiras décadas do século XX.

De modo geral, as histórias apresentam de maneira bem transparente - valorizando a crítica em detrimento da exaltação - a vida e o universo da população do campo. Têm-se temáticas como: os conflitos familiares e entre vizinhos; o sonho de um filho bem sucedido; a saga por casar a filha ainda moça; a atuação dos coronéis; os causos do interior; entre outras que pincelam bem quem é e como vive esse homem tão destoante da sociedade tradicional.

Lobato, com seu estilo particular - um misto de grafia e arcabouço erudito com pitadas de referências regionais - traz à tona, antes dos famigerados modernistas, a figura do caboclo. Utiliza-se de influências expressionistas, ironias e elementos coloquias, especialmente a fala do caipira, para retratar de maneira mais fidedigna esse "ser" quem sempre esteve presente, mas nunca foi notado pela sociedade.

Há, portanto, uma grande importância residente nesta obra. Discussões de viés mais sociológicos, sobretudo na ideia de que o homem, no caso o caboclo, seria fruto do meio, no caso o ambiente hostil do campo. No campo da História do Brasil, a política dos coronéis durante a República Velha pode ser constatada. No que tange a literatura, por fim, nasce a abordagem analítica regionalista - que fora feita no Romantismo, todavia de forma menos criteriosa - que, de fato, serviu como suporte às pesquisas modernistas, posteriormente.

Com certeza é digno de ser lido, relido e nunca esquecido

Frases que me marcaram:
- " Só ele não fala, não canta, não ri, não ama.
Só ele, no meio de tanta vida, não vive..."
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