Léxico Familiar

Léxico Familiar Natalia Ginzburg




Resenhas - Léxico Familiar


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Marcianeysa 13/04/2024

Um livro de memórias da autora. Achei a leitura cansativa, e em certas partes, enfadonha, por não seguir muito bem um linha cronológica e ter muitos personagens, sem tanto aprofundamento.
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MaSantana 09/02/2024

O livro traz as memórias de Natalia Ginzburg sobre sua família durante os anos 1930. Em meio a cenário de criação de leis raciais na Europa que levou inúmeras famílias foram obrigadas a deixar seu lar, tornando-se apátridas ou sendo literalmente destroçadas pela guerra que se seguiu, Natália demonstra o cotidiano da sua família e como ela foi afetada por essas questões mas também suas Interações internas talvez comuns a muitas famílias.

Apesar de ser ambientado em um momento de tensões políticas na Italia léxico familia permanece sobretudo uma obra sobre a convivência familiar. A autora chegar a tocar assuntos como a criação das leis raciais, e as perseguições a rebeldes/ revolucionários que se insurgiram contra o regime da época - que aflige a própria família da escritora - mas tudo através do filtro da narrativa familiar. Não diria que o livro é biografia pois apesar da visão de tudo vir de Natália, ela mesmo permanece uma personagem meio esquecida nas histórias, ficando mais como uma narradora obedervadora. A leitura fluída e em certos momentos chega a ter um toque de humor. Um livro bom pra passar a tarde e pra quem gosta dessa temática de relações familiares. Na minha opinião de aproxima muito de uma abordagem micro histórico do período.
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h4gatha 23/01/2024

Grande família versão italiana
Livro meio que biográfico em que a autora esmiussa as pessoas que passaram por sua vida e suas relações uma com as outras, quase se isentando da narrativa.

É interessante, mas sinto que perdi o fôlego no meio da leitura e já não queria saber mais de tudo aquilo que ela me contava. Embora perpasse pelo período do facismo italiano, não é um assunto amplamente explorado e o finalizei com a sensação de "ah, então tá"
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Drics 01/01/2024

Ficção literária (com aspecto biográfico) da autora italiana Natalia Ginzburg cujo principal elemento linguístico é a família. Tentei me deixar fascinar pelo cotidiano familiar (dominado pela figura de seu pai, o anatomista e histologista Giuseppe Levi); por todas as histórias, afetos e afetações, percalços, aleatoriedades, contextos sócio-políticos e pela boa escrita da autora, mas simplesmente não funcionou pra mim. Achei a narrativa enfadonha e desinteressante.
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Biblioteca Álvaro Guerra 08/12/2023

“Neste livro, lugares, fatos e pessoas são reais. Não inventei nada”, escreve Natalia Ginzburg sobre sua obra mais célebre, Léxico familiar, de 1963. Nos anos 1930, como consequência da criação de leis raciais na Europa, inúmeras famílias foram obrigadas a deixar seu lar, tornando-se apátridas ou sendo literalmente destroçadas pela guerra que se seguiu. É nesse cenário que se inscrevem as memórias de Ginzburg. Nelas, o vocabulário afetivo de um clã de judeus antifascistas se contrapõe a um mundo sombrio, atravessado pelo autoritarismo.

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788535929874
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Livia1107 10/11/2023

O que faz uma família
Se eu alguma vez pensei que a 2ª Guerra Mundial já tinha sido mostrada por todos os ângulos possíveis, o Léxico Familiar de Natalia Ginzburg veio para me lembrar que existem tantas histórias quanto existiram pessoas que viveram aquele momento. Natalia viveu a ascensão e consolidação do fascismo na Itália em sua infância e juventude como caçula de cinco irmãos de uma família judia e antifascista, e revela, para quem quiser ler, todas as idiossincrasias de seus pais, irmãos e amigos – as características nem sempre lisonjeiras, mas também as corajosas, generosas e aquelas que se tornam engraçadas à medida em que vamos nos sentindo parte da família.

A contracapa da edição da Companhia das Letras afirma que “trata-se de uma história de resistência, narrada em tom menor”, como se o ponto de vista da jovem Natalia e suas questões familiares não fossem uma versão mais discreta, quiçá menos importante, do quadro “em tom maior” de um momento crítico da História. Mas a potência desse livro está justamente em que Natalia nos lembra da intimidade de milhões de famílias que foram destruídas por um ódio ignorante, incapaz de compreender a riqueza que se constrói por meio das relações cotidianas entre as pessoas, um ódio incapaz de se colocar no lugar do outro para entender que temos mais afinidades que diferenças. Ouso até imaginar: se houvesse um “Léxico Familiar” palestino, será que tantos judeus, e não judeus, apoiariam os crimes que Israel está cometendo diante do mundo neste momento?

Entre as férias da família na montanha, as contradições do pai, as alegrias da mãe, as aventuras dos irmãos, Natalia menciona as prisões, as perseguições, a necessidade de se esconder, os exílios, tudo como parte do tecido da vida: enquanto leva roupas limpas para os filhos na prisão, a mãe de Natalia também reclama que a caçula não quer acompanhá-la no cinema, por exemplo. Fiquei intrigada com as escolhas da autora, o que ela decidiu mostrar sobre os pais e irmãos, mas especialmente sobre o pai. Ela o expõe em toda a sua humanidade: defeitos terríveis, entremeados por atos cotidianos de amor à família, que a princípio nos fazem ter grande antipatia por ele, mas, ao final, acabam nos enternecendo – ou apenas a mim, que tenho coração mole. Léxico Familiar me fez lembrar do léxico da minha própria família, daquilo que nos torna uma unidade, das palavras e histórias que nos conectam e são a própria vida.

No clube do livro Leia Mulheres, do qual participo, o livro não foi uma unanimidade, muitas participantes se incomodaram ou com a falta de “enredo”, ou com a personalidade do pai de Natalia, ou com as infinitas repetições, ou com a quantidade de pessoas mencionadas, o que pode mesmo ser confuso às vezes. Mas, para mim, as escolhas de Natalia são o enredo, as repetições me fizeram rir e me sentir íntima, e a quantidade de pessoas que passam pela vida da família dá uma ideia da vida social daquelas pessoas, que foram íntimas de pessoas cujos nomes lemos em livros de História. O olhar observador, implacável, de Natalia, nos inspira a prestar mais atenção aos detalhes do cotidiano que, em retrospecto, fazem cada vida ser digna de um livro.

site: www.365livias.com
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Gois 15/10/2023

O micro e o macro
Uma mistura entre o micro do cosmo familiar com o macro do contexto social e político da Itália no pré e pós guerra. Uma autobiografia ou autoficção que conta uma parte da história dela, da família dela e do país. Uma linguagem simples, remetendo ao léxico familiar, aquele que temos apenas com nossos familires e que só eles entendem. Mas conta de eventos grandes. Um livro simples, bom, muito bem escrito e apesar de não excepcional, tem uns trechos muito bons.
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mimperatriz 16/05/2023

Léxico familiar
Sabe aquela conversa que você ouviu ou participou, sentada no sofá da sala ou ao redor da mesa na casa da sua tia, avó ou mãe (minhas referências e lembranças são sempre femininas), recheada de comentários pessoais que em nada mudam os fatos, mas que reafirmam uma cumplicidade única e, de quebra, dá um calorzinho no coração? É o que encontramos nesse livro de Natalia Ginzburg.
?Quando nos encontramos, podemos ser, um com o outro, indiferentes ou distraídos. Mas, entre nós, basta uma palavra. Basta uma palavra, uma frase: uma daquelas frases antigas, ouvidas e repetidas infinitas vezes, no tempo de nossa infância. (?) Uma dessas frases ou palavras faria com que nós, irmãos, reconhecêssemos uns aos outros na escuridão de uma gruta, entre milhões de pessoas. (?) Essas frases são o fundamento de nossa unidade familiar, que subsistirá enquanto estivermos no mundo, recriando-se e ressuscitando nos mais diferentes pontos do planeta (?)?.
Isso é o que mais ficou presente na minha leitura: o poder de Natalia em nos deixar à vontade e íntimos de sua família, mas também de fazer a gente procurar as memórias da nossa família.
Comigo funcionou e atiçou algumas lembranças boas - lembrei muito da minha infância, das minhas tias-avós, de como era gostoso descascar laranjas e dividir com uma delas enquanto conversávamos, de como era difícil não falar ou fazer barulho enquanto uma outra assistia a novela, o quanto era delicioso dar muitas risadas com outra tia e como hoje gosto de tomar algum líquido quente depois das refeições ou antes de dormir, do mesmo jeitinho que ela fazia.
Tudo isso é muito íntimo e altamente reconhecível na escuridão, como bem descreve Natalia. Carregamos uma memória afetiva forte que se mantém na essência e reconhece a fonte original, ainda que replicada para novas pessoas!
E é com essa lembrança que Natália mostra sua família - socialista e judia -, seus amigos e conhecidos como Cesare Pavese, Turati e os Olivetti, e um pouco da evolução do fascismo e do nazismo pela Europa - fugas, esconderijos, a campanha racial e a ocupação alemã.
Mas definitivamente o foco de Natalia é a família e não a guerra. Ela conta uma história gostosa e delicada da porta pra dentro, e menciona uma outra, horrível e bruta, da porta pra fora. Terminei há pouco o livro de Marguerite Duras, A dor, onde ela esmiuça alguns horrores da Guerra, e, ainda que Natalia não siga essa linha, sabemos que esses horrores permaneceram ali enquanto ela narra, de forma muito mais sutil que Duras, suas histórias.
Ettore Finazzi Agró inicia o posfácio com uma descrição sobre isso: ?Esta é a história de uma família de bem, dentro de uma História de tempos sombrios, encharcados pelo autoritarismo e pela repressão, e pelos horrores da Segunda Guerra Mundial.?
Aliás, pensando aqui enquanto escrevo, foi muito assertiva a opção de Natalia em nos presentear com o leve, com o cotidiano vivo em sua memória! Ela não narra o horror de maneira detalhada, mas sim a vida.
O prefácio dessa edição (2022) foi escrito por Alejandro Zambra e eu não posso deixar de contar sobre a coincidência de iniciar a leitura de um livro dele, Poeta chileno, um pouco antes de Léxico - estou na reta final do livro e apaixonada pela sua escrita. Em certo momento do prefácio ele escreve que ?A enorme originalidade desta obra reside em sua tremenda simplicidade.?, e é impossível não concordar.
Léxico foi publicado em 1963 e continua muito atual, justamente por mostrar essa intimidade familiar, tão gostosa e real. É um livro de memórias da Natalia e considerado sua grande obra!
Li ?As pequenas virtudes? antes de Léxico, mas recomendo fortemente a leitura contrária. Em Léxico conhecemos melhor a sua família e amigos e acredito que os contos de As pequenas virtudes fiquem mais claros após essa apresentação feita em Léxico. Vou relê-los em breve, sem dúvida.
Mas não se preocupe com a ordem da leitura! Seja qual for a sua escolha, vai valer a pena. Apenas leia Natalia Ginzburg.
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Marina 12/05/2023

Estava há tempos querendo ler algo da Natalia Ginzburg, esse foi o primeiro escolhido e eu adorei.

O livro é autobiográfico e segue uma cronologia, mas ele foca muito mais na relação entre os familiares do que nos fatos em si. Achei muito bonito e tocante esse registro das histórias que se repetem, dos bordões e piadas internas, das brigas e das alegrias, todo esse cotidiano que faz cada família ser única.

Durante o livro ela narra a ascensão do fascismo, a segunda guerra mundial, a perseguição aos judeus e socialistas e sua família sofreu muito nessa época com prisões, exílios, mortes. Ainda assim, ela mantém o relato leve e delicado. Uma preciosidade!
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aline203 09/03/2023

Família espirituosa no pré-guerra
Léxico Familiar narra de forma  delicada e aprazível um tempo/espaço pesado e tenebroso que foi a 2a guerra mundial.

Não, não é mais um livro sobre o holocausto, é outra coisa. É sobre uma família espirituosa (com personagens engraçados que poderia ser parente de qualquer um de nós) vendo chegar o que poderia ser o fim de gerações e amigos queridos.

Natália consegue nos trazer próximo da família dela, foi um prazer ler o livro. 

No início me perdi um pouco com os personagens, mas nada que me impedisse de continuar e amar.
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regifreitas 27/02/2023

LÉXICO FAMILIAR (Lessico famigliare, 1963), de Natalia Ginzburg; tradução Homero Freitas de Andrade.

Publicada em 1963, LÉXICO FAMILIAR é considerada uma das obras mais importantes da italiana Natalia Ginzburg. Trata-se de um livro de memórias, no qual a autora escreveu apenas sobre aquilo que se lembrava, segundo ela mesma nos diz em uma nota de advertência, logo de início.

Nessa mesma nota, ela esclarece que, sempre que o lado romancista entrava em cena, tentando ficcionalizar o que a memória não alcançava, recusava-se a ir adiante. Logo, os nomes e lugares mencionados são reais, as situações tratadas condizem o mais próximo possível com a realidade, conforme a memória o permitiu. Por isso também não existe uma ordenação cronológica desses acontecimentos. Assim, certamente existirão lacunas. Algumas até propositais, principalmente, confessa Natalia, no tocante a sua pessoa.

O livro é estruturado numa coleção de histórias curtas centradas em pessoas e eventos da vida familiar de Natalia. Contudo, ao retratar a intimidade de sua família, entre as décadas de 1920 e 1930, ela acaba nos oferecendo, por reflexo, um panorama da Itália daquele período. Principalmente a ascensão do fascismo ocupa um lugar de destaque, pois a autora teve diversos amigos e familiares presos durante aqueles anos - além de antifascistas, eram judeus.

Ginzburg escreve de forma simples e direta, mas sua prosa é profundamente evocativa. São os pequenos detalhes, os eventos mais banais do cotidiano, que constituem a essência da obra. Natalia sabe como captar com sutileza e vivacidade a complexidade dos seus personagens. Suas histórias são cheias de humor, tristeza e ironia, mas também são profundamente humanas e reconfortantes.

Este foi o segundo livro dela que li. E sim, quero ler tudo da autora que for possível chegar às minhas mãos!
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Eduardo 16/02/2023

Memória é palavra
Tenho uma queda assumida por histórias familiares, pelo que se esconde entre as dobras da toalha da mesa de jantar e pelo que é jogado para debaixo do tapete. E amo de paixão artistas que olham para o banal e conseguem encontrar grandiosidade nele. Esse livro combina os dois.

É lindo ler o resgate que Natalia faz das histórias que ouviu a família partilhar à mesa, nos encontros em amigos, em viagens. Uma verdadeira ode a essa riqueza que cada família carrega, que é uma maneira característica de narrar suas vidas, brilhantemente classificada como Léxico Familiar.

Não é apenas ao seu passado que Natalia nos concede acesso, mas à sua construção através da palavra de seus parentes. E ela consegue colher as recordações certeiras para costurar uma colcha de retalhos coesa e interessante, cheia de significados e sentimentos.

Cada recorte se desliza tão naturalmente a outro, que nem dá para perceber a ação do tempo. Quando alguém morre é que a gente percebe a vida seguindo seu curso, e não paralisada. É um olhar íntimo, para dentro, mesmo em meio ao cenário hostil e brutal do fascismo italiano.

Passei o livro todo esperando por uma grande tragédia. Ao final, percebi que a tragédia ali era a vida.
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Milena.Berbel 11/02/2023

Saí de um romance policial (que nem é muito minha praia mas me prendeu do começo ao fim) e vim parar em Léxico Familiar. Fui um pouco infeliz na sequência de livros porque o ritmo deste é completamente diferente.
Nas primeiras 40, 50, páginas, fiquei entendiada e impaciente, aí entendi que eu estava ainda acelerada. E lembrei que não se devora um livro da Natália Ginzburg, e sim, se demora nele.
Ela tem uma escrita que vai te cativando, te acolhendo, e foi o que aconteceu, até eu me ver imersa naquele núcleo familiar que ela descreve com um jeito tão peculiar e quase despretensioso. A história (nossa e do mundo) não é contada apenas através de fatos marcantes, datas específicas. Ela se revela também no cotidiano, nos acontecimentos do dia a dia, nos pequenos detalhes da vida de uma família que existiu e viveu num dado lugar, em uma certa época. E foi assim, puxando o fio da memória de tantos episódios do seu passado, por meio do vocabulário tão particular de sua família, dos seus gestos e costumes, que Natalia Ginzburg não só me incluiu na sua própria história, como também descortinou algo maior do que isso.
No fim das contas, eu gostei.
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Debora 28/11/2022

Uma autobiografia familiar
Neste livro, a autora registra a sua família, seus pais e 4 irmãos, numa Itália onde o fascismo era crescente. Ela é a caçula da família e registra de acordo com suas memórias, sem ficcionalizar - contudo, já não seria a memória uma ficção do real?
Não há grandes acontecimentos, clímax. Não é uma leitura rápida. Mas, à medida em que se segue, aquelas vidas - de pessoas que estão na "contramão" da história, no sentido de que não coadunam com a transformação social violenta excludente imposta - se tornam vidas de pessoas queridas, que a gente gosta de conhecer e acompanhar, mesmo em seus problemas.
"Natália Ginzburg nos mostra seus personagens quando não eram heróis nem vítimas; quando eram falíveis, quando era possível amá-los menos. E por isso amamos mais". Não lembro de onde tirei esta citação, talvez do prólogo do livro, mas ela faz todo sentido para mim.
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