Patrick41 14/04/2024
Primeira obra sobre a Macumba e a Encruzilhadas
Luiz Rufino é carioca, filho de pai e mãe cearenses, pedagogo, doutor em Educação pela UERJ, pós-doutorado em Relações étnico-raciais, aprendiz de capoeira e curimba. É professor e autor de “Histórias e Saberes de Jongueiros” e dos livros “Fogo no Mato: a ciência encantada das macumbas” e “Flecha no Tempo”.
Em seu livro "Pedagogia das Encruzilhadas" eu não achei uma leitura fluida, mas acho que isso se deu pelo fato que a obra aborda assuntos de difícil explicação e quebra paradigmas que estamos acostumados a seguir. Mas ao mesmo tempo isso é o que torna a leitura da obra necessária; para podermos aprender a quebrar as barreiras que nos cercam e usar os ensinamentos dos nossos antepassados para aplicarmos ao presente.
Devemos resgatar nossa história para nos descolonizar e assim abordar o Mundo a nossa volta com novos olhos e conceitos.
Logo em sua nota introdutória o autor informa: “A encruzilhada é a boca do mundo, é saber praticado nas margens por inúmeros seres que fazem tecnologias e poéticas de espantar a escassez abrindo caminhos. Exu, como dono da encruzilhada, é um primado ético que diz acerca de tudo que existe e pode vir a ser. Ele nos ensina a buscar uma constante e inacabada reflexão sobre os nossos atos.
A primeira pedra lançada
Os conhecimentos são como orixás, forças cósmicas que montam nos suportes corporais, que são feitos cavalos de santo; os saberes, uma vez incorporados, narram o mundo através da poesia, reinventando a vida enquanto possibilidade.
A descolonização deve emergir não somente como um mero conceito, mas também como uma prática permanente de transformação social na vida comum, é, logo uma ação rebelde, inconformada, em suma, um ato revolucionário. Por mais contundente que venha a ser o processo de libertação, é também um ato de ternura, amor e responsabilidade com a vida.
Não há razão para termos pudor de discutir a violência, posto que convivemos com este fenômeno desde que fomos “descobertos”, transformados em peças da engrenagem do maquinário capitalista e inventados como Novo Mundo. A colonização é uma engenharia de destroçar gente, a descolonização, não somente como conceito, mas enquanto prática social e luta revolucionária, deve ser uma ação inventora de novos seres e de reencantamento do mundo.