Preocupações

Preocupações Ana Guadalupe




Resenhas - Preocupações


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Hamilton_L97 29/03/2021

Pesado demais pra um pássaro que quer voar
Necessário pontuar que essa é uma coletânea de poesias sobre o desamparo e o desamor. Não, não tem contrapartidas de "veja bem, o amor não esta aqui mas tá alí".
A autora reflete sobre temas como a paranóia, o nojo, a desconexão da humanidade, a aflição do cotidiano, a solidão do lar, etc, até por isso o título "Preocupações" acompanha uma capa ilustrada com um rosto apático brotado de inflamações.
Quem como eu já teve doença autoimune com erupções na pele, principalmente no rosto, sabe bem como é se sentir um bixo nojento, em decomposição e sem autoestima numa sociedade marcada por padrões de beleza e aparências de redes sociais. Você sente a necessidade de se isolar, por sua própria proteção, mesmo que isso vá durar meses ou quem sabe um ano. As pessoas lá fora vivem enquanto você tenta não se coçar em casa, de frente pra um espelho que te angustia 40 vezes ao dia e esgota tua libido.
Eu me identifiquei com essa chamada de capa e resolvi ler o livro agora, nesses tempos de pandemia. Talvez não tenha sido a melhor escolha. Não me identifiquei muito (talvez por ser homem, pode ser; é um fator a se considerar, apesar do livro raramente permear explicitamente a questão do machismo) e não consegui abraçar algumas ideias da obra. Talvez pq o isolamento forçado da pandemia tenha me trazido um desejo de busca de certo amparo e toque humano, enquanto todo conforto e motivo de sorriso tem os fios cortados nessas poesias da Ana Guadalupe. É um livro bastante corajoso e interessante, isso é.
Não me pegou no nível que achei que pegaria. Ainda pretendo reler futuramente, talvez com outra experiência e noutro cenário eu me conecte melhor. Poesia tem disso.
A título de ilustração, eu costumo marcar nos livros as poesias que me tocaram mais. Não necessariamente as melhores, mas sim as que me evocaram uma sensação, lembrança ou me impactaram no momento que li. Nesse livro eu havia marcado umas 10 apenas (entre as 45 poesias que ele traz). Foleando agora, resolvi por marcar mais 4, que também são tocantes. Então foi um saldo de 14/45, apesar de ser ridículo quantificar assim.
Destaco que as poesias que mais gostei foram "As pessoas que não nos amam", "Lazer", "Morri" e "Amor Benzinho". Mesmo pra quem esteja com receio de ler ou comprar o livro, recomendo que vá atrás dessas.
Dizem que não se pode "julgar o livro pela capa" né, mas vale destacar que o material de impressão, a ilustração de capa, a tipografia e a editoração estão perfeitas. Veio ainda um marcador de página maravilhoso (Macondo, saiba que mal te conheço e já te amo pacas S2).
É isso. Recomendo demais, embora tenha me tocado pouco. Deu vontade de ler mais obras da autora e guardar esse pra revisitar daqui uns quatro anos.
Juli 31/03/2021minha estante
Só digo uma coisa: queria ser sua amiga.




Marker 25/07/2020

Ou incômodos, levando em consideração que toda preocupação é. Pensemos em como é difícil escrever algo sobre a influência avassaladora do normal. A arte serve, tantas vezes, para formatar e compreender alguma aresta sobressalente, o diferente, o inusitado. A arte mais ousada portanto é a mais mundana. Ana Guadalupe é muito ousada nesse livro, primeiro dela que leio, talvez seja ousada sempre. O inusitado aqui é talvez um morto falar, ou a mentira ganhar pernas longas na voz de um ermitão, mas tudo que acontece em Preocupações é cruelmente banal. E como doem esses retratos. A capa ataca minha tripofobia se olho por muito tempo, é a cara de quem se deixa penetrar pelo sofrido microscópico do dia a dia, do beijo no novo amor com gosto de amor anterior, que tragédia meu deus. Já aconteceu contigo? Beijar um pensando em outro, ler um livro de poesia contemporânea brasileira escrito por uma jovem mulher e não encontrar os chavões, as chaves, as regras? A Ana escreveu esse livro que é uma outra coisa, é todo o procedimento de mapas e autoconsciências que a poesia é hoje, mas também é uma risada gostosa na cara disso, e dos afobados.
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Isa Frasinelli 03/04/2022

Leitura do domingo de um livro que comprei na "Gato sem rabo", uma livraria de São Paulo que só tem livros escritos por mulheres. Me interessei pela proposta mais intensa ao ver ele na estante e decidi levar pra casa ao notar que a autora é brasileira. Acho que os poemas fazem jus ao título e em muitos deles me deparei pensando comigo mesma: "Nossa, que pesado".
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Nara 03/02/2023

Preocupações - Ana Guadalupe
Editora Macondo


Vi dia desses um autor falando que a melhor coleção que ele fez foram os livros de poesia e que ele não abria mão de nenhum.

Do ano passado para cá me vejo no mesmo processo. Não me desfiz de nenhum livro de poesia, me recuso e tenho orgulho da pequena coleção que estou montando.

Preocupações faz parte dela e, com muito carinho vez ou outra eu tenho certeza, vou reler.

Eu ri com alguns poemas e, me encontrei com alguns medos e sensações estranhas em relação aos outros que eu também ja tive..

Aliás, não sei se tem como dizer quão contemporânea é a poesia dela e dialoga em específico com a nossa geração e suas esquisitices.


Por vezes é o medo que assombra a nossa forma de ver e lidar com o outro... E um medo cego pelo ego, negar o outro é mais fácil que lidar com a rejeição, procrastinar porque é difícil assumir a responsabilidade que dá a manutenção de um vínculo, de um laço, de uma casa, da nossa própria vida.

Sabe aquela frase que muito me pega e, me revolta: como ser funcional tomar água, comer fruta e trabalhar tudo num mesmo dia?

ás vezes acho ridícula essa nossa dificuldade, ás vezes, me esbarro nela e me vejo tão comum como qualquer outra pessoa, fruto do nosso tempo.

 
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Lumar 08/01/2024

Poesias
Livro de poesias que trata de dos desamores, desafetos, dissabores da vida cotidiana.

Diferente de outros livros de poesias, essas nos tocam pelas fragilidades que vivemos e não nada belo ou leve no fim, é a dificuldade e dor pura.

Apensar da profunda tristeza, é um livro que vale a pena ser lido.
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raíssa. 26/01/2024

Gostei mas vou precisar ler de novo e com calma, li numa sentada só e acho que é um livro que é mais aproveitado quando se traga com pausas.
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