Tess

Tess Thomas Hardy




Resenhas - Tess


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Dariane 10/06/2021

A inocência roubada
Quando se lê um livro de época se reflete as obras de Jane Austen com romance, com uma pitada de orgulho e alguma sensibilidade. Essa esplendorosa obra de Thomas Hardy vai contra tudo que se espera encontrar. Um livro que capta a realidade patriarcal repulsiva, que atribui normalidade e culpa a vítima. Num momento de tanto levante feminista, tal obra contribui para exemplificar a luta feminina constante e que infelizmente ainda é em parte a realidade que o livro mostra. A referência/alusão feita no filme 50 tons de Cinza confirma boa parte dos acontecimentos do livro, medo, insegurança e manipulação. Como Anastácia, Tess acredita que aquilo que recebe é merecido e suficiente para ela. A constância do medo e o falso amor, que machuca corrói, destrói e mata, transforma esse livro em um dos muitos que devem ser lido por mulheres que aspiram a mudança, que desejam sair do sufocamento em busca de uma lufada de ar fresco.
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Naiara 21/06/2019

Leitura Mediana
O livro em si tinha tudo para dar certo, mas infelizmente até a metade dele, segui em uma leitura arrastada, que quase me fez desistir do livro e entrar em uma ressaca, mas mesmo assim continuei na esperança de "O final pode ser melhor". Demorei a ingressar na História, pelo linguajar mais complicado, e alguns detalhes descritos que ao meu ver foram desnecessário. Porém da metade adiante, achei que a História ficou mais interessante, e logo cheguei ao fim, que ao meu ver, foi tremendamente decepcionante. A personagem Tess, uma moça educada e de ótimo coração sofreu muito na vida, para ter um final como aquele. Claro que nem todos os finais são felizes, mais realmente não vi o sentido de uma leitura tão arrastada e monótona, se não fosse para no fim o livro dar uma reviravolta e tornar o final brilhante. Logicamente a intenção do autor foi se basear no que de fato acontecia na sociedade inglesa no seculo XIX, a concepção das pessoas em relação ao homem e a mulher, naquela época eram bem diferentes, um ponto muito positivo foi o autor retratar isso bem nitidamente no livro.
Foi o meu primeiro contato com o autor, e infelizmente não gostei tanto do livro assim a ponto de dar 5 estrelas... Dei 3 estrelas, pois a ideia do autor foi excelente, porém na MINHA opinião, o final deixou a desejar, poderia ter sido melhor.
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Tiago sem H - @brigadaparalela 08/01/2018

Quando iniciei a leitura de Tess, pensei que essa seria a minha primeira incursão à escrita do autor, porém, depois me lembrei que já havia lido um conto dele intitulado Bárbara da Casa de Grebe que está na coletânea Contos de Horror do Século XIX escolhidos por Alberto Manguel. Thomas Hardy foi um escritor inglês do final século XIX e início do século XX com várias obras publicadas, algumas inclusive apresentando características que incomodaram os críticos da época.

Tess dos D'Urbervilles é a obra que representa o autor na lista dos 1001 Livros Para Ler Antes de Morrer e foi o motivo de a ter escolhido para iniciar o ano de leituras. Particularmente, nunca havia ouvido falar do livro e muito menos da série e filme.

Aqui vamos acompanhar a trajetória de Tess, uma jovem garota humilde do interior da Inglaterra que vive com seus pais e irmãos. Após descobrir que sua família faz parte de uma linhagem da nobreza, seus pais enviam Tess para reclamar perante os últimos parentes vivos uma parte da herança, uma vez que, estavam passando por dificuldades financeiras. A partir do momento que ela vai ao encontro desses parentes sua vida começa a marchar para uma série de desgraças.

A começar com seu primo, Alec D'Urberville, que após as recusas da moça perante seus ataques abusivos, arma uma situação em que consegue por fim estuprá-la. Bem, nesse ponto da narrativa de Hardy, ocorre um fato interessante. O autor em momento algum utiliza desse termo, ou diz que foi um ato realizado contra a vontade de Tess. A passagem é tão sútil e que o leitor pode nem perceber. Tess então volta para casa e fica marcada como a mulher que não é mais pura, tanto para sua família, quanto para os vizinhos do povoado, então ela resolve ir para uma localidade distante trabalhar e recomeçar.

Nessa localidade ela começa a trabalhar ordenhando vacas e conhece um dos funcionários, Angel Clare que logo se encanta por ela. Contudo, Tess sabe que não é mais digna do amor de ninguém por não ser mais pura.

Contar mais da obra será estragar uma das melhores descobertas literárias que já fiz. Mesmo sendo um romance inglês, claramente posso dizer que é um novelão mexicano. Tess é vítima de tudo de ruim que possa acontecer por carregar uma culpa de algo que não foi provocado por ela e quando o leitor vai se aproximando das últimas partes do livro (que é composto por sete se não me engano), algumas reviravoltas e coincidências vão ocorrendo que logo associei a novelas mexicanas (p. ex. Maria do Bairro). Não pensem que isso prejudica o livro, de forma alguma.

A construção dos personagens é bem articulada e você se apega a alguns e passa a odiar outros, como a própria mãe de Tess, uma mulher totalmente interesseira e que não mede esforços em jogar na cara da filha que ela é culpada por qualquer situação ruim da família. Boa parte dessa construção dos personagens também é favorecida pela atmosfera que o autor consegue construir e que transporta o leitor para o interior da Inglaterra nesse final/início de século.

A escrita de Hardy é muito fluída. O livro possui 360 páginas, mas claramente com sensação de 700 páginas só que isso não afeta em nada na qualidade da leitura devido a forma orgânica da escrita do autor. Aliado a isso, o autor insere questões sobre o princípio moral dos personagens e da própria sociedade no período vitoriano e que pode ser visto até mesmo como questões atemporais, como por exemplo, o homem pode errar por livre arbítrio, mas se a mulher tiver um erro semelhante e que não foi a responsável, ela ainda estará errada. A subversão de papéis também é um fator que o autor utiliza na obra e que mesmo não apresentando reviravoltas grandiosas, ainda são ótimos ganchos para fisgar o leitor.

A obra foi adaptada em um filme dirigido por Roman Polanski em 1979 (que eu ainda não vi) e em 2008 uma minissérie da BBC com 4 episódios que é bem fiel à obra e que tem no papel de Angel Clare o ator Eddie Redmayne (A Teoria de Tudo, A Garota Dinamarquesa e Animais Fantásticos e Onde Habitam).

Por fim, Tess dos D'Urbervilles é um clássico atemporal que vale a pena ser lido sim, já que possui uma narrativa fluída e apresenta temas que são bem pertinentes à sociedade contemporânea. A série é curtinha, então também vale a pena maratonar após ler o livro ou até mesmo caso você não o tenha lido.

site: https://brigadaparalela.blogspot.com.br/2018/01/bora-ler-tess-dos-durbervilles-thomas.html
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neia 08/07/2017

A história sem fim
Devido a maneira que é escrito, embora tido clássicos seja um desafio, parece que não termina nunca, foram 400 páginas que viraram 1000, quase entro em ressaca mas não me permitir! Término o livro e fico nessa situação, NÃO acredito!!!! Pra quê fazer um personagem sofrer assim? Não acho que tudo tenha que ter final feliz, mas Tess merecia gente!!!
Naiara 21/06/2019minha estante
Tirou as palavras da minha boca, fiquei exatamente assim quando terminei de ler o livro, revoltada e intrigada no sentido de a personagem principal tão boa quanto Tess, ter sofrido o livro inteiro para no fim acontecer o que aconteceu. Fiquei pensando qual o sentido disso, mas não cheguei a conclusão alguma. Quase entrei em uma ressaca também, mas continuei o livro, mesmo a leitura estando bem arrastada...




tati_loverock 17/03/2016

Tess é o primeiro livro de Thomas Hardy que tive a oportunidade de ler. Fiquei bastante satisfeita com essa leitura, é uma história que me surpreendeu bastante. Já tinha ouvido falar que as histórias de Hardy tinham um tom melancólico e pessimista, realmente tenho que concordar com isso, mas, sobretudo nessa história ele fez uma critica mordaz aos costumes da sociedade inglesa no séc XIX. Em Tess, vemos principalmente a diferença de tratamento entre homens e mulheres na sociedade. O homem comete um erro e é perdoado. A mulher comete um erro e é considerada indigna sendo hostilizada por todos. Adorei a forma como Hardy mostrou claramente essas diferenças, e muitas outras características daquela época.
Tive uma avalanche de sentimentos durante a leitura. Fiquei muito triste pela situação da Tess durante o livro todo, foi sofrimento atrás de sofrimento. O Angel teve momentos em que o amava e outros o odiava, pois apesar de ser um bom homem foi muito precipitado seu julgamento em relação à Tess. Já o Alec foi um dos personagens mais cínicos que já vi, pelo menos teve um final merecido.
Amei de verdade esse livro, o final foi de partir o coração, mas esse desfecho era na verdade esperado, mas nem por isso deixou de ser arrasador.
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Paula H. 23/07/2015

Uma bela obra do século XIX
Um clássico da literatura estrangeira, publicado pela primeira vez em 1881 sob o título de Tess of the D’Urbervilles: a pure woman faithfully, Tess chegou ao Brasil pela editora Itatiaia, na coleção Rosa dos Ventos, com tradução de Neil R. da Silva. A edição aqui resenhada é de 1984, com 442 páginas. Tess é a protagonista, cuja trágica história fora adaptada diversas vezes para peças de teatro, filmes e série.

"Sua obra retrata a resistência quase animal dos seres humanos, a sua luta obstinada contra a tempestade que arrasa as colheitas e a sucção das cidades industriais, que vem arruinar os campos; cada romance, de uma forma cada vez mais sinistra, vem apontar a prisão na qual as forças indiferentes do universo encerram as criaturas que irão esmagar". (trecho retirado da orelha do livro sobre a obra de Thomas Hardy)

A obra traz um mapa do Wessex, uma região da Inglaterra no qual a história se passa. Tendo em vista que a história narrada se passa no século XIX, há de se levarem alguns pontos em consideração, como os conceitos morais da época e a questão da inserção das máquinas na vida do campo, sendo que, até então, o trabalho ainda era grandemente produzido por mãos humanas, o que é constantemente demonstrado na história. O livro é dividido em sete fases, denominadas, respectivamente: a donzela; não mais donzela; a volta à vida; a consequência; a mulher paga; o convertido; e consumação.

Na primeira fase do romance, tem-se uma breve apresentação dos personagens e do que se trata a história. Inicialmente, conhece-se Jack Durbeyfield, pai de Tess, um vendedor ambulante com tendência à bebida, que, por meio de um padre, descobre ser descendente de uma antiga família nobre, os D’Urbervilles. A partir desse momento, o pai de Tess sente-se muito orgulhoso por sua descendência e firma-se na convicção de que, por ser Sir John D’Urberville, de uma família de muito prestígio e grandes terras, não deveria se submeter a trabalhos manuais. Contente com a recente notícia, John se embebeda o suficiente para não estar apto a realizar uma entrega na manhã seguinte. Nesse ponto da história já há de se ter uma visão da irresponsabilidade dos pais de Tess. Esta, como a filha mais velha – de dezesseis anos – e orgulhosa, recusa-se a pedir ajuda a outros, e, portanto, decide fazer a entrega ela mesma. No entanto, durante o caminho Tess adormece e, tragicamente, o cavalo da família é ferido e morre.

Por coincidência ou não, a mãe de Tess, tendo conhecimento de que havia uma mansão ali perto de algum D’Urberville, decide que a pequena Tess deveria ir reclamar parentesco, de modo a pedir auxílio financeiro. Não fosse a morte do cavalo da família, um dos pouquíssimos recursos deles, a qual ela se culpou terminantemente, Tess possivelmente haveria recusado a ida. Contudo, ela foi, acabando por conhecer seu suposto primo, Alec D’Urbervilles, e a trabalhar para a família deste. Decorrido alguns fatos, tendo Tess nenhum conhecimentos dos homens, ela é “enganada” pelo rapaz e acaba sendo violentada. Neste ponto termina-se a primeira fase da obra, dando início a tragédia de Tess. Segundo os conceitos morais da época, era uma humilhação à família que a moça deixasse de ser pura e não se cassasse, o que se tornou o problema de Tess durante toda a obra.

"Por aquelas colinas e vales solitários, a sua passagem tranquila e silenciosa calhava bem com o elemento em que se movia. A sua figura flexível e furtiva passava a ser parte integrante do cenário. Às vezes, a sua fantasia caprichosa dava intensidade aos processos naturais em torno dela, até parecerem fazer parte da sua própria história. Melhor, tornavam-se partes dela, pois o mundo é apenas um fenômeno psicológico, e eram, de fato, aquilo que pareciam" (p. 105).

Algum tempo após retornar a sua casa, Tess decide procurar emprego longe e esconder o seu problema, assim tentando afastar um pouco a humilhação da sua família, não aceitando a ajuda proposta por Alec, que havia viajado para Londres. Em um emprego arranjado em uma queijaria em Talbothays, Tess encontra Angel Clare, um rapaz de família religiosa que, por não seguir os mesmos princípios do pai, decide aprender a profissão de fazendeiro. Eles se apaixonam, e, apesar do que a família de Clare gostaria, isso é, de que ele se cassasse com uma “dama”, Angel pede Tess em casamento. No entanto, ele não sabia do passado de Tess.

A história, no geral, é bem desenvolvida, e possui questões bem pertinentes, como os princípios morais dos personagens que implicam em aspectos religiosos, a submissão das mulheres, e a revolução industrial, mesmo que como plano de fundo. Numa visão geral, pode-se dizer que Tess era uma mulher além do seu tempo, e, embora sendo orgulhosa, enfrentou suas dificuldades com força. Nesse romance do século XIX, há o que se questionar quanto ao mocinho e o vilão da história. Pois mesmo o Alec, que “destrói” a vida de Tess, acaba fazendo o seu “melhor” para ajudá-la. Enquanto que Angel, que parecia ser o mocinho a trazer felicidade a Tess, acaba por trazer mais dificuldades a jovem.

"Cruel o próprio autor que, em momento nenhum, liberta a personagem do labirinto terrível em que se meteu à custa de um erro. Nem tudo, porém, é trágico – e a tragédia nunca se apresenta mórbida. Passagens e mais passagens se sucedem, impregnadas de uma poesia que outro, não sendo Hardy, dificilmente conseguiria fazer natural e humana. Esses momentos de poesia são momentos de felicidade que, afinal, justificam que se pergunte: apesar de todos os seus sofrimentos, não terá tido neles a heroína a sua compensação?" (trecho retirado da orelha do livro sobre a obra de Thomas Hardy)

Apesar de alguns pontos negativos recomendo a leitura tanto por ser um clássico quanto por possuir uma boa história. Quanto à edição, há alguns erros, que indicam que o livro necessitaria de uma melhor revisão.

Quanto às adaptações, pude assistir duas – o filme de 1979 e a série de 2008 – que, convém dizer, ficaram boas. O filme de Roman Polanski, de 1979, tem, no papel de Tess, a atriz Nastassia Kinski, que, embora tenha atuado bem, a meu ver, não conseguiu captar bem a visão que tive da Tess do Thomas Hardy. E, nesse ponto, a série da BBC de 2008 se superou, pois a Gemma Arterton trouxe uma Tess mais “viva”. Por serem adaptações, possuem, evidentemente, suas diferenças. Um exemplo bem claro, no último episódio da série da BBC, é que há inserção de cenas finais que não constam do livro. Os cenários, os atores e a trilha sonora de ambos conseguiram transmitir a história da bela obra de Hardy, contudo, a recomendação primeira seria o livro, que é simplesmente incrível, apesar de ter uma leitura um pouco mais densa.

site: http://www.eucurtoliteratura.com/
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spoiler visualizar
neia 06/07/2017minha estante
Kkkkk Faria o mesmo




Li 22/09/2013

DESAFIO DESAFIANTE - TEMA 7 - LIVRO CITADO EM OUTRO LIVRO
Sinopse: Quando a bela e inocente Tess é levada por sua família pobre a reivindicar a riqueza dos Dubervilles, ela cai na cilada do manipulador filho dos DUbervilles, Alec, que em seu desejo ardente de tê-la acaba lhe trazendo dificuldades que perdurarão por toda sua infeliz vida. Até quando conhece um homem muito diferente. Mas ela deve escolher se revelará seu segredo ou permanecerá em silêncio.

Quis conhecer o livro desde que Ana Steele, da série 50 tons, comenta sobre ele no primeiro livro. Gosto da literatura inglesa do século XIX, então foi bem providencial, já que eu precisava de um livro citado em outro livro para o Desafio Desafiante!

Que história triste!
“Tess” começa devagar... Na verdade, não gostei muito do primeiro ¼ do livro, apesar de importante para a narrativa, já que é daí que se origina todo o sofrimento da personagem. O interessante do livro, principalmente para mim, foi entrar no universo rural inglês desprovido de recursos, do século XIX, nunca tinha lido nada do gênero... E talvez por ter sido escrito por um homem, a realidade foi retratada de uma forma mais crua, mas sem deixar de ser poética também, de certa forma.

Me vi muito em Tess... Na verdade, ultimamente tenho me visto em muitas personagens, o que nem é bom, pois geralmente me identifico principalmente com os problemas e o estado de ânimo combalido! Rs.
”Dentro desse exterior, sobre o qual o olhar poderia ter perpassado, como sobre uma coisa mal perceptível, quase inorgânica, havia a lembrança de uma vida pulsante que tinha aprendido demasiado bem, para a sua idade, da poeira e das cinzas das coisas, da crueldade e do desejo brutal e da fragilidade do amor.”

Comecei a ver ontem a série da BBC... Adoro os atores que fazem Tess (Gemma Arterton) e Alec (Hans Matheson).
Já chorei horrores com o primeiro episódio! Rs
Segue link do site, para quem quiser conhecer!

É um livro triste e angustiante, mas ótimo mesmo assim...

site: http://uksriesdownload.blogspot.com.br/2010/08/tess-of-durbervilles-2008.html
amanda.turkoco.9 29/10/2016minha estante
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Marcele 24/03/2013

Tess; a vítima dos 50 tons de citações equivocadas
Nota: Cinco estrelas (e zero para as comparações sem sentido que a E.L. James fez entre as personagens do Hardy e as dela mesma)

Avaliação: Considero sempre extremamente difícil avaliar qualquer obra dos autores por quem passei a nutrir admiração sem igual; Thomas Hardy com certeza é um deles. No entanto, se decidi transcender tal dificuldade e me esforçar para compor esta resenha, um dos motivos reside no fato revoltante de o escritor haver tido o conteúdo dessa obra totalmente distorcido nas muitas citações (levianas) que o best-seller Cinquenta Tons de Cinza fez a ela. Vim aqui, portanto, tentar comprovar com a análise do enredo que a senhora E.L. James só pode ter sofrido de algum analfabetismo funcional quando na leitura de Tess (of the D’Urbervilles). Vamos aos fatos!

Publicado ainda no século XIX, na Inglaterra de 1881, Tess of the D’Urbervilles (ou apenas Tess no Brasil) parece ter sido o último romance do escritor Thomas Hardy, o também autor de “Judas, o obscuro” – o seu sucesso anterior. Isso porque, graças à grande polêmica que repercutiu da trama, a pressão social sobre o Hardy foi tão grande que ele decidiu se voltar apenas para a composição de poesias depois dela. Imaginem vocês, agora, o que é abrir mão da sua carreira em nome de uma mensagem e, séculos mais tarde, ser ela totalmente deturpada por uma história de valores duvidosos? Como fã do gênio que foi o Thom, eu acho um completo absurdo! Tomara que vocês concordem no final, após conhecerem um pouco mais sobre o trabalho dele…

Comprometido com a missão de retratar o contexto social da zona rural inglesa daquela época, Thomas Hardy ambientou a sua história nas redondezas de Wessex; o condado onde moravam os Durbeyfield e mais uma quantidade considerável de trabalhadores campestres. Conhecido como um autor de perspectivas pessimistas, é através das desventuras da virginal e inocente Tess que ele vem denunciar uma série de hipocrisias defendidas pela sociedade em que viveu. E, acreditem, apesar de toda a sutileza das suas linhas, o tapa na cara foi com força, mesmo que em luva de pelica… Meio mundo se roeu com a publicação!

Filha de John e Joan Durbeyfield, dois pais imaturos, Tess é enviada à casa de seus supostos parentes ricos para pedir ajuda financeira quando um vigário revela a John a sua descendência nobre. Acontece que, por conta de uma colher de prata com o brasão da família, restou comprovado de modo irrefutável que os Durbeyfield, na verdade, faziam parte da linhagem D’Urberville; uma família poderosa que, como muitas outras, foi à falência com o tempo. Não era o caso do núcleo dela que ainda habitava a cidade vizinha, no entanto; o jovem Alec e a sua mãe enferma.

Recebida pelo suposto primo, Alec D’Urberville (com quem Mrs. Durbeyfield sonhava em casá-la), Tess é empregada como serviçal no casarão e pouco a pouco assediada pelo maior carma da sua vida: a subjugação da mulher perante o homem. Pecaminoso, instigante e sedutor, Alec investe todo o seu poder de arrebatamento contra a moça e, após ser rejeitado incessantemente, decide criar a primeira virada surpreendente da história: ele a desonra (contra a vontade… estupra, “seduz”, o termo que vocês preferirem)! E só de lembrar a forma magistral como o Thomas Hardy escreveu essa parte da trama em especial, eu tenho vontade de esganar a E. L. James por embasar a relação doentia dos seus protagonistas com uma coisa como essa! Leia melhor as suas citações, minha senhora!

Ao contrário do que qualquer leitor da Saga 50 tons palpitaria, no entanto, (Para continuar lendo, acesse: http://www.marcelecambeses.com.br/2013/03/resenha-tess-of-the-durbervilles/ )
Tayna ourives 01/05/2013minha estante
tenho este livro em portuguÊs,é quase uma relíquia,é maravilhoso,recomendo.




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