Gustavo 12/01/2022
Vim para mais uma das minhas resenhas e dessa vez, é tristeza
Eu devo dizer que eu esperava gostar desse livro, mas gostar muito. Porque sempre que eu fui totalmente cego quando se tratava de alguma das minhas aquisições na Amazon, eu acabei gostando. E dessa vez, foi diferente.
Eu vou ter que fazer uma divisão por tópicos e subtópicos para poder contemplar todo o meu ódio por esse livro.
- Pontos positivos:
nem só de críticas vivem as minhas resenhas. Um dos pontos positivos que eu devo dizer é sobre a escrita do autor, ela é uma leitura muito maleável (?) e bem fluída. Por vezes, ela é bastante erudita e rebuscada e em outras, ela é bastante abrangente e popular. Acabando por casar com os dois públicos diferentes que o autor consegue dialogar facilmente.
E a descrição de escrita dele também é algo que o leitor consegue ler. E para alguém que tem dificuldade durante a leitura para visualizar alguns cenários que os autores descrevem, eu achei bastante visual.
As ilustrações também, colaboraram bastante no processo de leitura do livro. E qualquer pessoa que faça minimamente o que eu não sou capaz de fazer, merece beijinhos.
- Pontos negativos: O chumbo vem
Nesse ponto, eu devo dizer que eu fico extremamente triste de estar fazendo essa resenha porque eu não gosto de falar mal de livros nacionais (tem alguns que nem Jesus na causa) então, eu me oponho. Creio que uma ou duas vezes eu falei sobre algum livro nacional e quando falei, no caso de não ter gostado do livro, eu fiz questão de deixar uma resenha rasa sobre o livro.
Esse livro na verdade, eu já havia começado a ler quando ele ainda estava no wattpad (um pouco dinossauro, talvez, nesse mundo). E quando estava no wattpad, eu acabei abandonando o livro em um momento que eu abordarei mais para a frente. Eu só fui reparar nisso quando eu já estava na metade do livro (até porque isso ocorre bem na metade, mas enfim).
Então, eu vou falar por partes aqui também.
Sobre a história: quando eu fui preparar essa resenha e após a minha leitura (porque eu não quis que influenciasse a minha experiência), eu vi relatos sobre o livro sobre problemáticas que existem no livro e me fazem questionar bastante sobre o autor.
Primeiramente, eu vi que houveram alguns relatos sobre transfobia no livro. Eu acabei não reparando, não quer dizer que não exista, mas, EU não vi. Talvez por estar tão absorto em outro momento, que acabei não percebendo.
Outro ponto, e dessa vez eu vi. Homofobia. É até engraçado dizer isso em um livro que fala sobre um casal homossexual, ter homofobia. Durante a leitura, é um show de homofobia. E em parte, quem ler essa resenha pode pensar: mas são de outros personagens? E a resposta é sim e não. Os outros personagens que comportam essa história são bastante homofóbicos sim, mas o meu maior problema não é esse. É do próprio personagem principal. Desde o início do livro, eu tomei o Alexei (inclusive, que nome difícil de lembrar, até 60% do livro, eu tava chamando de Leandro) como uma pessoa super politizada, que entende de alguns assuntos e que é estudada no que tange as causas sociais. Pois é, não é bem assim. Esse personagem precisa a todo momento dizer que ele é gay (não sei se é autoafirmação ou achando que o leitor é um idiota que não sabe do que se trata o livro) e ele tem algumas frases bastante homofóbicas. Em um momento do livro, eu marquei uma frase e eu vou destacar aqui:
"São pessoas como você que dificultam o nosso processo de aceitação da sociedade, quando se deparar com um homofóbico na rua, não esqueça de cumprimentá-lo"
Olhando essa frase, parece que o outro personagem era uma pessoa do mal e que fez tudo de ruim para o Alexei e sua trupe. Mas, tudo o que o personagem falou foi que eles pegaram alguns passos e nem sequer deram os créditos (de um jeito um pouco mais ácido e debochado). E eu gosto de pensar que o autor talvez não tenha lido o suficiente sobre o conteúdo que ele escreve para não acreditar que ele fez de má fé. Nenhuma pessoa merece passar por homofobia. Nenhuma. O caráter da pessoa é algo que deve ser levar em conta independente de sua orientação sexual, e não é porque um personagem é alguém terrível, que ele deva sofrer homofobia. E outra, existe um estudo antropológico que diz que desde cedo, as comunidades e sociedades humanas em seus respectivos grupos já apresentavam comportamentos sexuais homossexuais muito antes do mundo ser chamando mundo. Então, não é a sociedade que tem que aceitar nada, as pessoas precisam parar de acreditar nessa mentira e o nosso querido A. Leonan precisa fazer uma pesquisa.
E tem até gordofobia, e assim, personagem do Bruno sofreu mais que Jesus na cruz. Logo no comecinho do livro, o autor faz questão de dizer como o ato de comer do Bruno é algo repugnante, nojento. E advinha quem foi o personagem que disse isso. cinco alternativas:
a) Alexei
b) Alexei
c) Alexei
d) Alexei
ou e) Alexei
5 pontinhos para quem chutou Alexei.
O personagem do Bruno sofre bastante gordofobia e o autor faz questão de emagrecer o coitado. Assim, a gatona já praticava esportes e já tinha o Pedro, que gostava dele. Mas, em uma frase do próprio Alexei, ele diz: "ainda é o mesmo guarda-roupa de duas portas de antes, só que onde antes havia dobrinhas, agora é puro músculo". Ele insiste em reafirmar que o Bruno era gordo.
É machista também, mas eu preciso falar de outras coisas, então, eu vou deixar essa passar.
Sobre os personagens:
Nem devo dizer que odeio o Alexei. Ele é um personagem mimadinho que grita toda hora. Eu fico com pena do Pierre.
Pierre, esse é um personagem que parece ser a radioatividade pura. É um personagem possessivo, estereotipado, problemático (porque ele inspeciona o Alexei E A GAY NÃO FAZ NADA) e no final, ele ainda fica junto com o Alexei?
Ele fugiu e mesmo assim, as gatonas ficaram juntos?
Sobre o Ben, nenhum defeito. Nunca errou. E se errou, foi tentando acertar. Até na cadeirada que deu no Caleb, eu já tinha feito isso há muito tempo.
Sobre o JP: não gosto de você, não sinto verdade vindo de você, acho você assim, incoerente, você está onde te convém, em todos os seus jeitos, andados e posicionamentos, acho você um falso.
Sobre o Caleb: é engraçado ver quando o personagem que praticava homofobia, inclusive mijando no Alexei (esse foi um momento que me deixou super desconfortável de ler e olha que é difícil esse ato) morrer quando ele se assume gay e vai contar pro pai.
Sobre o Pedro: eu gosto dele, mas desnecessário ter um spin-off
Sobre o Tomás: ele só aparecia na história para ser um babaca.
Sobre os pais do Alexei: perfeitos, se erraram foi tentando acertar.
Nesse momento, eu tô extremamente cansado de continuar essa resenha. Então devo dizer, eu odiei o livro, não leria novamente, foi cansativo, puxado, maçante, longo e eu com toda certeza do mundo, não recomendaria a ninguém pelos motivos já explicitos durante a resenha. Eu não vou falar sobre os erros de ortografia porque o autor, talvez, não tenha tido um revisor e um corretor ortográfico, mas os erros têm, porém, não afetam muito na leitura.
No mais, dei uma estrelinha e só não foi meia estrela porque o Benjamin salvou a história toda. O nome do livro podia ser "Graças ao Benjamin: Alojamento de Héteros". E eu amaria dar uma cadeirada no Caleb, no Pierre, no Tomás e no JP, então, obrigado Ben por fazer tudo mais uma vez.