As verdadeiras riquezas

As verdadeiras riquezas Kaouther Adimi




Resenhas - As verdadeiras riquezas


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Vilamarc 17/07/2021

Livraria Símbolo
Livro-viajante da minha amiga Luize Ribas do @amareliteraria e contrariando o grupo que leu anteriormente, eu gostei.
Narra a missão-estágio de engenharia do jovem Ryad em desocupar a livraria As verdadeiras riquezas, um lugar simbólico para os vizinhos da rua Hamani e para os argelinos, pois a história da livraria se confunde com a Guerra da Argélia em 1961.
Ademais, o local sediara as edições Charlot que revelou ao mundo grandes escritores como Albert Camus, Antoine de Saint-Exupéry, André Gide entre muitos outros.
A história é narrada em 3 tempos e através de fontes diversas, inclusive o diário real de Edmond Charlot, entrevistas e reportagens de épocas, num brilhante exercício de imaginação.
Publicado em 2017 esse livro nos dá conta do discurso de ódio com bases coloniais contra os imigrantes africanos na França contemporânea, mas que pode ser estendido aos países ricos. Um discurso que evidencia o preconceito étnico e religioso hodierno.
Luize Ribas 17/07/2021minha estante
Feliz que tenhas gostado querido amigo!




regifreitas 31/01/2021

AS VERDADEIRAS RIQUEZAS (Nos richesses, 2017), de Kaother Adimi; tradução Sandra M. Stroparo.

A obra da autora argelina Kaother Adimi traz tantos elementos interessantes: passagens da história do seu país, no contexto da Segunda Guerra Mundial, bem como da sua guerra de independência; a presença de nomes importantes da literatura: Camus, Saint-Exupéry, Gide; também fala sobre a paixão de um homem (Edmond Charlot) pelos livros, e por todo o processo envolvendo a edição e publicação de obras literárias. Entretanto, o que muitas resenhas alardeavam como o ponto forte da obra - a concisão e a ausência de excessos narrativos por parte da autora -, aqui me decepcionou um pouco. Saber cortar o que é supérfluo, geralmente é um ponto positivo (é com você mesmo, Stephen King!). Mas aqui foi até demais. A história era tão boa, alguns dos personagens tão fascinantes, que eu queria saber mais sobre eles.

O romance abrange um período que vai de 1936 até 2017. São vários eixos narrativos que se tocam em alguns momentos. Há uma mistura de fatos reais com criação ficcional. Embora tivesse acesso aos diários originais de Charlot (editor das primeiras obras de Camus), Adimi utilizou-os apenas como inspiração, romanceando muitos dos acontecimentos relatados. Já uma das partes inventivas, que trata de Ryad, um jovem estudante parisiense de arquitetura, cujo trabalho de desmontar a livraria As Verdadeiras Riquezas faz parte do seu estágio de curso, já deixa um pouco a desejar. Sua história pessoal é apenas aventada, e tudo é muito insosso. O que realmente tem valor é a interação do rapaz com os moradores do entorno da livraria, e a forma como isso o modifica.

Foi a primeira decepção do ano. Não que seja ruim, até está acima da média de muitas leituras. Mas livros que tratam de livros sempre me causam uma expectativa muito grande. E quase sempre, expectativa é meio caminho para a frustração.
Marta Skoober 31/01/2021minha estante
Livro sobre livros é sempre sinônimo de expectativas nas alturas!


regifreitas 01/02/2021minha estante
sim!!




Toni 20/01/2021

As verdadeiras riquezas [2017]
Kaouther Adimi (Argélia, 1986-)
Rádio Londres, 2019, 160p.
Trad. Sandra Stroparo.

Não é surpresa alguma que a história da literatura tenha se concentrado em autores, obras e movimentos literários. Falar em preparo tipográfico, peripécias de publicação, dificuldades técnicas para encontrar papel ou desafetos entre escritores e editores parece pertencer muito mais ao mundo das picuinhas e anedotas do que à dignificante seriedade de um historiador literário. Não obstante, a função do livreiro/impressor é quase tão antiga quanto o surgimento e a difusão do gênero romance na cultura europeia, e surpreende que estes profissionais imprescindíveis à impressão e distribuição de livros protagonizem tão poucas narrativas.

“As verdadeiras riquezas” é uma bela homenagem a esses invisíveis que tornam possível nosso desejo por mais mundo. Organizado em três núcleos narrativos, o romance conta (um)a história da livraria As verdadeiras riquezas (que realmente existe em Argel), a partir dos diários de seu fundador, o livreiro Edmond Charlot, entre os anos de 1935 e 1961. O segundo núcleo narrativo acompanha um jovem estudante parisiense de engenharia desinteressado por literatura que, em 2017, recebe a tarefa de “esvaziar a livraria e pintar tudo de branco” para dar lugar a uma padaria onde serão vendidos “todos os tipos de sonhos possíveis” (note-se a cruel ironia). Por fim, o terceiro fio desta história apresenta na primeira pessoa do plural (recurso brilhante) a história da independência da Argélia.

Não há excessos neste livro da K. Adimi, e é preciso manter-se atento à sua economia de palavras e cenas. Um breve diálogo entre o estudante Ryad e Abdallah, o último livreiro de As verdadeiras riquezas, revela inúmeros e complexos embates que sinalizam ressentimento, dominação cultural, represálias econômicas, opressão política e resiliência livresca. Um romance que se lê de uma sentada, se assim seus leitores o desejarem, mas também uma narrativa para se visitar sempre e se deixar ficar nela por tardes inteiras, como fazemos com nossas livrarias favoritas, sem hora para voltar pra casa porque sabemos que já estamos lá.
Raquel 08/02/2023minha estante
Resenha maravilhosa que faz jus ao livro! Acabei de relê-lo




Samantha @degraudeletras 22/09/2020

ADIMI, Kaouther. As verdadeiras Riquezas. Rio de Janeiro: Rádio Londres, 2019.
Iniciei a leitura de As verdadeiras riquezas de maneira despretensiosa, queria algo leve só para passar o tempo, mas quebrei a cara de maneira positiva. Logo no início caí numa pesquisa história sobre a Argélia!

Pois é, a autora fez um apanhado histórico sobre a Argélia desde os anos 30 e usou a figura de Edmon Charlot, um editor franco-argelino, para nos contar um pouco desse recorte.

Em paralelo a leitora do diário de Charlot, o leitor acompanha o fictício desmonte da livraria biblioteca criada pelo editor em 1936 como um refúgio para amigos e apaixonados por livros “A literatura, ao menos ela, não me deixará jamais” p.28. Nesses fragmentos podemos nos deleitar com as menções a vários grandes nomes da Literatura. Inclusive, o nome da livraria de Charlot advém do título de um livro de Jean Giono.

Essa parte dos diários é incrivelmente envolvente, pois acompanhamos o período de ascensão e declínio da livraria e da editora, bem como os perrengues durante a guerra. A Argélia lutou ao lado da França na Segunda Grande Guerra e pouco tempo depois caiu em outro conflito para libertar-se do colonialismo francês. Tempos escassos em que Charlot penava até mesmo para conseguir papel para impressão de livros.

Todos os pequenos detalhes desse livro são imbuídos de uma riqueza histórica sem tamanho. Me apaixonei profundamente principalmente por poder conhecer um pouco sobre Charlot e sobre a história argelina, tão sofrida ao longo dos anos. “Eles nos descrevem como um povo supersticioso, pitoresco, que vive em tribos, pessoas das quais é preciso desconfiar” p.23

O enredo da parte fictícia em si não oferece grandes reviravoltas nem trama miraculosa, mas é aconchegante mesmo assim. O prédio da 2bis Hamani abrirá espaço para uma padaria que venderá dentre outros produtos, sonhos. Me pergunto se essa não seria uma analogia a própria editora-livraria-biblioteca de Charlot, que já oferecia o sonho da publicação aos jovens escritores e o deleite em sonhos aos jovens leitores.

Esse é um livro aconchegante para quem gosta de livros, bem como para quem curte conhecer a história de outros lugares.

site: https://degraudeletras.wordpress.com/
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Edu Carvalho 03/07/2020

Fantástico!
É incrível como esse livro viaja por datas, anotações, fatos históricos e segue uma linha de raciocínio de fácil compreensão para o leitor. O final foi surpreendente para mim, pensei que o final seria sobre um personagem que pensei que fosse o protagonista, mas não, o protagonista foi outro personagem e me surpreendeu bastante!
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Lya 27/06/2020

Gostei muito
A história gira em torno da livraria As Verdadeiras Riquezas mas o foco mesmo é a relação da Argélia com a França, isso me interessou bastante porque eu não sabia nada sobre o assunto. O livro intercala entre passado e presente, entre narrativa e retalhos de um diário. Algumas partes podem ficar confusas porque são citados muitos autores que não são tão conhecidos, além de o título dos livros não estarem traduzidos. Vejo que a maioria das críticas ao livro são sobre a forma em que ele foi narrado, mas acredito que vale o esforço porque a visão do argelinos não é algo que vemos com tanta frequência, além de termos informações sobre como era fundar e manter uma livraria/biblioteca/editora na época. Recomendo bastante, é uma leitura que nos acrescenta muito.
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Pandora 21/05/2020

Primeiro, acho que falou um prefácio para introduzir Edmond Charlot - de quem muitos nunca ouviram falar - e para situar o leitor na Argélia enquanto colônia francesa. O livro começa com o fechamento das portas daquela que foi a Les Vraies Richesses (As verdadeiras riquezas), de Charlot, nos anos 90; pula pra uma conversa entre nativos em 1930 e depois vai para o diário de Charlot, cinco anos depois. E este é só o começo caótico da narrativa.

Kaouther Adimi misturou neste livro uma história verdadeira, a de Edmond Charlot com uma falsa, a de Ryad e como pano de fundo a conturbada história da Argélia. O problema é que ela não explica nada, as informações são jogadas ao leitor: os diários de Charlot, os fatos históricos, as suas impressões como cidadã (ela se coloca como parte das vozes argelinas no livro)... e se o leitor não tem o mínimo conhecimento sobre a Argélia e o papel de Charlot no círculo literário, é necessário fazer várias pesquisas sobre tudo para se conectar minimamente à história.

A coisa que mais me encantou no livro foi o entusiasmo de Charlot e seu amor pelos livros. Ele era um otimista. Quando decide abrir uma filial de sua editora em Paris, em determinado momento em que os negócios vão mal, ele escreve: ‘Um poeta. Um assassino. Se nem com isso a gente não sair dessa…’ Isto porque a editora seria instalada num antigo bordel, em que um dos frequentadores era um famoso poeta e cujo dono teria sido assassinado.

Até o fim de sua vida Charlot continuaria dizendo que a livraria e a editora não teriam existido sem os seus amigos e ignorava fofocas e maledicências do tipo ‘andam falando mal de você’. Mas se falaram, ele também teve amigos fiéis que o honraram: em 2010, seis anos após a sua morte, o poeta Frédéric Jacques Temple fez uma grande doação para que fosse criada a fundação editorial Edmond Charlot. Charlot tinha apoiado Temple e sido o primeiro a publicá-lo. Também foi o primeiro a publicar Camus, e sua pequena livraria foi ponto de encontro de intelectuais, escritores, pintores e jornalistas argelinos e franceses.

O diário de Charlot (1935-1961) é importantíssimo porque além de tratar de questões pessoais e profissionais, nos dá um panorama das dificuldades da guerra, da falta de matéria prima, a morte em voo de Saint-Exupéry, a prisão do próprio Charlot em 1942, a distribuição de livros como resistência, a luta pela libertação da Argélia...

Enfim, embora eu não amado a execução desta narrativa, eu adorei ler sobre a Argélia e de ter tido contato com os diários de Charlot. Terminei este livro agradecida pela sua existência. Adoraria tê-lo conhecido.
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marcioenrique 19/05/2020

livro curto, com duas histórias paralelas e bem divididas entre realidade e ficção.

o personagem fictício não me agradou; não há profundidade em sua história e é difícil encontrar qualquer ligação com a livraria, além do mais, seu conflito é fraco e parece inacabado.

o livro se faz interessante ao narrar os fatos da argélia, e das curiosidades de autores famosos que circulavam pela livraria.
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Isa 12/05/2020

Nostálgico
Sou fã número um dos livros de Albert Camus e para mim foi uma grande surpresa ter lido parte de sua história em "As verdadeiras riquezas" - além de todo contexto social que faz referencia aos conflitos de independência argelino. A escrita é muito fluida e a construção do texto foi muito boa - alternando fatos reais dos fictícios. Recomendo!!!
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Leninha 19/04/2020

Ryad é um jovem estudante que não gosta de ler. No estágio do seu curso ele precisa ir para Argel, esvaziar uma livraria. ?
?
Mesmo com esta tarefa desagradável, ele vai se deparar com um universo histórico, onde a literatura fala mais alto. ?
?
As Verdadeiras Riquezas é um livro com uma narrativa que detalha fatos da história, dramas vividos durante a Segunda Guerra ,o colonialismo e a guerra da independência da Argélia. É um livro para quem aprecia literatura.
?
"Vai chegar um dia em que as próprias pedras vão gritar por causa da enorme injustiça que já foi feita aos homens deste país..."
?
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Picón 11/04/2020

Apaguei minha resenha pois vi que estava muito parecida com a da usuária Mariana dal Chico. E como a dela está mais detalhada, melhor que fique somente a dela...
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Ju Salmont 03/04/2020

Livro muito interessante que traz a história política da Argélia juntamente com a história de uma livraria e o começo de vários autores no mundo literário.
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Aline T.K.M. | @aline_tkm 28/03/2020

Livros e história
Misturando ficção e realidade em uma narrativa poética e deliciosa, a autora conta a história de uma livraria argelina que foi ponto de encontro de nomes que marcariam a literatura pós-Segunda Guerra. Não se trata apenas dos livros, mas também de identidade, de tempos difíceis, guerras e massacres ? com destaque para os acontecimentos em torno da guerra de independência da Argélia.
Um livro curtinho, gostosíssimo de ler e que traz muita história impregnada em suas páginas.
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Raphael 05/03/2020

Este livro me surpreendeu bastante!!!
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