Mrs. Dalloway / Orlando

Mrs. Dalloway / Orlando Virginia Woolf




Resenhas - Mrs. Dalloway / Orlando


4 encontrados | exibindo 1 a 4


Jhonatan.Dias 24/05/2020

Fantástico
Virgínia Woolf criou uma personagem, baseado em sua amada Vita, que não só é intrigante no seu modo de agir, mas extremamente fantástico na maneira de pensar. Num mix de histórias reais e fictícias, Woolf conseguiu criar um mundo de Orlando onde coisas mágicas podem acontecer.
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morganarosana 21/02/2013

Mrs. Dalloway vai comprar flores
Exitem livros para serem livros em um fase certa da vida. Há momentos para algumas leituras, aquele momento em que o livro te dirá exatamente o que era pra ser dito, ou contado. Um livro também, pode guardar muito significados, que mudam, se transformam ou originam novos entendimentos a cada vez que os lemos. Algumas vezes lemos os livros, e outras é ele quem nos lê. (Este deve ser um quote de algum autor famoso, mas que não me lembro)
Este é exatamente o caso de Mrs. Dalloway.
Meu primeiro contato com Virginia foi na faculdade. Não, mentira. Foi antes disto, mas não foi muito feliz. Então vamos pular para a faculdade. Eu tinha curiosidade sobre esta autora há muito tempo já. E não era porque algum dos meus professores tenha citado alguma vez ela em aula.
Finalmente, no terceiro ano da minha faculdade - um ano bastante conturbado, com a Direção tomando conta e estressando metade de nossas vidas, onde não tínhamos hora pra voltar pra casa - me arrisquei a emprestar Orlando na biblioteca. Me lembro que fiquei pelo menos um mês às voltas com livro, tentando me guiar pela intrincada e complexa narrativa da autora. Mas o tom de realismo fantástico da obra me fascinou.
Depois de Orlando, não me aventurei mais pela autora. Até a deixei meio de escanteio depois de tanto tempo tentando conhecê-la. Mas o livro de fevereiro do Clube do Livro foi Mrs. Dalloway e eu voltei a me engalfinhar com Virginia novamente. Eu a amei, a odiei, me senti doente, me entristeci, fiquei muitas vezes confusa, com sono, desesperada. Alternadamente. Ou ao mesmo tempo. E agora depois de terminada a leitura não sei dizer exatamente se este foi o momento de ter lido este livro.
Woolf escreve em um fluxo de consciência. Descrições de cenários, misturam-se com pensamentos, impressões, recordações, sentimentos. É difícil acompanhar sua narrativa. É como quando você vai caminhando, perdida na vida, e quando percebe, já passou umas duas ou três quadras da rua onde você deveria virar e tem que voltar. (Eu faço muito isto, tá bom) Me senti assim com ela. Era Virginia caminhando para um lado, e a Débora perdida divagando para outro. Até que ela me chamava de volta e eu tinha que reler duas ou três páginas.
Acho que depois de toda esta descrição da minha relação com o livro, tenho que ao menos esclarecer do que se trata a história. Sem tentar simplificar demais vou tentar por aqui em algumas palavras o 'fio condutor' do livro.
Clarissa Dalloway, rica e sem preocupações, vai até a floricultura comprar flores para sua festa. No caminho até a loja encontra personagens e suas histórias vão se mesclando, se imbricando. Lembranças, memórias, impressões. Todas as quase duzentas páginas do livro compreendem um dia inteiro da vida de Dalloway. É considerada o Ulysses feminino. A medida que a história 'avança' o clima se torna mais pesado, mais sufocante, como disse a Luciana no fórum do clube. Não por situações constrangedoras ou dramática demais, mas pelo próprio seguimento da narrativa.
Há outro protagonista na história, digamos, é Septimus. Veterano da Primeira Grande Guerra - que é muito obliterada em favor da 'glamourização' da Segunda pelo cinema - e que foi ficando aos poucos mentalmente perturbado pelo horrores que viveu. O final do personagem é trágico, e parece um aviso do que viria a acontecer com a escritora alguns anos depois. (Quem não conhece a história, assista o filme As Horas, com as excelentes Julianne Moore, Meryl Streep e Nicole Kidman).
Este livro provoca diferentes sensações em cada um que o lê, uns se sentiram perdidos, outros se identificaram, outros gostaram de acompanhar Clarissa pelos caminhos de Londres. Me pergunto, o que vou sentir quando ler este livro mais tarde.

resenha originalmente publicada em: www.estranhomundinhoinsano.blogspot.com
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@fran_rodrigues_92 01/05/2020

Vamos falar sobre dias banais e Vamos falar sobre identidade?!
Leitura 2020
#16 1/2 #bookpen

Título: Mrs. Dalloway
Autor: Virgínia Woolf
Editora: Abril
Páginas: 190
1925

Mrs. Dalloway é um romance histórico que narra um dia de junho de 1923, na vida de Clarissa Dalloway, uma dama que vive em Londres pós-Primeira Guerra Mundial. É um dos romances mais famosos da autora.
Criado a partir de dois contos, Mrs. Dalloway in Bond Streed e o inacabado The Prime Minister, o romance mostra as preparações de Clarissa para uma festa que ela fará nessa noite. Com uma perspectiva interiorista de cada personagem (fluxo de consciência), a história passa pelo futuro e pelo passado no tempo e dentro e fora da mente dos personagens para construir uma imagem da vida de Clarissa e da sua estrutura social entreguerras. Foi incluído na lista dos 100 melhores livros do The Guardian em 2002 e da Time em 2005.

Tudo começa com a saída de Clarissa afim de comprar flores, a narrativa passa de forma bem descritiva tanto os pensamentos quanto as ações de Dalloway. A narrativa vai caminhando de personagem a personagem dando corpo a história. Um destes é Septimus, um ex-combatente da Primeira Guerra Mundial, que é a antítese de Clarissa. A construção do livro passa por Peter Walsh (antigo pretendendo de Clarissa), Rezia (esposa de Septimus), entre outros personagens.
Foi meu primeiro livro de Virgínia e o início foi um pouco difícil de acostumar com o estilo, e a narrativa chega a ser despreocupada até que nos deparamos com muitas questões problemáticas da sociedade e questionamentos existenciais. É um dia repleto de superficialidade na vida de uma mulher cujo propósito é dar festa para alegrar pessoas e um dia repleto de tormentos para um homem que está no limite ante as perturbações de seu passado. Além disso, Peter ainda demonstra sentimentos dúbios e de uma alma insaciável, mas que parece o mais lúcido e consciente da sociedade em que vive.
É um livro capaz de nos transportar para um época de reconstrucao mas também de mascarar os sentimentos reais para o bem da etiqueta.
"De certo modo, era aquilo um desastre dela própria, uma catástrofe sua. Era-lhe um castigo ver afundar e desaparecer aqui um homem, ali uma mulher, naquela profunda escuridão, enquanto ela era forçada a permanecer, ali, com seu vestido de gala."
#livros #literatura #leiaclassicos #virginiawoolf
*Sinopse adaptada

Leitura 2020
#16 2/2 #bookpen

Título: Orlando
Autor: Virgínia Woolf
Editora: Abril
Páginas: 220
1928

Orlando: Uma Biografia é um romance histórico e também semi-biográfico baseado em parte na vida da amante de Woolf, Vita Sackville-West, sendo importante na história da escrita das mulheres e estudos de gênero. O livro é narrado em uma versão satírica dos métodos convencionais dos historiadores.
Orlando é um jovem inglês que nasce na Inglaterra da Idade Moderna e, durante uma estada na Turquia, simplesmente acorda mulher. (Siiim!). Orlando é imortal e são barrados 350 anos de sua vida.
Faz-se perceber as ambiguidades da identidade feminina e masculina e suas relações com a condição humana. A transformação da personagem em mulher é vista como um acontecimento cotidiano, bem como seus amores.

Li o título logo após Mrs. Dalloway e pude apreciar a singularidade de cada obra. Orlando é considerada uma obra mais acessível, me pareceu mais fluída a leitura e ao mesmo tempo muito fantástica, tratando o sobrenatural como algo corriqueiro.
Há uma caracterização da época vivida, os 350 anos vividos por Orlando é descrito as etiquetas da época o que nos transporta para aquele momento histórico. Além de tudo, a sátira com a forma de escrita deixa a história leve mesmo a obra sendo um pouco maçante em algumas partes devido a necessidade de mostrar a imutabilidade de Orlando, que após passar por diferentes épocas continuava com os mesmos questionamentos. Nada de novo debaixo do sol, não é mesmo?!

"É melhor estar livre da ambição marcial, do amor ao poder e de todos os outros desejos varonis, desde que possamos fluir em toda a plenitude os mais sublimes arrebatamento do espírito, que são contemplação, solidão, amor. Graças a Deus que sou mulher."
#livros #literatura #leiaclassicos #virginiawoolf
*Sinopse adaptada da Wikipédia.
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luanaszalves 25/07/2022

Brilhante, mas não consegui me adaptar.
No final, acabei não gostando de Orlando como um todo, mas alguns elementos específicos me fizeram dar 3 estrelas para o livro. A construção da personagem Orlando é muito boa, traz uma reflexão muito profunda sobre as diversas fases da vida e sobre como as pessoas mudam, seja pelo efeito do tempo e do amadurecimento ou seja pela influência de crenças, costumes e símbolos externos de uma época determinada. Outro tópico que me cativou muito foi a reflexão sobre a mudança de gênero de Orlando e todos os pensamentos e realizações que ela teve após a mudança. Achei particularmente incrível o modo como a autora incorporou na personagem pensamentos que refletiam tanto as concepções e estereótipos da época acerta do sexo feminino quanto do sexo masculino. Sem dúvidas Virginia Woolf foi uma autora brilhante, que descreveu muito bem as diversas épocas e comportamentos presentes nesse livro. (uma pena que eu não tenha me adaptado tão bem com a escrita dela :(
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