Mariana Dal Chico 14/01/2020“As verdadeiras riquezas” de Kaouther Adimi foi publicado no Brasil pela Rádio Londres que me enviou um exemplar de cortesia.
Desde que voltei a estudar o idioma francês, meu interesse por literatura francófona aumentou, por isso, fiquei muito empolgada quando recebi o livro e li a sinopse.
A livraria “As verdadeiras riquezas” foi fundada por Edmond Charlot que lutou bravamente para publicar os livros em que acreditava. Amigo de Albert Camus, ele foi sincero ao dizer que “O Estrangeiro” merecia uma editora maior, que desse vazão para sua grandeza.
Eu esperava uma leitura que trouxesse mais vida para a livraria, um ambiente tão querido por leitores, mas ela passou a ser coadjuvante em um enredo promissor que não teve um bom desenvolvimento.
O real e a ficção estão muito separados, é possível ver a linha que os divide e isso, prejudicou a fluidez da leitura.
Os trechos do diários de Charlot são bem interessantes, trazem desde a preocupação com o fornecimento de papel, ao lamento pela morte de um amigo.
A parte que mais me desagradou foi a ficcional, Ryad é um personagem fraco, seu conflito não convence e parece que sua história não é finalizada.
Os trechos que narram momentos históricos da Argélia são interessantes, principalmente pela escolha narrativa da autora que se inclui na fala sobre seu povo.
Essa foi minha última leitura de 2019, não é um livro ruim, mas ele tinha potencial para ser muito melhor.
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