Dâmaris
11/03/2015Definitivamente, o PIOR livro da autoraTenho lido e me apaixonado pelas histórias da Judith McNaught e por este motivo esse livro foi uma decepção.
Ramon Galverra. Que nome mais clichê de “romance-mexican-novela SBT- reprise da Thalia” é esse? (apesar do personagem ser porto-riquenho)
O mocinho da história é um chato e apesar dos esforços da autora em torná-lo o típico macho, sexy, "vou te pegar agora", pelo qual nos apaixonamos, o principal traço deste homem é o seu hiper machismo, além de mentir, é claro, e de ser autoritário pra cacete, algo que vai além do aceitável.
Normalmente sou tolerante com histórias de mulheres que se submetem ao seu homem (apesar de, na vida verdadeira, achar absurdo) de modo romântico, mas essa passou dos limites pela velocidade com que as coisas acontecem. Se consideramos os pontos principais: ambos estão passando por mudanças drásticas em sua vida, que exigem adaptação à nova realidade e o drama em cima disso seria perfeito para construir uma história apaixonante. Ver os dois percorrendo esse caminho juntos, até o tão esperado final feliz, seria muito mais interessante.
Que mulher larga sua vida, sua liberdade e tudo o que mais importa, por um cara que conhece há algumas horas, sem saber, NADA, eu disse NADA a respeito dele, além da promessa de uma vida social e financeira totalmente diferente da que leva e amor eterno? É sério, a única coisa que a Katie "sabe" a respeito dele é a sua suposta profissão e só. Já sobre ela tudo é apresentado: família, amigos, casa, emprego, personalidade e etc.
As aflições e dúvidas dela a respeito do casamento repentino são perfeitamente compreensíveis, especialmente se consideramos o relacionamento traumático que ela teve anteriormente e ter que se refazer sozinha depois que acabou de maneira dolorosa. Senti que a autora reduziu isso a nada, pois a única pessoa com quem a mocinha conversa é um padre, nos momentos finais do livro e só! Durante a narrativa, vemos uma mulher cheia de traumas, ferida, que deseja superar tudo isso com um novo e verdadeiro amor, mas que se sente insegura e o “Don” Ramon simplesmente ignora isso, esperando que ela o ame de volta, mesmo ele mentindo. No final, o que me pareceu foi que a única coisa que importava era ele provar com toda sua “macheza” que era capaz de se recuperar da sua tragédia financeira e que esse era o ponto chave do livro. Tanto que, quando a Katie descobre a verdade, ela não se revolta colocando tudo em pratos limpos, expondo a fragilidade de ambos para que houvesse uma “cura”, ela acha isso fofo e corre atrás dele. Sem contar que ela estava sempre cedendo, se desculpando.
Enfim, como eu disse, a superação e a construção de uma história de amor não veio. A única coisa que acontece durante o livro é ela comprando coisas pela cidade, a casa velha reformando e momentos de - quase - amor tórrido, interrompidas (mais chato impossível).