Craotchky 08/02/2020Sobre romances policiais(O que se segue são apenas divagações sobre romances policiais.)
Dizem por aí que os romances policiais podem ser comparados com um jogo. Dois jogadores participam: o(a) autor(a) e o(a) leitor(a). O(A) autor(a) vencerá se conseguir manter velada a solução do mistério até o momento da revelação, enquanto o(a) leitor(a) triunfará se solucionar o caso antes de sua elucidação. O que acontece comigo é que me eximo de tomar parte neste game e talvez por isso não aprecio tanto livros desse gênero. Neste contexto...
acho que há dois tipos de leitores de romances policiais: o tipo que adora tentar desvendar o mistério antes da revelação e se empenha mentalmente para isso desde o início da leitura (caso de minha mãe que praticamente só lê esse gênero de literatura), e o outro tipo que não tem como objetivo desvendar o mistério e lê o livro pela história em si (meu caso). Será por isso que romances policiais não me apetecem muito? O gênero não exerce grande atração em mim. Ao menos não lembro de já ter achado um romance policial ruim. Nem amo nem odeio, em suma.
Entretanto, entre setembro de 2018 e setembro de 2019 acabei lendo a obra completa de Sherlock Holmes e gostei muito (Há anos eu tinha fácil acesso aos livros pois minha mãe possui o box da Nova Fronteira. Box muito bom, aliás). Simplesmente acho difícil não gostar de alguma história de Holmes. De Agatha Christie já havia lido dois livros embora vários anos já tenham virado passado de lá pra cá: O assassinato no expresso do oriente e O natal de Poirot. Portanto, Convite para um homicídio foi o terceiro da autora que li e o primeiro protagonizado por Miss Marple.
O livro traz um plot muito instigante: Certa manhã, no jornal local Gazette, um estranho anúncio pega de surpresa os moradores: trata-se de um convite para um homicídio. Muitos comparecem curiosos achando tratar-se de alguma brincadeira. Porém um homicídio de fato acontece. A partir disso desenrola-se toda a obra. Os personagens (suspeitos) são muitos e a trama fica cada vez mais robusta à medida que o livro avança, de modo tal que eu jamais tive a mínima ideia da solução do crime, pois, como já disse, sequer entro na leitura pensando em desvendar o mistério.
O livro realmente é intrigante e o enredo se torna bem volumoso conforme avança. O desfecho é um tanto inesperado. Fico sempre bastante impressionado com a criatividade dos(as) autores(as) deste gênero. Haja raciocínio para tecer essas tramas extremamente elaboradas! Esta obra é muito bem tramada e dificilmente o leitor não ficará preso em suas teias.
Miss Marple se mostrou uma velhinha bastante simpática e sagaz, entretanto penso que Hércule Poirot é bem mais cativante
modus operandi; além disso gosto mais das histórias de Sir Conan Doyle do que de Agatha Christie. Sei lá, não sei bem explicar, mas acho as histórias de Holmes mais elegantes, sobretudo quanto a escrita mesmo.
CURIOSIDADES
Em 2015 o site oficial da escritora promoveu uma pesquisa mundial onde os(as) fãs de Agatha podiam escolher seu livro favorito. Contando com mais de 15 mil votos de leitores de mais de 100 países os três livros mais votados foram: Terceiro lugar: O assassinato de Roger Ackroyd (8% dos votos), segundo lugar: Assassinato no expresso do oriente (16% dos votos), e primeiro lugar: E não sobrou nenhum (21%dos votos). (O link para a fonte e a lista dos dez mais votados estará no final da resenha.)
Tal pesquisa me faz desejar algum dia desses ler O assassinato de Roger Ackroyd e E não sobrou nenhum. Quero ler ainda a autobiografia da escritora.
site:
https://www.taglivros.com/blog/os-10-melhores-livros-de-agatha-christie-segundo-seus-fas/