Dercy de Cabo a Rabo

Dercy de Cabo a Rabo Maria Adelaide Amaral
Maria Adelaide Amaral




Resenhas - Dercy de Cabo a Rabo


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Patrícia.Bilibio 18/01/2022

A Malandrinha
No ano de 2008, quando Dercy morreu, minha tia e sua filha bradaram com desprezo: "Essa veia só falava palavrão." Primeiro, fiquei incrédula. Depois, senti repulsa. Hoje, passados tantos anos, nutro apenas piedade. Dercy é grandiosa em demasia. Sua liberdade realmente deve ofender gente tão pequena.
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@lendosonhando 21/09/2022

Dercy Gonçalves sempre foi uma personalidade presente nas minhas memórias infantis: Dercy na novela Que Rei sou eu?, Deus nos acuda, no Faustão, no carnaval em seu carro alegórico e com uma bacia fraturada. Mais velha fui encontrado vários trechos de entrevista dessa atriz e me impressionei com suas opiniões fortes e à frente do seu tempo.
Por conta desses trechos que vi nas redes sociais decidi ler sua biografia e constatei o que já imaginava: Dercy foi uma mulher que foi rotulada a vida inteira e abraçou esses rotulos pois para ela não significavam nada. O que valia era o que ela acreditava ser e pronto.
Além disso, foi legal saber mais sobre o Teatro de Revista e as dificuldades de ser atriz e viver de arte; hoje uma profissão com muito glamour, mas nas décadas de 30, 40 e 50 muito marginalizada.
Vale demais conhecer a história de vida dessa mulher extraordinária.
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Charleees 28/03/2023

"Disseram que eu era pornográfica, disseram que era obscena, disseram o diabo sobre mim. Mas, se vocês querem saber a verdade, o que eu sou é uma mulher cheia de preconceitos, uma mulher com vergonha das coisas sexuais e, apesar dos meus palavrões, nunca fui mulher bandalha; a vida inteira fui muito tímida com os homens com quem vivi. Minha timidez é tão terrível que às vezes sinto vergonha, porque ela não tem nada a ver com a minha personalidade pública. Mas sou muito feliz por ser tanta coisa, e no fundo, só eu mesma sei quem sou." Dercy foi uma mulher incrível e eu sinto pena de quem associou a imagem dela simplesmente aos palavrões, a boca suja... Ela foi uma criadora do que conhecemos do teatro, da comédia, dos programas de auditório e também da atuação, ela foi uma mulher verdadeira como é possível ver nesse trecho que postei acima, cheia de dilemas, mas que não se deixou vencer nunca. Eu amo essa mulher e a venero por tudo que ela fez e disse e se depender de mim seu legado jamais será esquecido.
O trabalho de Maria Adelaide Amaral mais uma vez está impecável. Ela deixou que Dercy brilhasse em todas as páginas, colocou toda a narração do livro em primeira pessoa deixando-nos com a sensação de estarmos ouvindo a própria Dercy contar sua história. Segundo Adelaide foram horas e horas de conversa com a artista e muitas fitas gravadas. Um trabalho que só essa maravilhosa podia ter desempenhado. Salve! Salve! Dercy e Maria Adelaide Amaral, 🤬 #$%!& !

* Resenha editada em Setembro de 2017
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novojunior 15/07/2009

Velha desbocada, maluca, irreverente...
São tantos adjetivos que Dercy Gonçalves teve que, cá entre nós, desconfio que todos eles se encaixam perfeitamente para esta figura humana que nos deixou há algum tempinho.
O livro trata de nos contar algumas histórias engraçadas e cumpre o seu papel de entreter, mas principalmente o de narrar a vida da personagem, o que tipicamente o faz um livro biográfico, cujas histórias são contadas pela jornalista Maria Adelaide Amaral.
Eu gostei muito de saber um pouquinho mais da vida dessa atriz que morreu velhinha, bem velhinha, e mal sabia que ia chegar a tanto...
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Veninno 27/10/2018

Terminei de ler essa semana a biografia de Dercy Gonçalves e gostei demais, foi sem dúvidas uma das melhores leituras que tive. A narrativa é muito envolvente a ponto de eu ler 50 páginas e nem perceber, depois fui lendo mais devagar. Quando a leitura é agradável eu gosto de ler pouco, para prolongar o prazer de ler um bom livro. Dercy há um tempo atrás pra mim, era uma mulher desbocada, irreverente e polêmica. Hoje, pra mim, continua sendo tudo isso e muito mais: uma mulher inteligente, corajosa, despudorada, livre e à frente de seu tempo. Mulheres à frente de seu tempo sempre foram incompreendidas e com Dercy não seria diferente. Desde jovem tinha a alcunha de "puta" e era hostilizada pelos moradores de sua cidade natal. Cansada do falso moralismo, decidiu fugir e ser artista. Não seria fácil. Ela passaria por caminhos e decisões dolorosas, para poder se tornar Dercy Gonçalves. E mesmo se tornando Dercy, muita coisa não mudaria, porém ela se tornaria mais forte e lutaria de igual pra igual contra a ignorância alheia. Graças a sua personalidade tão incomum, em um tempo onde as pessoas presavam pelas aparências, Dercy conquistou e ao mesmo tempo foi hostilizada pelas pessoas. Era uma mulher além do escracho: tinha visões concretas e coerentes sobre diversas coisas, desde política até mesmo sobre a vida. Ler esse livro, dá a sensação de que estamos conversando com ela, que ela está se abrindo com a gente, contando sua história, para pegarmos fragmentos dela e usar em nosso dia a dia.
Pra quem não leu, recomendo demais. E Dercy era muito odiada, por não ser hipócrita e ser a primeira a reconhecer seus erros e pouco se lixar pro julgamento alheio.
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@de.leitura por Vinicius Machado 13/09/2020

Essa foi a primeira biografia que li e a responsável por ser um grande apaixonado por esse gênero. Escrita pela jornalista Maria Adelaide Amaral, a qual transcreveu as histórias contadas diretamente por Dercy e por isso optou pela narração em primeira pessoa, fazendo com que tenhamos a impressão de estar ouvindo a biografada em nossos ouvidos, trazendo uma cadência leve e gostosa para o livro, daqueles que você lê 50 paginas e nem percebe o tempo passando.

Eu comecei esse livro achando que a biografada em questão dispensava apresentações e a realidade é que eu não poderia estar mais errado. Dercy era a conhecida mais desconhecida pelo seu público. Por trás da faceta escrachada, direta e humorística conhecida por todos no país, Dercy era valente, corajosa, guerreira e batalhadora.

Descendente de negros pobres do interior do Rio de Janeiro, Dercy, ou melhor, Dolores, conheceu a palavra puta antes mesmo de saber o que significava. Fugindo de casa aos 17 anos para acompanhar uma trupe de teatro, Dercy batalhou desde o início da vida. A primeira atriz brasileira, como gosta de se chamar no livro sofreu todos os tipos de assédio que uma pessoa pode sofrer. Fez 8 abortos. Foi estuprada aos 70 anos. Passou fome para criar sua filha e nunca desistiu do seu sonho. A mulher que o Brasil via na capa era apenas uma parte das grandes camadas que compunham Dercy Gonçalves e que estão descascadas ao longo deste livro.

Em seus 101 anos de existência, ela chorou, trabalhou, chocou, amou e sorriu, tendo agora todas as suas fases carinhosamente contadas nesta narrativa. Dercy merece que mais pessoas conheçam sua história e espero que vocês agora também sintam vontade de conhecê-la
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Nauã 15/06/2023

Um Grande Espetáculo
Dercy Gonçalves é dona de uma trajetória interessantíssima e uma linguagem própria tão interessante quanto, permitindo que Maria Adelaide Amaral (com a sensibilidade de atriz e o talento de grande escritora) entregue ao leitor uma biografia à altura da biografada, e por isso: um grande espetáculo.
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danilo_barbosa 03/02/2012

A rainha do riso
Quem por aqui nunca ouviu falar de Dercy Gonçalves?
E não digo por causa da minissérie da Globo, passada recentemente, mas sim pelo seu jeito debochado e irreverente de falar palavrões sem titubear. A rainha da comédia nacional, que fazia todo mundo cair no riso mesmo contando coisas trágicas da sua vida. Essa era a real Dercy, melhor dizendo Dolores, a mulher que passou por poucas e boas e deu a volta por cima, mandando à merda quem atravessasse seu caminho.

Mas como saber a verdadeira vida desse ícone da cultura, como ela mesmo dizia "a verdadeira cara o povo brasileiro"? Que tal lendo o que ela mesmo contou?
Pois é, isso que é Dercy de cabo a rabo (Editora Globo, 319 páginas) faz. Escrito em 1994, ele foi relançado agora, para o deleite dos leitores. Nesta autobiografia, ditada para Maria Adelaide Amaral, ela revela toda sua história, sem papas na língua. Através dos capítulos, vemos a trajetória de uma mulher de fibra, que em alguns momentos foi bem à frente do seu tempo.

Saindo de uma cidade pequena perto do Rio de Janeiro, Dolores sabia que tinha de ganhar o mundo. E que ficar ali, entranhada naquela cidadezinha de Madalena (onde ela foi enterrada com seus orgulhosos e lúcidos 101 anos) só iria destruir os seus sonhos. Mas como deixar de ser chamada de a Puta de Madalena (mesmo nem sabendo o que era isso) até alcançar o sucesso nacional?
Muita coragem e vontade de vencer.

E isso é visível em cada página. Mesmo os seus maiores problemas ela decorre com um bor humor ímpar. Com franqueza ela desnuda sua vida diante de nós e tece um panorama histórico do teatro brasileiro, de uma época que ser artista era ser marginalizado.

Veja resenha completa no Literatura de Cabeça:
http://bit.ly/Ax3xzz
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Literatura 03/02/2012

A rainha do riso
Quem por aqui nunca ouviu falar de Dercy Gonçalves?
E não digo por causa da minissérie da Globo, passada recentemente, mas sim pelo seu jeito debochado e irreverente de falar palavrões sem titubear. A rainha da comédia nacional, que fazia todo mundo cair no riso mesmo contando coisas trágicas da sua vida. Essa era a real Dercy, melhor dizendo Dolores, a mulher que passou por poucas e boas e deu a volta por cima, mandando à merda quem atravessasse seu caminho.

Mas como saber a verdadeira vida desse ícone da cultura, como ela mesmo dizia "a verdadeira cara o povo brasileiro"? Que tal lendo o que ela mesmo contou?
Pois é, isso que é Dercy de cabo a rabo (Editora Globo, 319 páginas) faz. Escrito em 1994, ele foi relançado agora, para o deleite dos leitores. Nesta autobiografia, ditada para Maria Adelaide Amaral, ela revela toda sua história, sem papas na língua. Através dos capítulos, vemos a trajetória de uma mulher de fibra, que em alguns momentos foi bem à frente do seu tempo.

Saindo de uma cidade pequena perto do Rio de Janeiro, Dolores sabia que tinha de ganhar o mundo. E que ficar ali, entranhada naquela cidadezinha de Madalena (onde ela foi enterrada com seus orgulhosos e lúcidos 101 anos) só iria destruir os seus sonhos. Mas como deixar de ser chamada de a Puta de Madalena (mesmo nem sabendo o que era isso) até alcançar o sucesso nacional?
Muita coragem e vontade de vencer.

E isso é visível em cada página. Mesmo os seus maiores problemas ela decorre com um bor humor ímpar. Com franqueza ela desnuda sua vida diante de nós e tece um panorama histórico do teatro brasileiro, de uma época que ser artista era ser marginalizado.

Veja resenha completa no Literatura de Cabeça:
http://bit.ly/Ax3xzz
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Rafa 16/06/2012

Fantastico
Otima leitura essa que a Maria Adelaide me proporcionou, aqui você conhece realmente quem foi Dercy Gonçalves e se pega rindo de muitas presepadas que ela conta.Você acaba o livro se sentindo "amigo" da Dercy, que foi uma grande mulher e sempre lutou por aquilo que queria mesmo as vezes se fudendo ao dizer ao que não devia.
Super recomendo!
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Kauan 15/09/2015

Hilário é Emocionante
Hoje,venho resenhar "Dercy de Cabo à Rabo",a biografia da rainha da comédia brasileira e um livro do qual muito gostei.

Dercy queria muito ser biografada,mas esta não tinha grande apreço por jornalistas e escritores. Dos primeiros,por sempre a terem atendido com dez pedras nas mãos,sempre prontos a fazerem uma critica negativa aos seus espetáculos,e dos escritores por achá-los esnobes. Até que,durante a gravação duma novela,a comediante conheceu Maria Adelaide Amaral e a convidou para que escrevesse sua biografia.

O livro é narrado pela própria Dercy,que contou suas memórias para Maria Adelaide,e esta só fez organizá-las. Acho que isso torna o livro uma especie de autobiografia escrita por outra pessoa. E isso funcionou muito bem,tudo o que é dito parece ter realmente saído da boca da atriz.

A história começa com Dercy se definindo e segue contando suas desventuras em Madalena,sua cidade natal. Cansada de ser traída e maltratada pelo marido,sua mãe fugiu de casa quando Gonçalves ainda era criança. Os anos que viriam após sua fuga não seriam fáceis para a então Dolores. Por ser descendente de negros e ter este jeito espevitado que o país conheceu,Dercy não era aceita pelas famílias de sua cidade. Taxada de puta desde quando não sabia o que era sexo,só viu sua sorte mudar depois que uma companhia de teatro passou por sua cidade,e esta fugiu logo em seguida,atrás deles.

Dercy iniciou a carreira como cantora,e esta sempre disse que tinha uma linda voz,mas depois de passar por uma tuberculose,perdeu a voz e descobriu a comédia.

Muitos tinham a imagem de velha desbocada que falava palavrão nos programas de televisão,e "Dercy de Cabo à Rabo" vem para provar que ela foi muito mais que isso. Vamos conhecer a estrela do teatro,do cinema,onde teve algumas ótimas experiências (recomendo muito. Lá,Dercy não podia falar palavrões,o humor ficava pelo olhar,gestos,entonação...),e da televisão. Vamos conhecer até a mãe de Decimar,que a educou do modo mais tradicional possível e dizendo: "Você tem que ser mais direita do que as outras,porque você é filha de Dercy Gonçalves!".

Uma dificuldade que a escritora diz ter tido,foi que Dercy contava a mesma história várias vezes e de modo diferente. E quando perguntada qual colocar no livro,esta só dizia:"a que você achar melhor,porra!". Talvez,algumas destas versões estejam na minissérie "Dercy de Verdade",da Globo,que apresentou a verdadeira (ou quase) Dercy ao público.

Ah,vale lembrar que a edição é linda,especialmente esta que tenho.

Esperam que tenham curtido e deem uma chance à história da Dercy. Caso deseje,pode conferir o post de primeiras impressões que fiz quando ainda estava lá pela página 176. (veja o post completo,com fotos e tal,no link)

site: http://www.conexaomista.com.br/2015/09/resenha-dercy-de-cabo-rabode-maria.html
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Leo Vieira 31/07/2019

Ahhh, p%$#@
Um livro surpreendente. Muito longe do perfil desbocado e caricato, Dercý Gonçalves revela que teve uma vida muito difícil. E ela é uma mulher culta e séria. O tempo foi moldando a carreira dela, a construindo numa personalidade caricata, mas ao contrário do que ela sempre passou através de seus espetáculos e performances na TV, ela demonstra ser muito inteligente e batalhadora, numa época em que o teatro era uma coisa marginalizada e no mesmo baixo nível da prostituição. No peito e na raça, Dercy conheceu homens, teve 9 gravidez indesejadas, sendo 8 delas abortadas. Criou a única filha Decimar o mais longe possível de sua rotina atribulada.
Dercy sofreu muito assédio. Ela conta que por motivo de sua irreverência, daria direito aos homens se aproximarem com todo o tipo de intenção possível e que era sexualmente depravada. Ela revela que sofreu estupro aos setenta anos! Outras tristezas como traição no casamento, desvio de dinheiro pelo seu contador, entre outros dissabores que quase a fizeram deixar a carreira de lado.
É uma lição de vida e a leitura surpreende. A autora Maria Adelaide Amaral soube reunir muito bem a extensa história de vida dela e conseguir resumir ao máximo no livro.
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Agnie 24/11/2023

Eu não sou a maior leitora de biografias, nem acompanhei tanto da carreira desse ícone. Mas esse livro me conquistou. O estilo narrativo é muito carismático e contribuiu muito para minha aproximação com a Dercy e sua história.

História essa que é muito densa e cheia de altos e baixos, mas que foi contada com uma naturalidade surpreendente. E abordou até mesmo os temas mais pesados muito bem. Realmente uma trajetória única.
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