Diego 21/08/2014
Da Terra a Lua
O escritor francês Júlio Verne é uma das figuras literárias mais veneradas de todos os tempos. Uma explicação para isto pode ser encontrada no livro Da Terra à Lua (Editora Melhoramentos), uma das obras mais famosas do autor.
O livro narra as descobertas dos membros do Clube do Canhão que, com o fim da Guerra da Secessão, ficam entediados e sem motivos para exercitar seus conhecimentos e capacidades de guerra. Mas esta melancolia logo é quebrada pelo presidente do Clube, que lhes apresenta planos que podem levá-los, literalmente, da Terra à Lua.
Narrado em terceira pessoa, a história faz inicialmente uma ironia aos mentores políticos americanos; mas, sem deixar de lado o tom irônico, Júlio Verne segue a história, creditando-lhes o maior feito científico alcançado pelo homem. Na realidade, Verne apenas confirmava a ideia que corria em sua época de que o futuro e o progresso estavam na América.
O foco inicial é simples; os membros do Clube do Canhão estão reunidos, lembrando as glórias de um recente passado e se queixando de, após terem servido ao seu país com armas e lutado nos campos de batalha, estarem agora entregues ao esquecimento e à ociosidade. Esperançosos, olham para o futuro, mas não veem nenhuma perspectiva de guerra se aproximando.
É nesse ânimo que andam as coisas quando o presidente do Clube, Sr. Impey Barbicane, convoca-os a todos para transmitir um comunicado. Quando já estão reunidos, se espremendo apertados nos salões espaçosos do Clube, ele fala calmamente sobre um ambicioso e viável projeto que surpreenderia a todos e os manteriam ocupados: criar um projétil que, dotado de uma boa velocidade inicial, poderia alcançar a Lua.
Essa é a base de toda a trama. O livro, lançado em 1865, surpreendeu o público por sua precisão científica e pela ideia ousada que defendia – que o ser humano um dia alcançaria a Lua. Mas, afinal, era apenas mais uma obra de ficção. Entretanto, 104 anos depois, acontece o impossível: uma equipe de norte-americanos chega à Lua em uma nave tripulada. Exatamente como Verne previra.
Este livro sintetiza o espírito de Júlio Verne; em sua vida, foi mais do que um escritor de ficção científica. Era uma pessoa que acreditava na capacidade do homem de fazer o impossível e descobrir os mistérios do desconhecido. Por esta razão, esta obra é dedicada a todos os seres humanos que acreditam em si mesmos, sem, entretanto se orgulharem de sua singularidade no Universo.
São por estes motivos que o francês é venerado; ele é um inventor de realidades. Suas obras foram se cumprindo ao longo das décadas e dos séculos. Não porque Verne fosse um profeta. Simplesmente porque ele não via no improvável e impossível um limite para o ser.
por Diego B. Oliveira
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