Invisível

Invisível Tarryn Fisher




Resenhas - Invisível


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Cley 27/04/2020

Se voltarmos no tempo, talvez as respostas estejam no passado, talvez um trauma acenda uma faísca que depois vira um incêndio, e talvez não queiramos apagar, só queremos deixar queimar e queimar, consumindo tudo, consumindo nós mesmos.
Assim, Margô deixou-se ser consumida por completo. Depois de ter sido negligenciada por sua mãe, morar numa casa caindo aos pedaços, e depois de uma criança do seu bairro ter sido brutalmente assassinada, algo em Margô desperta, mudando-a completamente.

Margô é uma personagem complexa, tem problemas com a autoestima por se gorda e é constantemente ignorada por sua mãe. Somando tudo isso, resulta em uma garota maltratada com pensamentos obscuros.
Durante a leitura, fiquei tentando analisar se a vida da nossa protagonista seria a mesma se a mãe demonstrasse carinho e as circunstâncias fossem outras, talvez sim, talvez não.
Por conta da construção da Margô ter sido tão intricada, ainda não consigo chegar a uma resposta sobre gostar ou não dela.

Na história, há uma progressão constante dos fatos narrados, principalmente na primeira parte. A escrita da Tarryn é bem peculiar, se não houver atenção, talvez o leitor se perca. As fortes críticas que a autora faz a respeito da desigualdade social, aceitação, relacionamento entre pais e filhos, entre outros temas são pertinentes e tornam a história com mais veracidade.
Por ser um thriller psicológico, é importante ressaltar que o leitor ficará preso na mente da personagem, e por algumas vezes esses pensamentos se tornam confusos e sem razão.

Com reviravoltas bem trabalhadas, porém com o final que deixa a desejar, "Invisível" nos põe num dilema que causa bastante desconforto, ao mesmo tempo, traz reflexões oportunas para que possamos analisar se o que define uma pessoa é o que ela passou no passado, ou não. E o quanto tentamos convencer a nós mesmos que o que fazemos é o certo.

"O que acontece com uma pessoa quando seu próprio cérebro se torna o inimigo? Eu não sei. Tenho medo de descobrir."
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Amanda.Oliveira 19/06/2021

Que livro maravilhoso......
O Livro é muito bom, entendi o lado da personagem mesmo odiando as vezes.
Muito bom leitura fluída que não dá vontade de parar.
Personagens fria e calculista, perdia até o fôlego em algumas partes, um friozinho na barriga. Eu aínda não entendi se foi tudo uma mentira ou se realmente aconteceu alguma partes de verdade.
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Camila | Book Obsession 10/02/2020

Sempre que tem um livro novo da Tarryn já me preparo para lidar com personalidades complexas e aqui não foi diferente.
Sinto que tive dois momentos nessa leitura. A primeira fase onde Margô é uma vítima dos abusos de uma mãe completamente insana, sucumbindo os seus fracassos, aqui é impossível não torcer para que essa adolescente consiga ser uma versão melhor desse destino e ter uma vida feliz. Já na segunda fase da leitura, demorei a entender o que Margô se tornou. Esse desejo desenfreado de perseguição, de fazer justiça com as próprias mãos, sem que a mesma tivesse que pagar por seus erros, fez com que me sentisse em cima do muro sobre tantos sentimentos e tudo isso se deve ao fato da Tarryn conseguir de forma surreal nos tirar da zona de conforto e mexer com nossas convicções, porque se tem uma coisa que você irá fazer enquanto estiver lendo esse livro, será questionar todas as atitudes tomadas pela personagem.
Mais uma vez a Faro Editorial fez um belo trabalho em sua edição. A capa é linda e já nos dá a sensação de profundidade e obscuridade da história e os detalhes internos estão impecáveis.


Resenha completa no blog.

site: https://www.bookobsessionblog.com/2020/02/resenha-invisivel-tarryn-fisher-faro.html
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Livrendo 26/07/2023

LeiaMM!!!!
Tarryn é visceral, pega na ferida, nos machuca para nos mostrar a consequência de tudo e tudo isso de uma forma tão genial que ao mesmo tempo em que você precisa parar para pegar um ar antes de continuar a ler, você quer voltar a ler de forma alucinada porque o leitor precisa, de uma forma totalmente torturante, saber o que acontece depois.

É... Talvez seja por isso que continuo lendo todos os livros da Tarryn, sou apaixonada por essa mulher e sim, talvez seja um pouco masoquista, mas quem não é?

Invisível é um livro pesado, que mexe com assuntos polêmicos e que de uma forma inexplicável vai te causar uma confusão ao ponto de não conseguirmos saber o que é real ou ilusão.

Margô é uma jovem que teve sua vida totalmente destruída logo na infância. Irei me posicionar dessa forma, pois acredito que hoje, nós, adultos, somos uma somatória de tudo o que passamos em nossas vidas, sendo assim, se você teve uma família relapsa desde cedo, isso lhe afetará.

A mãe da nossa protagonista era uma prostituta que não se importava com a filha, por conta de uma depressão que ela carrega consigo desde a época de criança, também por consequência do tratamento que a mãe teve com ela.

As pessoas, nossos pais, nossas mães, nossos amigos, estão tão arrasadas que nem sabem que a maior parte do que fazem reflete essa condição. Elas só machucam quem quer que esteja no caminho. Não se sentam para pensar sobre o que a dor delas faz com a gente. A dor torna os humanos egoístas. Bloqueados. Focados para dentro em vez de para fora. [...]

Conseguem ver essa cadeia?

Quando jovem, Margô ainda tentava a todo custo ser diferente da sua família, mesmo fazendo de tudo para parecer invisível. Porém, isso muda quando ela conhece Judah, seu vizinho cadeirante que apesar das dificuldades que a vida lhe impôs, possui um espírito alegre e otimista.

Judah se torna a luz de Margô e a razão de uma melhora repentina em seu modo de ver o mundo. Bem, até que houve um desaparecimento na cidade, de uma criança que todos conheciam e gostavam. Esse desaparecimento abala nossa protagonista de todas as formas possíveis, ainda mais quando, meses depois, a criança é encontrada morta.

Totalmente descrente do sistema, cansada da justiça falida e do descaso da população, ela decide agir por conta própria, desde então a vida de Margô nunca mais foi a mesma.

Lidamos com nossos gostos e desgostos, com quem queremos agradar, que queremos vestir e dirigir. Nossos interesses, sejam eles desenhar pores do sol italianos, jogar videogames ou folhear romances eróticos, são todos entregues a nós por uma sociedade que os produz. Não importa quanto tentemos nos inventar, sempre houve drogados, tatuagens e homens ambiciosos que dominam o mundo. Sempre houve artistas, hippies e noias, e aquela bela e única Madre Teresa, que ilumina a escuridão. Sempre houve assassinos e mães e atletas. Somos todos impostores na vida, descobrindo um pedaço da humanidade com o qual nos relacionamos e que depois podemos abraçar. [...]




Conseguiram perceber a complexidade e a intensidade da obra através desse breve explanação?

Quando disse que Invisível era um livro pesado, não menti para vocês. Ele trata de uma realidade que muitas pessoas fazem questão de fingir que não existe em nossa sociedade hoje: maus tratos, abuso infantil e estupro.

Eu disse que é um livro que dói, porque sim, ele realmente dói. É um tapa na nossa cara, uma vez que Tarryn literalmente esfrega no nosso nariz tudo aquilo que preferimos muitas vezes imaginar que não existe e, minha nossa... Perdi as contas de quantas vezes tive que parar de ler para respirar um pouco.

Se o que ela está dizendo é verdade, então o resto do mundo está entorpecido, e nós, que sofremos as doenças da psique, somos os mais avançados por natureza. Vemos a decadência da sociedade, a negligência da moral e da docência humanas: os tiroteios nas escolas, os crimes que os humanos cometem uns contra os outros, os crimes que cometemos contra nós mesmos; e reagimos a isso tudo de uma maneira mais intensa do que todos os outros. Sim, penso. Sim esta é a verdade. [...]

O livro inteiro é narrado pela perspectiva da Margô e isso é outro fator que causa impacto na gente, porque a evolução da personagem ao longo da trama é simplesmente absurda e inexplicável. Confesso que em determinados acontecimentos parava a leitura e tentava entender de onde tinha vindo aquilo, até que então conseguia entender. Um sistema judiciário falido e uma criança que cresceu em uma família extremamente desestruturada diante de uma situação limitante é capaz de perder a noção do que é certo e do que é errado e isso é explícito com uma veracidade latente nessa obra.

Sendo assim, vocês podem ver que a crítica social é bem intensa ao longo dessas páginas e ao mesmo tempo, é evidente o alerta que a autora está tentando nos passar: não importa quem somos, o que fazemos ou o que queremos de nossas vidas. Quando colocamos uma criança no mundo, esse objetivo imediatamente tem que se voltar para ela, pois são as nossas atitudes na infância das nossas crianças que vão determinar quem elas serão lá na frente e consequentemente como serão com os filhos delas e assim sucessivamente.

Nenhum de nós pediu esta vida, mas a vida, sendo como ela é, foi empurrada para nós por nossos pais, que não tinham a menor ideia de onde estavam se metendo. E , enquanto alguns pais prosperavam sob o fluxo de demandas provindas da paternidade, outros ficavam emocionalmente distantes, retraídos, culpando em silêncio os pequenos humanos por estarem arruinando a vida deles. [...]

Se recomendo essa leitura?

É óbvio que sim! Sabe por quê? Porque é importante ver que o mundo não é uma bolha cor de rosa de só "e viveram felizes para sempre". Ás vezes, é importante sim, para nós mesmos, nos depararmos com algo tão visceral, como essa obra, que é capaz de marcar a gente de um modo que ao concluirmos a leitura, é simplesmente impossível não pensarmos em nossas atitudes perante as nossas crianças. O leitor vai se deparar sim com cenas impactantes, com cenas que machucam, com cenas que vão colocar em cheque em sua cabeça o que é certo e o que é errado, mas como consequência disso tudo, você vai finalizar essa obra se tornando uma pessoa melhor.

É... é por isso que eu leio Tarryn Fisher!

site: https://www.instagram.com/livrendo.tudo/
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Mika.Chan 10/11/2021

Um dos melhores plot Twists que já li
O livro é muito bom.
Eu amei a narrativa, nós faz entrar dentro da mente da protagonista e vivenciar tudo o que ela viveu e sentiu.
Quem é que não fica indignado com as situações retratadas nessa história, principalmente quando as vítimas são crianças.
Margô é uma protagonista bem real, com medos, desejos, e raivas reais.. e até às atitides.
Fiquei um pouco confusa sobre a existência ou não existência de um personagem, mas amei que o final do livro deixou uma margem pra continuação.
Gostei demais
LuaTeresa 08/06/2022minha estante
Desculpa a pergunta mas pode me dizer se tem hot? Não gosto. Quais os gatilhos?


Mika.Chan 09/06/2022minha estante
Não tem hot não, os gatilhos são, sequestro e abuso de menores, família desestruturada ( rejeição da mãe), bullying


LuaTeresa 09/06/2022minha estante
Ok. Obrigada por avisar




Renato Vitório 19/04/2021

Dei meia estrela pq não dá pra dar menos
Por onde começar a descrever essa bomba, o quão ruim ele é.
A princípio ele é bom, me prendeu nas primeiras 70 páginas embora não tenha acontecido grandes coisas. Mas a partir dai foi só ladeira a baixo.


A sinopse do do livro dá curiosidade pra ler, foi o que me instigou, mas o desenvolvimento dessa história é confuso e conturbado.
Não consegui destacar pontos positivos, pois não achei, já pontos negativos vi vários.

O primeiro foi a escrita da autora, que desde a pagina 70 ficou extremamente difícil e difícil de ler.
Ela mostrou uma certa imaturidade para tratar de alguns fatos abordados no livro o que me incomodou um pouco.
Também a autora não soube descreve os acontecimentos, a leitura em muitas partes ficou confusa e sem nexo, isso dificultou a fluidez.
O segundo ponto foi o desenvolvimento da protagonista, ela tenta criar uma mulher forte e determinada, mas o que ela criou foi uma garota chata e lamuriosa.

O terceiro ponto negativo foi o todo o desenvolvimento e os plots da história.
Um narrativa irreal, com acontecimentos improváveis, se fosse uma fantasia escrita por Sarah J Mass ou Cassandra Clare eu acreditava que tudo aquilo poderia acontecer, mas vindo de um suspense/drama nada daquilo descrito poderia acontecer numa vida real, isso me levou achar essa história insana.
No final do livro a autora tenta explicar os acontecimentos com algo mais sem noção que o restante da história e mesmo assim continuou uma imensa palhaçada.
Enfim, fui mais um trouxa que perdeu tempo lendo essa bomba!
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Mikaele_B.G 12/06/2021

Me apaixonei pela Margô e em alguns momentos me indentifiquei, amo a construção dessa personagem e apesar do final ter sido uma merda e broxante, esse livro ficou no meu coração pq a Margô é meu xuxuzinho e eu pegaria tanto ela quanto o Judah, fds ?
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Elisangela.Bueno 11/10/2020

Gostei
Fique muito surpresa com a história, uma reviravolta interessante. A Margo me surpreendeu demais.
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fer 06/04/2021

Uau.
Eu gostei bastante do livro.
Adoro a decadência e a loucura habitada nele. Estou surpresa com a autora e anseio por outros livros dela. A escrita dela é perscrutante de um jeito que perpassa a gente.

Margô é um espelhamento da sensação de injustiça que acomete muitos de nós. A história toda é aquela coisa que dá um nó na garganta.
Só fiquei meio confusa em uma coisa que esse livro não esclareceu. Mas nada que interfira na experiência da leitura!

Devo avisar que contém muitos gatilhos de violência, tentativa de estupro, pode conter gatilho emocional e psicológico.

Adorei a Tarryn Fisher!
Danniki 06/04/2021minha estante
Agora quero debater sobre a sua duvida!


Arianna Machado 09/04/2021minha estante
Também quero debater sobre a sua dúvida, rs




Nanna - Livraneios 17/05/2020

Tarryn Fisher não brinca em serviço
Invisível é o tipo de livro que você inicia a leitura com uma ideia na cabeça, mas o livro vai além de tudo o que a sinopse poderia traduzir, além de desconstruir muitos princípios que você já tinha enraizados na sua cabeça.
Nessa obra, Tarryn Fisher nos convida a repensar a forma como encaramos a ética e até mesmo a mente humana. Nos transporta, por meio da personagem Margô, a uma realidade de muito sofrimento e injustiça social.

Assim como todas as obras da autora, é transformador fazer essa leitura e você termina precisando de um tempo para refletir e digerir tudo aquilo que ela colocou nas páginas. E esse livro ainda conta com o plus: o leitor precisa decidir no que ele acredita.

site: https://www.youtube.com/watch?v=nN6OrPWd5GU&t=57s
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Biia Rozante | @atitudeliteraria 15/11/2020

UAU... Apenas insano e reflexivo
Tarryn é o tipo de autora que não teme ser ousada. Ela arrisca, sabe como ir até o limite, muitas vezes, como transpor essa linha, entre o que seria aceitável, correto ou não. Ela brinca com nossas emoções sem nenhuma misericórdia. Gosta de nos deixar confusos, por vezes questionando nossa própria sanidade, moral ou princípios, e isso é tão incomodo, louco e incrível que chega a ser surreal. Eu amo isso nela e em suas narrativas.

Margô mora com a mãe em um bairro paupérrimo – Bone -, em uma casa caindo aos pedaços, um lugar frio, escuro e sem vida que ela “carinhosamente” chama de a casa que devora, porque a sensação que ela tem, é que a casa funciona exatamente desta forma, te engolindo, te aprisionando, sugando tudo de bom de quem ali mora. Sua mãe é uma figura distante, alguém com quem ela compartilha um tento e tão somente isso, uma prostituta que atende em casa, que jamais sai, que não a enxerga. Seu pai, ela não faz a menor ideia de quem seja, nem se ainda está vivo. Sua vida escolar está um inferno, as pessoas julgam ela por ser filha de quem é, por morar onde mora então ela está apenas passando por isso até concluir seus estudos, e então... então o que? Ficar presa para sempre ali? Não ter para onde ir? Não saber se terá um futuro? Assumir o posto da sua mãe quando ela não mais puder atender aos clientes? São esses os questionamentos que a sufocam todos os dias.

“(...) Espero pela dor, mas ela não vem. Quero sentir alguma coisa, para saber que ainda sou humana.”

Quando conhecemos Margô ela está com apenas treze anos e vamos acompanhando-a até seus dezenove, que seria o agora. Acompanhamos sua solidão crescente, suas angustias, seus medos, sua falta de perspectiva para o futuro e isso por si só, já é bem assustador. Bone é o tipo de bairro esquecido pelas pessoas, aquele tipo de lugar que fazemos questão de fingir que não existe, por ser mais cômodo e fácil do que encarar de frente. Esquecido pelos governantes, pelas autoridades, um lugar pobre, cercado de criminalidade, famílias lutando para conseguir ter o que comer, onde as pessoas não se importam com o que acontece da porta pra dentro, na verdade, onde as pessoas apenas não se importam. E tudo isso somado ao fato de viver em uma casa que te engole, ignorada pela mãe, pelos colegas, das pessoas a sua volta, Margô é uma invisível, ou pelo menos era, até que Judah aparece.

Judah é um jovem cadeirante que mora próximo a casa de Margô, apesar de sempre ter vivido em Bone, somente agora criou coragem para falar com ela e é aí que tudo muda. Judah desperta algo novo em Margô, faz com ela se sinta viva, notada, corajosa, como se com ele nada pudesse detê-la, ele devolve a ela a vontade de sair de Bone, de ser mais, desejar mais... Ele vira uma chave que até então, Margô não sabia que existia, e nada nunca mais será como antes.

“(...) Quero realizar todos os meus nuncas — sozinha ou com alguém que importe. Não ligo. Só quero viver.”

UAU! Tarryn Fisher tem esse poder de nos deixar sem saber o que falar ou como falar, e INVISÍVEL só comprova isso. Uma leitura complexa, densa, intensa, incomoda, que te faz questionar a sua própria sanidade, com uma crítica social necessária, que te tira da zona de conforto, que embaralha suas emoções, te deixando desesperada, aflita, inconformada e satisfeita... o que é loucura se considerarmos todo o contexto.

Margô é uma jovem solitária, que precisou aprender a se virar sozinha desde muito cedo, aprisionada em um bairro pesado e em uma casa que parece ter vida própria. Ela cresceu sendo ignorada pela mãe e todos a sua volta, observando a cada dia como o mundo e as pessoas que nele habitam podem ser cruéis. A princípio temos a impressão de que mesmo tendo enfrentado anos de negligencia ela lidou bem com isto, é uma jovem inteligente, de humor ácido, que está tentando encontrar o seu lugar, só que então algo muda, e então você passa a questionar se realmente não a afetou, até onde os estragos foram feitos, se ela é doente, louca ou apenas cruel. Uma justiceira que escolhe quem, que julga, que condena e executa a pena, ainda que seu senso de justiça se apresente distorcido. Mas eles mereciam, não é? Ela é só uma vítima da sociedade e de tudo que passou, ou não?

“(...) As pessoas fazem coisas ruins no escuro, sob o olhar vazio da lua. Ela está sorrindo para mim agora, orgulhosa do meu pecado. Eu não tenho orgulho. Eu não sou nada. Olho por olho, digo para mim mesma. Surra por surra.”

Como eu gostaria de poder conversar com vocês sem limitações, falar das cenas, dos acontecimentos e dessecar cada detalhe. INVISÍVEL é uma leitura envolvente e inquietante, que mexe com seu emocional e eu atribuo isso, a maestria da autora em criar uma personagem tão complexa. Nós a amamos e odiamos, apoiamos e jugamos, é um turbilhão sem fim. O livro está todo em primeira pessoa e entrar na mente de alguém tão intenso é surreal, amei como a Tarryn conseguiu desenvolver essa personagem com tanta sensibilidade, nos fazendo acreditar na crueza das emoções que atormentam a sua mente, tendo isto como algo verossímil.

Estou até agora impactada pela leitura! A maldade está por todos os lados, dentro de nós, esperando apenas um empurrãozinho para despertar. As pessoas clamam por socorro e seguem sendo ignoradas, silenciadas, oprimidas. São esperanças sendo minadas, quando na verdade, toda vida importa. Pode parecer o maior clichê, algo piegas, mas a verdade é apenas uma, o AMOR ainda é a única resposta. Todas as pessoas merecem ser amadas, porque quem recebe amor, doa amor, ninguém odeia antes de ser odiado. E quando me refiro ao amor, é o sentimento em seu sentido mais literal, amor de pai, de mãe, de amigo, amor-próprio. Ainda temos a casa que devora pra mim é uma figura simbólica, que representa a vida das pessoas menos favorecidas, esquecidas por todos, obrigadas a se contentar com aquilo que tem e pronto, que não recebem as mesmas oportunidades que uma parcela da população. A vida que engole seus sonhos, sua força, sua vitalidade, sua esperança, a vida que se tornou uma gaiola, uma prisão que te sufoca a cada dia.

“(...) Mas a verdade é que as pessoas ignoram todos os sinais de aviso quando estão cegas pela sede de alguma coisa. É melhor não ficar com sede.”

Também preciso mencionar que o livro possui muitos GATILHOS, ele fala sobre depressão, de uma solidão tão intensa que parece dor física, de vingança, de perdas, violência... e justamente por estar em primeira pessoa, é descrito com muita realidade, cru, intensidade e se você estiver em um momento frágil, talvez seja melhor esperar melhorar para ler.

Sinto que falei e falei e que nada disse de fato, é que não posso entrar em detalhes. Caros leitores, o livro é MUITO bom, de verdade e vale muito a leitura. Vai te deixar arrepiado, angustiado, incomodado, por vezes com a sensação de estar ficando louco, que não deve confiar no narrador, e depois pensando que pulou alguma página, mas ao final... leia a nota da autora, mas somente no final. E antes que eu esqueça, ignore a sinopse... SIM, ela limita demais o livro, a história vai muito além, é muito mais, aquilo ali representa apenas o comecinho da história e pronto... é depois disto que as coisas ficam interessantes de verdade.

Parabéns a equipe da Faro Editorial pela qualidade e beleza do trabalho apresentado, que edição linda.

site: http://www.atitudeliteraria.com.br/2020/03/invisivel-tarryn-fisher-faro-editorial.html
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spoiler visualizar
fer 10/12/2020minha estante
??


fer 10/12/2020minha estante
saudades de vc por aqui fia




Minha Velha Estante 12/04/2020

Resenha da Drica
“A tristeza é um sentimento em que você pode confiar. É mais forte do que todos os outros. Ela faz com que a felicidade pareça instável e indigna de confiança. Ela permeia tudo, dura mais e substitui os bons sentimentos com uma facilidade tão eloquente que você nem sente a mudança, até que, de repente, você está enrolado em suas correntes.”

Invisível conta a história de Margô, garota que mora com a mãe na ‘casa que devora’. Levava uma vida normal até sua mãe parar de lutar contra os sucessivos fracassos e decepções da vida. A partir daí a mãe se torna prostituta e recebe seus clientes em casa por ter pânico de sair à rua, se afunda cada vez mais na bebida e nos remédios para dormir e acaba por negligenciar Margô, que tem que se cuidar, providenciar sua alimentação usando o dinheiro que a mãe esconde e se tornar ‘invisível’ a noite para não atrapalhar a rotina da mãe.

Os anos se passam e Margô cresce sem autoestima pois se acha gorda e feia, e sem amigos. Sua válvula de escape é o seu trabalho no brechó que alimenta o seu sonho de deixar a cidade, e a amizade com Judah, seu vizinho cadeirante, cheio de determinação que vai mostrar a Margô que ela é capaz de realizar os seus sonhos apesar de contexto social em que eles vivem.

“- A gente precisa estar disposta a ser feliz. Apesar da confusão da nossa vida, apenas aceitar o que aconteceu, jogar fora os nossos ideias e criar um novo mapa de felicidade para seguir.”



Quando as dores de Margô parecem se suavizar, Navaeh, uma garotinha de 10 anos que mora na vizinhança, desaparece e, logo em seguida, é encontrada morta. Sua mãe também morre em condições trágicas e revelando segredos que Margô nem sabia que existiam. Tudo isso desperta a necessidade de fazer justiça com as próprias mãos.

“As pessoas fazem coisas ruins no escuro, sob o olhar vazio da lua. Ela está sorrindo para mim agora, orgulhosa do meu pecado. Eu não tenho orgulho. Eu não sou nada. Olho por olho, digo para mim mesma. Surra por surra.”

Se prepare para uma história que vai te tirar da zona de conforto. Tenho certeza que você vai se inquietar com várias atitudes dos personagens ou tentar justifica-las. Apesar da escrita fluida, Invisível requer algumas pausas par reflexão como quando ele nos mostra Margô como a garota que sofreu todos os tipos de abuso psicológicos possíveis, foi criada sem saber da existência do pai e sem carinho e mãe, para depois nos mostrar Margô como uma justiceira e impune.

Invisível é um livro que fala, sobretudo, de traumas psicológicos e de como eles atingem cada pessoa, de como você e moldado pelas situações a que é exposto, e que te pergunta se isso justifica qualquer atitude que venha em seguida.


Tarryn Fisher afirma através dos seus personagens que ninguém é totalmente com ou totalmente mau. Cada um em porcentagens variadas de bondade e maldade em sua personalidade.


site: https://www.minhavelhaestante.com.br/2020/02/invisivel-tarryn-fisher.html
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Arianna Machado 09/04/2021

Só fica bom da metade em diante
Para os fãs da autora Tarryn Fisher devido a seu livro Stalker, esse livro pode ser uma decepção. Pelo menos pra mim foi.

Como Stalker é um livro com muitos cliff hangers, que você não consegue parar de ler devido a fluidez da escrita e a vontade de saber o que se tem adiante, se espera o mesmo de "Invisível", mas não é o que se encontra.

A leitura é parada até a metade e, depois disso, começa a ficar interessante, mas nada que te faça não querer largar o livro. Além disso, fiquei com dúvidas sobre várias coisas que esperava que fossem sanadas no fim, mas não foram.

Finalizo dizendo sobre gatilhos de temas pesados como aborto, estupro, abandono, violência, depressão, psicopatia.

Ainda não desisti dos livros da autora, pretendo ler mais, mas esse, pra mim, não foi bom.
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Me sigam no Instagram @apaixonadapo 01/08/2021

Invisível
Margô é uma menina que mora em uma casa, como ela mesma diz, que devora. Junto com sua mãe que não fala com ela há alguns anos, num bairro muito pobre e sem nenhuma perspetiva.
Ela se sente invisível e muito tímida, até começar uma amizade forte com seu vizinho cadeirante, Judah. Um rapaz que tinha tudo para ser infeliz, mas é alto astral e vai ajudando Margô a enxergar a vida de uma outra forma.
Mas após o desaparecimento da pequena Nevaeh, que a vida de Margô sofrerá grandes reviravoltas e a levará a um caminho quase sem volta...
.
Para começar quero dizer que Margô se tornou uma das minhas personagens favoritas! Cresceu em um meio sem nenhuma perspetiva, uma menina tímida, mas com a ajuda de seu melhor amigo Judah, e vários outros acontecimentos, se tornou uma mulher forte, de garra e que não teme nada e nem ninguém. Aquela personagem nem um pouco correta, que eu adoro!
E nesse livro, a autora com uma narrativa bem fluída, nos mostra como o ser humano pode ser moldado de acordo com o seu meio, e com as pessoas que convivem, mas com força de vontade pode ser melhor ou beirar a loucura.
Gostei muito da leitura, nos trás muitas questões, nos põe a prova do que consideramos certo ou errado, e nos coloca para refletir.
Minha nota só não foi máxima, porque para mim, algumas questões ficaram em aberto, principalmente em relação ao personagem Judah.
Amei a declaração da autora no fim do livro! Palmas Tarryn!!!
Se eu recomendo a leitura? Claro que sim!
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?" Nem todo mundo pode ser salvo." ; " Às vezes, você só tem que deixar a natureza seguir seu curso."
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