Camila Aranha 18/11/2023
Eu achei que teria medo ao ler esse livro, mas confesso que esse sentimento não se fez presente durante a leitura. Não que seja um livro ruim porque não tive medo, muito pelo contrário, eu gostei bastante da história, da escrita e do desenrolar da trama. Bastante mesmo! Mas acredito que eu tenho uma resistência pra esse tipo de leitura hahahaha
É uma história impressionante, que tem cenas violentas e que podem ser gatilhos para algumas pessoas. Além disso, para aqueles que creem em possessões, pode ser um livro bem impactante e medonho.
Chris é uma atriz de muito sucesso, voando na carreira, com uma filha criança e mãe solo. Mora com dois ajudantes e uma secretária pessoal. Durante a filmagem de um filme, em que interpreta uma professora de psicologia, Chris nota comportamentos estranhos em sua filha. Por ser extremamente cética, decide levá-la em médicos para realizar exames e avaliações, mas de nada adianta, os acessos de histeria de Regan só pioram. Eis que o diretor do filme vem a falecer e a polícia tem a suspeita de que alguém ligada a Chris seja o principal suspeito do homicídio. Envolta em todo esse caos, só resta a Chris pedir ajuda ao padre jesuíta, Karras, para ajudá-la a lidar com tudo.
O que mais me impressionou nessa história, é o amor e determinação de Chris, mãe de Regan. Vendo tudo que ela passou nessa história, é inacreditável como ela teve forças pra lutar pela vida de sua filha e nunca desistiu. Eu não tenho filhos, mas sempre me comovo de ver histórias de mães que fazem de tudo por seus filhos, mesmo que na ficção. Penso que deve ser um amor que ninguém entende como é senti-lo, apenas uma Mãe. Admiro mulheres no geral, mas tenho um grande respeito por aquelas que dedicam suas vidas aos filhos.
Outro ponto muito interessante, é a dualidade que o Padre Karras enfrenta, o qual é o responsável por determinar se a Regan possui uma doença ou sofreu uma possessão. Karras é padre, mas também é psiquiatra. Ao longo de seu estudo e análise do caso da família McNeil, o padre fica divido entre fé e ceticismo, entre a religião e a ciência, tentando convencer-se a si mesmo a negar um e aceitar o outro.
Dito tudo isso, me arrisco a dizer que o protagonismo dessa história não é a entidade, não é a possessão, nem o exorcismo em si, mas a luta de Chris e todo seu amor para salvar sua filha e a divisão enfrentada por Karras. Até porque, os mistérios que rondam a história são um tanto quanto óbvios, não existe nenhum grande plot twist, mas fica muito nítido como a mãe se nega a enxergar a verdade ao mesmo tempo que faz de tudo para proteger sua filha, assim como a divisão interna enfrentada pelo padre.
Outro ponto importante é que o livro é de 1972, e considerando a época em questão, foi um livro bem polêmico! Não é à toa que foi adaptado para o cinema. Filme, o qual, não tenho coragem de assistir! Ler depende da minha imaginação, mas não tem som e nem sustos! Já não posso dizer o mesmo do filme ?????
Eu adorei a leitura, mesmo parecendo meio bizarro dizer que gostei de um livro com essa temática. É muito bem escrito, prende bastante a atenção e impressiona (ou até pode dar medo para os mais sensíveis). Foi uma ótima leitura de Halloween e recomendo para os interessados (e corajosos) ?????