Irmã outsider

Irmã outsider Audre Lorde




Resenhas - Irmã Outsider


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Anna.Beatriz 26/02/2024

Uma aula da vida
Ler Audre Lorde é como sentar numa sala de aula na qual você fica fascinada por 3 horas seguidas, honrados foram os que tiveram essa oportunidade de fato.

"Irmã Outsider" é uma coletânea de ensaios e conferências que faz um trabalho esplêndido em sintetizar da melhor maneira possível o tesouro que Audre deixou para nós. Um ponto muito forte dos escritos de Audre Lorde é sempre enfatizar sua multiplicidade: Audre foi uma mulher, negra, lésbica, mãe, poeta, professora, ativista, pensadora e muitas outras coisas. Ela nunca permitiu que qualquer faceta de sua identidade fosse ofuscada para que uma outra fosse mais digerível.

"Como uma lésbica negra e feminista que se sente confortável com os vários ingredientes diferentes da minha identidade, e como uma mulher comprometida com a liberdade em relação à opressão racial e sexual, eu me vejo constantemente estimulada a destacar algum dos aspectos de quem sou e apresentá-lo como um todo significativo, eclipsando ou negando as outras partes do meu ser. Mas essa é uma maneira fragmentária e destrutiva de viver. Minha concentração máxima de energia fica disponível para mim apenas quando agrego todas as partes de quem sou, abertamente, permitindo que o poder de determinadas fontes da minha existência flua, indo e vindo livremente por todos os meus diferentes eus, sem as restrições de uma definição imposta de fora. Só então posso unir a mim e a minhas energias num todo a serviço das lutas que abraço como parte da minha vida."

Audre jamais permitiria que imposições exteriores a aglutinassem em definições engessadas do que é ser mulher, do que é ser negra ou do que é ser lésbica, apenas ela poderia escrever essa definição, porque além de ser tudo isso, ela era Audre Lorde, a única.

Audre é um exemplo de brilhantismo para todos, mas excepcionalmente para nós, meninas e mulheres como ela, outsiders desde nascença, mas irmãs, aprendendo a buscar nessa irmandade a força para sobreviver como uma outsider.

(Me siga no meu Instagram literário, vamos amigar :) @mindrefugee)
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Natália 16/02/2024

Hoje encerro o meu primeiro contato com Audre Lorde, foi uma leitura densa, demorada, como a tempos não demorava para concluir uma leitura, mas bastante proveitosas.

este livro é um emaranhado de textos potentes, importantes e reflexivos.

os meus capítulos favoritos são: 'os usos da raiva: às mulheres redefinem a diferença' e 'olho no olho: mulheres negras, ódio e raiva'
gosto como Lorde trata a raiva, como ela entende a raiva como uma motivadora, como movimento, como necessário...muito do que eu acredito que a raiva deva ser.

o que mais gostei também, é a gramatura das páginas, são páginas grossas e na cor off-white (minha vista agradece) o que eu acho lindíssimo.

a nota que dou é: 4/5 ?

é isso, até a próxima leitura.

qual é a sua próxima leitura?
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Giacomet1 09/02/2024

Excelente livro, com muitas reflexões
Ensaios, conferências e entrevistas de Audre Lorde, uma mulher negra, feminista, poeta, lésbica. Os diversos textos são envolventes e profundos. O primeiro texto, sobre a viagem da Rússia, contém uma descrição das impressões sobre o país em 1976: falou sobre a forma que a sociedade via o valor do trabalho (carregar malas não era uma prioridade), as semelhanças com o clima de Nova York, a falta de pessoas negras nas ruas e o estranhamento, a visão limitada sobre o papel dos homens na educação das crianças. O último texto, sobre a segunda viagem à Granada, terra natal de sua mãe, trata da visão imperialista dos EUA sobre um povo que buscava sua independência e autonomia, por meios que não eram os determinados pelas regras morais do capitalismo norte-americano. Os demais textos intermediários tratam de questões importantes de forma muito profunda: poesia como forma de expressão de sentimentos; necessidade de se falar, verbalizar, mesmo que seja incompreendida, já que o silêncio adoece; o silêncio que vem do medo; o papel das mulheres brancas e dos homens negros na opressão das mulheres negras; o sentimento de raiva que cresce com a mulher negra, que muitas vezes é descontado em outras mulheres negras, dada toda a carga da socialização imposta. A sabedoria dessa mulher, vinda também das observações do seu sofrimento, fez um livro denso, emocionante, um tapa na cara que todos deveriam ler.
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Juliana 02/02/2024

Uso a Audre Lorde como referência há alguns anos por causa do seu ensaio, que está nesse livro, chamado "A Poesia não é um Luxo", inclusive muitos planos de aula pensados a partir desse texto...

Acho que Irmã Outsider é um dos livros que mais me fez pensar dentro das obras feministas que eu li. Ele não é exatamente sobre análise de história, debate de conceitos, mas ele fala um pouco sobre a forma que existimos no mundo.

Mais especificamente, como mulher negra, Lésbica, Socialista, Lorde narra experiências sobre Granada, URSS, sobre ser uma mulher negra, linguagem, relações humanas. É tudo muito forte, maravilhosamente escrito e nos faz olhar para a vida com novas lentes.

Acho que o mundo seria melhor se a gente levasse ele mais adiante
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oliveiraecv 26/12/2023

Apenas muito obrigada!
Comecei esse livro em 2020 e eu era outra pessoa, uma que estava buscando construir e conhecer uma versão de mim que estava escondida. Cada ensaio desse livro foi construindo e modelando meus pensamentos, adicionando ou tirando sentimentos, entrando no meu inconsciente, mostrando meus erros e acertos com sabedoria e delicadeza. Devo admitir que existe uma Thainá antes de ler o capitulo chamado ?A transformação do silêncio em linguagem e em ação? e uma outra pessoa após isso; partes marcantes desse ensaio já me apareceu em sonhos, momentos em que era preciso transformar o meu silêncio sufocante em palavras e, consequentemente, em ações. Também acho incrível terminar esse livro agora em 2023, onde me encontro olhando para o passado, notando meus passos dados, ciclos iniciados e outros encerrados, ver como seguir muito dos ensinamentos dela (e marquei muitas paginas do livro, pois pretendo reler como bússola). Audre Lorde abre o coração e desabafa, é professora e muitas vezes se torna um espelho. Poder me ver nela: uma mulher negra e lésbica que se expõe, que mostra sua vulnerabilidade e nos chama para abrir caminhos com ela. A Thainá de 2020 que não sabia o quê e como falar, se mostrar, ser vulnerável e racional, está aprendendo cada vez mais e sentindo orgulho de quem está se tornando agora.
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Leila267 17/12/2023

Sensacional
Audre Lorde é incrível e nesta obra nos convida a sair da bolha e olharmos a vida de uma forma diferente de como formos “doutrinados”, diferente do modo europeu de pensar e agir. Ensina a nós pessoas negras, olharmos mais para nós mesmos, para os nossos, de forma a compreender o que o sistema colonial, eurocêntrico fizeram com os nossos antepassados e ainda na atualidade através do sistema racista e patriarcal fazem conosco, nos silenciando, nos ensinando a odiar a nossa imagem, nossa forma de ser e agir. Audre Lorde nos mostra como é importante entramos em contato com a nossa ancestralidade, com a consciência não europeia de vida, e a importância de verbalizarmos e falarmos o que deve ser dito.
"Para as mulheres negras [...] e homens negros [...] se nós não nos definirmos, seremos definidos pelos outros para proveito deles e nosso próprio prejuízo." Audre Lorde.
Importante dizer que este livro me fez, olhar mais internamente para os meus sentimentos, cultivar mais o autoamor, entender outras mulheres negras, e olhar com mais amor, respeito e cumplicidade para outras mulheres negras.
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eusil 19/11/2023

Um dos livros mais densos e perfeitos que já li. nunca me identifiquei tanto com uma escritora quanto me identifique com a Lord. daquelas leituras que aproximam, causam muitas sensações e da vontade de viver numa bolha. vou sentir saudades.
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Letibrbsa 17/07/2023

Aprendi muito com esse livro, cabe a nós, brancos, lermos escritoras negras para de alguma forma fazermos parte da luta.
Não basta não ser racista, é preciso ser antirracista!
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Jaydson0 14/07/2023

?Se eu tivesse nascido muda, ou feito um voto de silêncio durante a minha vida toda em nome da minha segurança, eu ainda sofreria, ainda morreria.?
?Quando olho para os meus pontos mais vulneráveis e reconheço a dor que senti, consigo separar a origem dessa dor dos arsenais dos inimigos. Portanto, minha história não pode ser usada para dar munições ao inimigo, é isso diminui o poder deles sobre mim?
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Henrico.Iturriet 03/05/2023

Me emocionei
As questões relativas a identidade racial estão me inundando tanto, como se escolhidas a dedo por uma inação ou força maior, colocando no meu caminho o que me inspira e o que me suporta, na raiva, na fúria e na concepção de amor que eu construo sobre mim.

Audre lorde é emocionante, uma militante negra e lésbica que é sincera sobre si mesma em todos os seus textos, conferências e questionamentos assíduos. É impossível não perceber o trabalho de desconstrução que ela faz nos próprios sentimentos quando percebe que a parte do opressor que habita em nós é sempre uma estratégia maior de desumanização, uma dificuldade irracional de desejo de morte, logisticamente histórico e procedural. Quando penso nesses textos, penso nos silêncios que guardei, nas submissões que passei, as compreensões desmascaradas e minadas por rebuliços sem sentido. ?Sou mais preta que você!? O que os anos 60 nos ensino? Pergunta lorde com a sagacidade do reconhecimento errôneo do movimento, lutando contra si mesmo em uma perspectiva de aniquilação.

Lorde me ensinou muita coisa, da vida, sobre mim, sobre o racismo e sobre os ataques que sofremos como irmãos diariamente, ela questiona a lógica eurocentrica de ciência racional pura, adicionando os sentimentos, nos tornando humanos ao invés de máquinas, e é lindo a sua forma de entender os pormenores da teoria expondo e não apenas comunicando.
Relerei vários desses textos na menor oportunidade, é um ensinamento pra vida.

Obrigado, lorde vive em mim e em todas as pessoas negras desse mundo
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Rakell 23/01/2023

Um outro olhar, uma outra perspectiva para o feminismo
Meu TCC foi embasado a partir do ensaio "Usos do erótico". Desde então, procurei conhecer mais de Audre Lorde.
Um dos ensaios dela fala sobre a necessidade da poesia.
A poesia evoca vários sentimentos. Eu pude sentir a dor em suas palavras.
Eu pude sentir ódio.
Mas, também consegui sentir o amor que ela sentia ao escrever.

Audre Lorde, suas palavras reverberam, ainda hoje!!

Leiam!!! Esse livro é forte, pesado, sentimental, é necessário. ?
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luizavidal 04/09/2022

Genial
Lorde é extramente necessária em cada ponto que ela aborda nesse livro. Simplesmente uma leitura socialmente urgente. Que possamos apreciar o dançar das palavras e do (auto) conhecimento pelas suas obras.
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Samira_santos 12/07/2022

Incrível
Irmã Outsider, de Audre Lorde, retrata suas interações com outras mulheres e suas impressões acerca desses momentos. Também fala do poder da solidariedade entre mulheres, principalmente entre as mulheres negras. Além disso, Audre aborda o uso do erótico. Ela relata como sua mãe "a ensinou a sobreviver" sendo o próprio exemplo disso.
Enfim, enfim, é um livro lindíssimo e para lá de interessante. Sempre é bom ler uma autora feminista consagrada e conseguir enxergar facilmente porquê ela é consagrada, com Audre Lorde foi assim.
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bobbie 22/04/2022

Reflexões acerca do racismo.
Este livro é uma coletânea de textos dessa poetisa e professora universitária norte-americana negra e lésbica, que ao longo da vida sentiu o racismo rasgar sua carne em camadas de gênero, raça, classe e sexualidade (e acreditem, isso é MUITO). Como informado, ela foi uma poetisa, e se mostrou um tanto "insegura" de colocar no papel essas reflexões em prosa, dado que não era sua área de domínio. Mas Lorde foi muito bem sucedida. Reunindo falas em simpósios/congressos/encontros e textos "descompromissados" (ainda que eu tenha jogado este adjetivo aqui de forma completamente aleatória, no sentido de que foram textos escritos "apenas" para reflexão), ela consegue nos dar uma ideia dilacerante do que é nascer, crescer, viver e enfrentar a perspectiva da morte num corpo subalternizado socialmente por diversas camadas de preconceito cruel.
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huntzbergf 21/04/2022

olha pessoal vou dizer é uma obra prima
não sou a maior fã de poesia e afins mas tive que ler esse livro porque era uma das leituras obrigatórias da faculdade e acabei me apaixonado totalmente pela audre e sua escrita. ela consegue ser direta e tratar de coisas doloras de uma forma tão bonita que não tem como não se envolver e sentir o que ela sente também. nunca tinha ouvido falar dela mas acredito que a partir de agora ela se tornou uma das minhas autoras favoritas.
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