Victoria.Bandeira 27/09/2022
?You already know what you?re going to do. Everybody does.?
Fleabag é simplesmente impecável. Esse livro, em formato de roteiro, conseguiu matar um pouco da saudade que eu fiquei da série quando acabou.
Phoebe Waller-Bridge consegue, sem ao menos mencionar o nome da personagem uma única vez, que mergulhemos na vida caótica de fleabag. Acompanhamos seu luto, seus erros, suas tentativas de fazer dar certo. A primeira temporada demonstra todo o caos interno que a personagem carrega, destinada a um momento torre na vida.
As relações e como são feitas e desenvolvidas, novamente - mesmo não tendo o nome do pai, da madrasta - nos fazem questionar até mesmo nossas próprias convicções. Acho a retratação de irmãs perfeita para a realidade, assim como a complexidade de um luto em meio a um núcleo familiar que o pai claramente não é preparado para nada.
Fleabag não é uma personagem para ser amada, mas mesmo assim não conseguimos evitar. A relação íntima criada entre o público e a personagem é única. Faz com quem compartilhemos um segredo, uma cumplicidade.
O primeiro episódio da segunda temporada é perfeito para sabermos o que esperar - um ciclo de amadurecimento sem perder a essência de fleabag. A relação entre o padre, ela e seu conflito com Deus mostra que nem sempre podemos escolher o amor.
Fleabag é sobre luto, raiva, cinismo, sexo, dissimulação, fé, e, principalmente - amor. Seja ele doloroso, seja ele um amor que morreu, ou seja ele um que foi embora (nunca vai passar).