Rogério 09/01/2020
Na minha singela opinião este é um livro incrível, sóbrio e bastante consolador. Considerando o costume humano de considerar os sofrimentos ou aflições como uma série de desventuras ocasionadas por uma atitude controversa que possamos ter, ou como a paga de uma conduta imoral que mantemos, pensamento este concebido à luz de uma perspectiva pagã supersticiosa, ou por uma visão "piedosa" e limitada retirada dos amigos "consoladores" de Jó, Edith Schaeffer nos traz a óptica correta do que é realmente a aflição e o sofrimento para os homens e mulheres que adoram ao Senhor e confiam no Cristo para a remissão dos pecados.
Costumamos realmente perguntar: "Se sou cristão, se creio em Cristo e se O amo, por que eu sofro tanto? Por que isto me ocorreu? Por que nada tem dado certo?". De fato, nós somos limitados e podemos facilmente ser empurrados ao mar revolto dos questionamentos, principalmente quando as coisas não saem em conformidade com aquilo que ansiamos ou quando o espinho na nossa carne perfura bem fundo e não conseguimos olhar a estrada sem nos deparar com a dor da espetada (inclusive, escrevo esta resenha com a cegueira advinda da aflição - não sei bem o que esperar do meu futuro).
Então, tendo como base esta perspectiva, vem a argumentação primorosa e quase que íntima da Sra. Schaeffer, demonstrando que todo sofrimento na vida de um verdadeiro cristão não é em vão, e servirá como um grande troféu no dia que o nosso Senhor Jesus Cristo voltar. Os nossos sofrimentos servem para nos fortalecer na fé, para enriquecer a nossa caminhada vitoriosa com Cristo (tal como as aflições que o apóstolo Paulo passou ao longo de todo o seu ministério tornaram a sua coroação, após atingir o seu alvo - ou melhor dizendo, Alvo, com A maiúsculo - ainda mais esplêndida e especial), serve para nos corrigir para que não nos desviemos do caminho de nosso Deus, etc. Em tudo isto, seja como for, as nossas aflições são um instrumento único e especial para a glorificação do Nome que está acima de todo nome, e um meio incrível pelo qual tornamos a nossa peregrinação nesta terra realmente especial.
Por fim, acho que uma passagem que cabe muito bem a este singular livro é a que escreveu o apóstolo Paulo aos cristãos de Roma:
"Considero que os sofrimentos do presente não se podem comparar com a glória que será revelada em nós." (Romanos 8:18 AS21)
Que o Senhor Deus nos ajude sempre em cada passo e que nos lembremos que Ele é soberano sobre tudo.