Resenhas - Decameron

Paulo.Balbe 13/02/2024

Uma leitura para épocas "pandêmicas"
Li há muitos anos atrás, ainda na adolescência. Achei curioso e fiquei bastante surpreso com as "aventuras" relatadas nos contos. Alguns bastante obscenos e críticos à Igreja da época.

Jacy.Antunes 09/02/2024

A peste em Florença
Em 1348, quando a peste
negra chegou à Florença , dez jovens nobres fugiram para uma villa na colinas da região.
Para passar o tempo eles se reuniam para contar histórias até o entardecer.
Para celebrar os 700 anos de Boccacio, a editora Cosac Naif selecionou dez dos cem contos, lindamente ilustrados por Alex Cerveny.
A maioria dos contos tem críticas ao comportamento à igreja, com muitos detalhes picantes, bem explorados por Pasollini no filme Decameron , feito em 1971 e proibido pela censura brasileira por muitos anos.
Neles um jardineiro finge ser mudo para se deitar com as freiras de um convento ; um agiota faz uma falsa confissão e é declarado santo ; e um padre seduz uma dama dizendo ser o enviado do anjo Gabriel.
Decameron é um clássico , para ser lido várias vezes na vida.
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EdilenaRisuenho 07/02/2024

Edição linda, resumida, da extinta e saudosa Cosac Nahif. A obra é particularmente interessante e atual, a arte do livro casa tanto com o texto que o leitor fica totalmente preso esperando para ver a próxima .

Marília 11/10/2023

É bem diferente esse modo de contar várias histórias dentro de uma mesma história. Algumas histórias são melhores que as outras.

Ale 01/02/2023

Decameron - Príncipe Galeotto
Provavelmente esse é o livro com o projeto gráfico mais bonito da minha estante. E se não for, com certeza é algum outro da extinta CosacNaify. É bizarro o cuidado que essa editora tinha com todos os seus projetos!

Nesse livro, lançado em homenagem aos 700 anos de Giovanni Boccaccio (1313), foi feita uma seleção de 10 dentre as 100 novelas presentes no "Decameron". Além das 10 novelas selecionadas pelo tradutor Maurício Santana Dias, temos aí as magníficas ilustrações de Alex Cerveny.

Poucas coisas me causam tanto fascínio quanto a idade média. Praticamente tudo que tenha alguma relação com aquele momento histórico, consegue prender minha atenção. Sendo assim, já é de se imaginar o quão eu admiro a obra do Giovanni Boccaccio, que é tido como o primeiro grande autor do realismo. E por mais que o "Decameron" configure uma ruptura, dentre as várias que ocorreram durante a baixa idade média, e que preconizaram o Renacentismo, é inegável que a essência do medievo permeie quase que a totalidade da obra desse autor.

São novelas (contos) contados por um grupo de 10 pessoas (7 mulheres e 3 homens) que tentando fugir da peste negra, se abrigam num castelo afastado de Florença. Os contos variam em diversos temas, desde eróticos até lições de vida etc. São temas facilmente imagináveis para o homem contemporâneo, o que torna a leitura muito engraçada, leve e bastante fluída. Como a obra foi escrita logo após a crise da peste negra, Giovanni Boccaccio faz um relato muito interessante sobre aquele momento. Infelizmente o relato não aparece na edição da CosacNaify e eu tive que recorrer a outro exemplar para ler o relato.

Julio.Argibay 22/08/2022

Bocaccio
A obra Decameron, escrita por Giovani Boccaccio, é uma obra formada por 100 novelas, contadas por 10 jovens, sendo um deles eleito/a rei/rainha. São eles, os jovens: Filomena, Pampineia, Pânfilo, Dioneu, Bergamino, Emília, Filostrato, Elissa, Lauretta, Neifile e Fiammetta. Esses jovens estão isolados do mundo, num castelo, próximo a cidade, numa época, em que a Itália estava dominada pela peste. Então vamos a obra. Na Primeira Jornada as novelas destacam: padres sovinas, judeus, monges, reis aproveitadores, mulheres honradas, inquisidores, cruzados, católicos, abades, um fidalgo sovino, um rei medroso e um mestre médico. Após esses novelas eles comeram e dançaram. Na Segunda Jornada. As novelas falam de: um alemão pobre, roubos, de três jovens empobrecidos, um corsário rico, graves incidentes, a mãe com dois filhos, atribulações de uma princesa, uma falsa acusação, uma mulher vestida de homem, outra mulher que volta para o marido. Terceira Jornada. Neifile. Novelas: O Convento e o mudo, palafreneiro, frade severo, penitência, mulher num banho, peregrino disfarçado, morto e ressuscitado, rei da França, monge rústico. Quarta Jornada. Filostrato. Tema: os amores infelizes. Novelas: amante da filha, frei selvagem, três rapazes, três irmãs, rei combate nau, morte do amante, freira, folhas e dentes, morre ao lado dela, sepultada com o amante, amante narcotizado. Quinta Jornada. Fiammetta. Novelas: amante instruído, marido morto? Moça foge para o castelo, jovens casam-se, jovem caçada, ama e não é amado,  um asno. Sexta Jornada. Elissa. Novelas: um cavaleiro, pergunta impensada, pronta resposta, frase oportuna, má aparência, nobres, resposta pronta, gente desagradável, palavras espirituosas, pena do anjo. Sétima Jornada: Dioneu. Tema: as mulheres burlam seus maridos. Do castelo, os jovens vão ao Vale das Damas. Estórias: papão, o tonel, lombrigas do afilhado, uma grande pedra, um ciumento, de volta para casa, o jardim, ciúmes, acreditar no amor. Oitava Jornada. Lauretta. Tema: as burlas entre homens e mulheres. Novelas: dinheiro emprestado, palavras sagazes, heliotrópio, a criada, um erudito, amigos juntos, fossa de imundícies, roubo magistral. Nona Jornada. Emília. Tema: falar sobre o que mais lhe agrada. Novelas: tarefa imposta, abadessa, prenhez, em mangas de camisa, discussão, deitar inadvertidamente, o sonho se realiza, tremenda surra, mulher geniosa, feitiço. Décima Jornada. Pânfilo. Tema: Generoso ou pródigo ao amor. Novelas: cavalheiro hospitalário, num bosque, sepultada, nigromante, o velho, fidalgo, libertos, cruzada, marquesa.

ramiromat 26/05/2022

A edição é da L&PM, então, é a INTEGRAL. Sim, que jornada! 100 novelas, 10 cada dia, contadas por 10 jovens que se refugiam da Peste Negra, sendo um dos 10 o rei/rainha do dia, que, escolhido ao fim do dia anterior, decide o tema do dia seguinte. Eu comecei a leitura com o pré-conceito do que se fala do livro. Mas não é só safadeza. São histórias, cada uma com sua moral, compiladas de modo a exemplificarem o tema proposto para aquele dia. Como escrevi, não adentre com o pensamento construído após ver o filme de 1971. É muito mais do que isso. Guardo com carinho a 7ª novela da 8ª jornada: "é castigo, pois a vingança deve ultrapassar a ofensa, e isto não chegará à altura da ofensa".

Qlucas 06/02/2022

Divertido de se ler
Considero Decameron um livro recomendável não apenas pelo mero conceito de ser clássico, mas também por ser um bom entretenimento para se ler no final dia.
Pelo fato do 2 conto ter me feito gargalhar no final de um dia cansativo eu não poderia falar mal da narrativa do autor: é direta e tem uma progressão envolvente.
A forma despojada do autor ao tratar de temas tabus - desejo da carne, as tolices da fé - faz com que o conteúdo do livro se mostre atemporal.
Um ponto negativo que poderia ser feito é que o conteúdo, certos contos, cai na vulgaridade, se limitando a ser uma piada de boteco.

Teco3 01/02/2022

A terrena comédia ou a comédia humanosatírica do fim da idade média

Boccacio é um nascido em Paris de desenvolvimento italiano. Sempre esteve no ambiente cultural refinado de seu tempo. Teve contato com a prosa francesa, e assim como Dante, que se inspirou nela e ampliou o dialeto florentino com a divina comédia, Boccacio também o fez: um em verso, o outro em prosa; um na asa do fantastico, o outro terrivelmente terreno. O que separou boccacio de seu pares, além do fato de amplicar um dialeto ainda em formação, foi sua abordagem realista dos relacionamentos humanos do seu período, mas um realismo com humor. Boccacio não tencionava julgar ou mudar as coisas, nem era ateu, como se pode pensar por sua abordagem com o clero, era um homem de seu tempo e posição: um intelectual cético que estava e conhecia a roda de poder demais para levá -lá demasiadamente a sério. Ele acreditava que os humanos são cheios de falhas, mas a misericórdia divina era grande o suficiente para perdoá-los. Nisso resultou os contos satiricos de Decamerron.
A escrita de boccacio é leve e ágil, seu texto é bem progressista para seu tempo. A abordagem engraçada permite que seu traço realista em temas como sexo e fé não caiam na grosseria.
A antologia é simplesmente maravilhosa. Destaco os contos de Ciapelleto de Pratto, Peronella e Natan do Catai.

underlou 30/01/2022

O "Decameron", de Giovanni Boccaccio, é descrito pela edição da Cosac Naify como uma obra fundadora de uma tradição. O conto, no caso, ganha aqui uma faceta de gênero de passatempo (assemelhando-se às narrativas orais) para alguns rapazes e moças que no final da idade média fugiram da peste negra e passaram dez dias a narrar histórias uns para os outros.

Particularmente, a leitura me mostrou exatamente isto: é um livro divertido, com histórias literalmente bem ilustradas, mas não chega a ser, a despeito do seu inquestionável valor histórico-literário, uma obra-prima; mas confesso que senti apreço pela escrita sutil ao falar sobre sexo, por exemplo, com a qual dá para estabelecer uma espécie de comparação anacrônica com a literatura moderna que versa sobre o mesmo tema.

Das novelas selecionadas para esse volume, destaco ainda ao menos três que se sobressaem por sua inventividade: novelas de Masetto, da Lamporecchio e de Nastagio Degli Onesti.

Marconi Moura 08/01/2022

8,5
Os 100 contos originais foram escritos entre 1349 e 1353, logo após a peste negra de 1348. Já sinalizando a saída da "Idade das Trevas" e o caminho para a Renascença. Incrível viagem no tempo! Edição caprichada da Cosac Naify,  lindamente ilustrado por Alex Cerneny com aquarelas, e os ornamentos foram desenhados de improviso diretamente sobre as provas de revisão. A seleção e a tradução são do gabaritado Maurício Santana Dias. Mais uma jóia garimpadas nos sebos.

@Marverosa 03/09/2021

Mais histórico e divertido que nutricional
Reconheço o caráter literário, histórico, a crítica do livro na época e a importância dos contos neste contexto.
Entretanto, em termos narrativos, não é uma leitura lá complexa, são contos divertidos, porém nada excepcionais.
Vale por ser um clássico, para entender o contexto histórico e para divertimento.
O livro é bem bonito no simbolismo, beleza e divertimento também através das ilustrações e desenhos.

Bel 313 24/05/2021

De fato um grande clássico
A edição que li foi a da editora Abril, lançada na década de 70, com o texto integral; e o impulso que fez com que eu tirasse da lista de desejos e efetivamente lesse este clássico italiano foi justamente a pandemia de Covid-19, assim como os personagens procuraram suportar por meio da narração das 100 histórias, contadas de 10 em 10 durante duas semanas eu também resolvi ler para espantar o pesar e a melancolia e me manter a salvo da mortandade.

De fato é impressionante como a despeito do tempo e do espaço que nos separa da narração muitos temas são extremamente atuais, incluindo nisso a forma das pessoas lidarem com pandemias.

Senti a leitura um tanto vagarosa, mas isso se explica pelo fato da tradução já ter mais de quarenta anos e o texto em si ter lá suas dificuldades inerentes às diferenças culturais. Posto isso de lado as histórias presentes nessa obra são em sua maioria divertidíssimas, e mesmo as que são tristes tem o seu encanto.

GNV 27/03/2021

Atual
Novelas tão antigas e ao mesmo tempo tão atuais. Um clássico que faz jus a sua fama.

Marcelo H S Picoli 15/03/2021

Famosa obra do Renascimento italiano
A obra, do século XIV, aborda temas principalmente relacionados à traição, envolvendo personagens religiosos, na maior parte dos casos.
Decameron é uma crítica apimentada aos padrões da época (e até hoje).