May Pereira (Maira) 08/07/2020
Leve e com estilo inconfundível!
Particularmente, eu acho o conceito de spin-off uma ideia ao mesmo tempo simples a maravilhosa. Isso porque me parece sempre atraente a possibilidade de revisitar uma história amada e conhecê-la sob outra perspectiva.
Mais legal ainda é quando os coadjuvantes da obra original se tornam protagonistas do spin-off, porque não é fenômeno raro a gente se apaixonar por personagens secundários, muitas vezes pelo contraponto que eles representam em relação aos principais. E no caso de Doce Improvável, que conta a história de Javier e Christine, é bem isso que acontece.
Na duologia Doce Amargo, Javi surge como o par ideal da protagonista Linda. Com suas raízes latinas e apreço à família, ele é o tipo do cara que valoriza as coisas simples e quer ter um montão de filhos. Christine, por sua vez, seria uma excelente esposa troféu, que jamais tiraria Robert de sua zona de conforto. Bonita e sempre bem arrumada, ela é uma apreciadora de todos os tipos de “prova de amor” que o dinheiro pode comprar e, ao mesmo tempo, é inteligente e irônica o bastante para manter conversas agradáveis e jamais entediantes.
Mas, então, o que seria dos romances se os casais perfeitos não fossem formados pelos personagens que parecem mais errados um para o outro? E é dessa forma que a ambiciosa e espevitada Christine acaba provando dos encantos de “um rapaz latino-americano, sem dinheiro no banco”. E ao fazer isso, o novo casal nos mostra que o improvável é bem mais doce.
Por fim, livres da carga dramática da duologia original, os personagens aqui aparecem mais leves e, no entanto, são absolutamente completos. Isso significa que, embora parte da bagagem deles tenha origem nos outros livros, você pode ler apenas este se quiser e, ainda assim, vai provar de uma história tão simples quanto plena. E o melhor, com a mesma escrita fluida, gostosa e sofisticada que Evelyn Santana sempre nos entrega.
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