Léxico familiar

Léxico familiar Natalia Ginzburg




Resenhas - Léxico Familiar


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Bookster Pedro Pacifico 10/03/2020

Léxico familiar, de Natalia Ginzburg – Nota 8/10
Hoje em dia, quando se fala em escritora italiana, logo pensamos no sucesso Elena Ferrante. No entanto, a voz feminina na literatura italiana começou muito antes, com as obras de Natalia Ginzburg – e que, já aviso, não se assemelham com a forma de narrar histórias de Ferrante. “Léxico familiar” é um dos livros mais conhecidos da autora e foi a minha escolha para o mês de dezembro do #DesafioBookster2019, em que o tema era relações familiares. •
E, como o título já indica, esse livro traz uma teia de afetos, encontros e separações entre os familiares de Ginzburg e aqueles cujas vidas de alguma forma passaram por essa família. Confesso que para um tema de relações familiares, dificilmente poderia ter feito uma escolha muito melhor. De fato, o leitor é convidado a participar, por meio das memórias de Ginzburg, do convívio íntimo de sua família – uma tradicional família judia italiana. São histórias das mais corriqueiras, até fatos que marcaram de forma permanente o destino das pessoas que estavam à sua volta. São histórias que revelam o caráter universal de um léxico familiar, por mais diverso que ele seja. Um livro publicado em 1963, mas que dificilmente ficará ultrapassado.

Além disso, apesar de a obra ser ambientada em um momento de “criação de leis raciais na Europa”, como indica a sinopse, esse é um tema que fica realmente em um segundo plano. As angústias e o sofrimento pela discriminação não são foco das lembranças da autora. Não espere encontrar uma obra com altos e baixos. “Léxico familiar” talvez não tenha sido escrito para prender a atenção, mas para ser aproveitado aos poucos, na medida em que vamos conseguindo nos aproximar mais dessa rede de memórias e nos sentirmos parte dessa família.

site: https://www.instagram.com/book.ster
Barbara.Luiza 12/08/2021minha estante
Talvez comece antes ainda, a Itália tem uma nobelada no país que é bem anterior: Grazia Deledda.


lukascolab 27/05/2023minha estante
dar 4 estrelas pra esse livro só mostra o quanto esse sujeito não entende nada de literatura




Carolina.Gomes 01/06/2022

A Vida segue?
Esse livro foi uma grata surpresa para mim. Nunca tinha lido nada da autora, apenas li comentários sobre a semelhança de sua escrita com a da Ferrante. Suponho que isso se deva ao fato de ambas ambientarem suas histórias na Itália.

Natalia relata, nesse livro, memórias afetivas de sua família em um cenário conturbado: a era Mussolini.

Sua narrativa é fluida e possui certa musicalidade, eu diria. Em diversos momentos, senti como se a autora estivesse ao meu lado contando as histórias, visualizava seus pais, seus irmãos com suas peculiaridades e tive a sensação de que a vida segue mesmo sendo atropelada pelos acontecimentos históricos nefastos.

Impossível não imaginar nossas próprias histórias seguindo em meio ao confinamento pandêmico.

Os personagens são reais, a história é real e Natalia narra os fatos e forma inacreditavelmente isenta de paixões mas transmitindo ao leitor uma conotação de afeto e respeito por todas as pessoas que se tornaram personagens desse livro extremamente aprazível.

Saliento que a proposta da autora não é se aprofundar sobre os eventos históricos que servem de pano de fundo para sua narrativa. O objetivo do livro é falar sobre os laços familiares, os símbolos e os afetos.

Foi uma experiência emocionante e enriquecedora. Recomendo!
Eliza.Beth 01/06/2022minha estante
Parece interessante mesmo




Drics 01/01/2024

Ficção literária (com aspecto biográfico) da autora italiana Natalia Ginzburg cujo principal elemento linguístico é a família. Tentei me deixar fascinar pelo cotidiano familiar (dominado pela figura de seu pai, o anatomista e histologista Giuseppe Levi); por todas as histórias, afetos e afetações, percalços, aleatoriedades, contextos sócio-políticos e pela boa escrita da autora, mas simplesmente não funcionou pra mim. Achei a narrativa enfadonha e desinteressante.
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Steph.Mostav 16/03/2021

A alegria do relato
Léxico familiar é um relato autobiográfico não sobre a própria autora em si, mas os que a cercam. Seu papel é o de narradora ausente que recorda e observa. É a história de uma família judia e antifascista que foca na família e no vocabulário próprio que eles mantinham dentro desse círculo doméstico, sem a idealização da ficção e sim através da simplicidade do resgate da memória. Um dos maiores valores do texto está na autenticidade da história daquela família, dos acontecimentos mais banais aos mais únicos. Mais que isso, é impossível não sentir a satisfação da escritora com aquele relato do que a história oficial sempre descarta como supérfluo e não notar o contraste entre esse núcleo familiar monótono e período turbulento da história. Ginzburg nos transmite o léxico próprio da família Levi, que morreria com o tempo se não fosse eternizado através da literatura pelas mãos de uma narradora que ao mesmo tempo em que é uma testemunha confiável, também manipula a realidade que vivenciou através do seu olhar. O fato de que o livro se inicia e se encerra com a mesma história contada pela mãe reforça a ideia de que a tarefa de levar histórias adiante sempre foi uma característica da família.

"Contar e recontar sempre a mesma história, usar e continuar usando sempre a mesma linguagem particular: é esta, afinal, a maneira de resistir a um tempo vertiginoso e trágico, e permanecer num lugar certo e 'nosso', nesse espaço desmedido e cheio de ruínas que costumamos chamar de moderno."
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Isabel583 14/09/2022

Léxico familiar
Genial a escrita e habilidade de Natalia em descrever parte de sua vida, relembrando não de forma monótona, muito menos triste as vivências passadas daqueles ao seu redor pelos seus olhos. Outro fator determinante para a narrativa é como o fascismo e seus danos se adentram aos poucos na vida das pessoas , cada vez mais drasticamente. Parece até que conheço o pessoal, mestra nat
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Carol 17/06/2021

Impressões da Carol
Livro: Léxico Familiar {1963}
Autora: Natalia Ginzburg {Itália, 1916-1991}
Tradução: Homero Freitas de Andrade
Editora: Companhia das Letras
256p.

Natalia Ginzburg é uma das vozes mais representativas da literatura italiana do pós-guerra. Escritora, crítica literária, ensaísta, tradutora, ativista, teve a vida marcada pelo fascismo, o que deixou traços evidentes em sua literatura, voltada aos temas da memória, da perda e da família.

O que me atrai em sua escrita é essa mistura de uma linguagem poética, minuciosa na escolha de cada palavra e a linguagem coloquial, do cotidiano, cheia de ditos populares e frases feitas.

Em "Léxico Familiar", ela se apropria das expressões usadas por seu pai e por sua mãe que passaram a constituir uma forma particular de comunicação familiar. 'Surge um novo astro', 'Não reconheço mais a minha Alemanha', 'Farolagens', 'Parvoíces', são alguns exemplos deliciosos.

"Somos cinco irmãos. Moramos em cidades diferentes, alguns de nós estão no exterior: e não nos correspondemos com frequência. Quando nos encontramos, podemos ser, um com o outro, indiferentes ou distraídos. Mas, entre nós, basta uma palavra. Basta uma palavra, uma frase: 'Não viemos a Bergamo para nos divertir ou 'Do que é que o ácido sulfídrico tem cheiro', para restabelecer de imediato nossas antigas relações, nossa infância e juventude, ligadas indissoluvelmente a essas frases, a essas palavras." p. 37

É instigante compreender o papel desse léxico na construção da memória dessa narradora que retoma a infância. A memória é escorregadia, ao escrever somente o que nos lembramos, não podemos aspirar à verdade. Isso resta claro na 'Advertência', que abre o "Léxico Familiar".

Natalia Ginzburg ao descrever esse vocabulário próprio de sua família acaba por descrever o quadro coletivo e histórico onde essas lembranças infantis estão inseridas. O tempo particular e o tempo histórico são indissociáveis.

Reli "Léxico Familiar, no #projetoferranteindica, junto com as apoiadoras do Canal Chave de Leitura, da @alineaimee. Feliz em ver tantas amigas queridas tendo contato com a minha escritora favorita. Leiam Natalia Ginzburg, gostoso demais.
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aline203 09/03/2023

Família espirituosa no pré-guerra
Léxico Familiar narra de forma  delicada e aprazível um tempo/espaço pesado e tenebroso que foi a 2a guerra mundial.

Não, não é mais um livro sobre o holocausto, é outra coisa. É sobre uma família espirituosa (com personagens engraçados que poderia ser parente de qualquer um de nós) vendo chegar o que poderia ser o fim de gerações e amigos queridos.

Natália consegue nos trazer próximo da família dela, foi um prazer ler o livro. 

No início me perdi um pouco com os personagens, mas nada que me impedisse de continuar e amar.
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Jacy.Antunes 07/10/2021

Viver para contar.
Natália abre as portas da casa dos Levy e apresenta a sua familia: o pai metódico, a mãe amorosa, os irmãos que discutem Proust e a busca pelo tempo perdido.
Pelos olhos dela acompanhamos a vida da família entre 1925 a 1950 , quando a Itália viu Mussolini tomar o poder e a perseguição aos judeus afetar a vida da família Levy.
Léxico Familiar é o livro que precisamos ler e escrever para preservar a nossa estória nesses tempos de barbarie.
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André Vedder 03/08/2020

Enfadonho..
Criei boas expectativas com o livro, mas no decorrer da leitura ela se tornou arrastada, e fui empurrando com a barriga até o término. A autora tem uma boa prosa, mas o enredo gira em torno de sua família e dos amigos da família, e dos amigos dos amigos...tudo de uma forma meio resumida. Até mesmo a questão do fascismo do antes e pós a guerra achei muito superficial no livro. Infelizmente o livro não cativou minha atenção.
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Gláucia 30/11/2015

Léxico Familiar - Natalia Ginzburg
Natalia nos conta suas memórias familiares, da infância à vida adulta, sem entrar em detalhes sobre sua história de vida, apenas nos contando pequenos episódios, anedotas familiares, retratos cotidianos que formam nossa vida, nosso passado.
Não conhecia a autora e após a leitura continuo sem saber grandes coisas sobre ela e foi justamente isso que me chamou a atenção. O livro foi escolhido para leitura do fórum e a princípio não tinha intenção de ler. Afinal, pra que ler um livro das memórias de alguém que nem sei quem é? Foi surpreendente como ler sobre a vida de um desconhecido mexeu tanto comigo, com minhas próprias memórias afetivas. Todos temos episódios parecidos, todos temos nosso léxico familiar, fatos e ditos que só fazem sentido para os membros de determinada família.
O livro foi publicado em 1965 e imagino que tenha sido dolorido para a autora escrever sobre esses pequenos acontecimentos que nos faz sentir tão saudosos... Apesar disso o tom do livro é de leveza, muito divertido e o tempo todo ficava comparando as situações narradas por ela com episódios semelhantes vividos em meu núcleo familiar.
Amei o pai dela, provavelmente por ser extremamente parecido com o meu próprio pai, em vários aspectos. Não posso deixar de parafrasear Tolstói no início de seu romance Anna Kariênina: todas as famílias italianas são iguais, mas todas as famílias italianas são italianas à sua maneira.
Michele 08/08/2017minha estante
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Sid Dantas 28/12/2017minha estante
Linda resenha Gláucia. Acabei de ler o livro e concordo com você. Expressou o que eu tinha vontade de escrever se realmente soubesse escrever! Parabéns!


Gláucia 28/12/2017minha estante
Ah obrigada. Me deu até vontade de reler...
Se você gostou desse livro imagino que também vá gostar de Anarquistas Graças a Deus da Zélia Gattai.




Sid Dantas 28/12/2017

Um passeio delicioso pela família da autora
Esqueça a primeira resenha dizendo pra você saber sobre a autora para poder ler este livro.

Eu não sabia nada sobre a autora e devorei o livro em 2 dias.

Não é a história apenas da família da Natália mas de todos nós. Contada de uma maneira serena e divertida. O pai dela é uma figura.

Se você está na adolescência lendo Jojo Moyes, talvez esse não seja o livro pra vc, quem sabe daqui 15 anos.

LEIAM!!
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Carol Vidal 02/11/2020

Interessante, mas não me cativou por completo
No início da leitura, achei o ritmo excessivamente arrastado e demorei pra me sentir cativada pelos personagens. Quando senti que conhecia melhor os personagens, a leitura se tornou mais interessante e adorei entender a dinâmica daquela família. Essa ideia de contar uma história num período grave da história mundial escolhendo direcionar o olhar pra dentro do lar foi algo que me cativou e me deu outra perspectiva.

Porém, a narração mais afastada, com ela falando da própria família como se não fizesse parte daquela dinâmica, me incomodou e fez com que eu não me envolvesse tanto emocionalmente.
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Paula.Moreira 10/01/2022

Escrita bem única
Uma leitura que me deixou muito intrigada a autora. A autora conta dinâmicas de seu núcleo familiar...dinâmicas muito únicas, que só os participantes da família sabem como funciona. Ao mesmo tempo, vc sai sem se aprofundar em ninguém... Fica pra sua imaginação refletir como eles se sentem com os eventos externos.

O livro tem como pano de fundo a segunda guerra mundial. E como se tratava de uma família judia e comunista, eles passaram por perseguição e tiveram muitas perdas , MAS isso é o de menos no livro... A autora consegue não dar muita ênfase nesses acontecimentos maiores e a guerra fica quase como pano de fundo . O livro acaba sendo uma junção de coisas mundanas... Junção das dinâmicas que a família dela construiu... Paradoxalmente comum e única. É muito estranho! Achei essa autora muito boa!
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Carla Verçoza 12/02/2021

Léxico Familiar faz um retrato de uma família de judeus de esquerda, vivendo principalmente em um período onde se vê o crescimento do fascismo e durante a guerra. No entanto não é exatamente um relato sobre os horrores da guerra. A autora conta de forma coesa e sem muito sentimentalismo, a dinâmica familiar, suas personagens, com suas manias, chatices, preconceitos, violências. Há sempre alguma identificação com as histórias, não exatamente com os fatos, mas com a dinâmica, as piadas internas. Em um trecho a autora comenta que se algumas frases forem ditas em meio a uma multidão, os membros da família conseguiriam se identificar facilmente, creio que muitos temos algo parecido com isso, em relação à família ou alguns membros dela.
A história, desde a infância dela e seus irmãos, vai se desenvolvendo e os elementos políticos vão sendo inseridos e mostrando como impactam na vivência dessas pessoas. O pai socialista, uma pessoa que considerei extremamente desagradável, grosseira, ingrata (tem tudo na mão e só reclama e ofende), racista, violenta, que não consegui encarar com humor seus momentos que talvez fossem para mostrar como o pai era "uma figura". Pra mim não funcionou, fiquei bastante irritada lendo as coisas que ele fazia.
Enfim, os filhos vão crescendo, o fascismo também, vem a guerra, as prisões, as perseguições, as fugas, bombardeios, em meio disso a vida vai seguindo, casamentos, filhos, carreiras.
Gostei do livro, daria uma nota 8/10 (o que pra mim são 3 estrelas e meia aqui no skoob). Tem alguns trechos bem interessantes e pretendo ler outros da Natalia pra conhecer melhor a autora.

"Nós achávamos que a guerra iria virar e revirar imediatamente a vida de todos. Durante anos, ao contrário, muita gente permaneceu sem ser incomodada em sua casa, continuando a fazer o que sempre fizera. De repente, quando cada um já achava que no fundo se livrara por pouco e não haveria nenhum transtorno, nem casas destruídas, nem fugas ou perseguições, explodiram bombas e minas por toda parte e as casas desabaram, as ruas se encheram de ruínas, de soldados e de fugitivos. E não havia mais ninguém que pudesse fingir que nada estava acontecendo, fechar os olhos e tapar os ouvidos, enfiar a cabeça embaixo do travesseiro, não havia. Na Itália, a guerra foi assim."

"E o tempo que se seguiu foi como o tempo que se segue à embriaguez, e que é de náusea, de langor e de tédio; e todos, de um modo ou de outro, sentiram-se enganados e traídos: seja os que habitavam a realidade, seja os que possuíam, ou acreditavam possuir, os meios para narrá-la. Desse modo, sozinho e descontente, cada um retomou o seu caminho."
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