@fran_rodrigues_92 01/05/2020Vamos falar sobre dias banais e Vamos falar sobre identidade?!Leitura 2020
#16 1/2 #bookpen
Título: Mrs. Dalloway
Autor: Virgínia Woolf
Editora: Abril
Páginas: 190
1925
Mrs. Dalloway é um romance histórico que narra um dia de junho de 1923, na vida de Clarissa Dalloway, uma dama que vive em Londres pós-Primeira Guerra Mundial. É um dos romances mais famosos da autora.
Criado a partir de dois contos, Mrs. Dalloway in Bond Streed e o inacabado The Prime Minister, o romance mostra as preparações de Clarissa para uma festa que ela fará nessa noite. Com uma perspectiva interiorista de cada personagem (fluxo de consciência), a história passa pelo futuro e pelo passado no tempo e dentro e fora da mente dos personagens para construir uma imagem da vida de Clarissa e da sua estrutura social entreguerras. Foi incluído na lista dos 100 melhores livros do The Guardian em 2002 e da Time em 2005.
Tudo começa com a saída de Clarissa afim de comprar flores, a narrativa passa de forma bem descritiva tanto os pensamentos quanto as ações de Dalloway. A narrativa vai caminhando de personagem a personagem dando corpo a história. Um destes é Septimus, um ex-combatente da Primeira Guerra Mundial, que é a antítese de Clarissa. A construção do livro passa por Peter Walsh (antigo pretendendo de Clarissa), Rezia (esposa de Septimus), entre outros personagens.
Foi meu primeiro livro de Virgínia e o início foi um pouco difícil de acostumar com o estilo, e a narrativa chega a ser despreocupada até que nos deparamos com muitas questões problemáticas da sociedade e questionamentos existenciais. É um dia repleto de superficialidade na vida de uma mulher cujo propósito é dar festa para alegrar pessoas e um dia repleto de tormentos para um homem que está no limite ante as perturbações de seu passado. Além disso, Peter ainda demonstra sentimentos dúbios e de uma alma insaciável, mas que parece o mais lúcido e consciente da sociedade em que vive.
É um livro capaz de nos transportar para um época de reconstrucao mas também de mascarar os sentimentos reais para o bem da etiqueta.
"De certo modo, era aquilo um desastre dela própria, uma catástrofe sua. Era-lhe um castigo ver afundar e desaparecer aqui um homem, ali uma mulher, naquela profunda escuridão, enquanto ela era forçada a permanecer, ali, com seu vestido de gala."
#livros #literatura #leiaclassicos #virginiawoolf
*Sinopse adaptada
Leitura 2020
#16 2/2 #bookpen
Título: Orlando
Autor: Virgínia Woolf
Editora: Abril
Páginas: 220
1928
Orlando: Uma Biografia é um romance histórico e também semi-biográfico baseado em parte na vida da amante de Woolf, Vita Sackville-West, sendo importante na história da escrita das mulheres e estudos de gênero. O livro é narrado em uma versão satírica dos métodos convencionais dos historiadores.
Orlando é um jovem inglês que nasce na Inglaterra da Idade Moderna e, durante uma estada na Turquia, simplesmente acorda mulher. (Siiim!). Orlando é imortal e são barrados 350 anos de sua vida.
Faz-se perceber as ambiguidades da identidade feminina e masculina e suas relações com a condição humana. A transformação da personagem em mulher é vista como um acontecimento cotidiano, bem como seus amores.
Li o título logo após Mrs. Dalloway e pude apreciar a singularidade de cada obra. Orlando é considerada uma obra mais acessível, me pareceu mais fluída a leitura e ao mesmo tempo muito fantástica, tratando o sobrenatural como algo corriqueiro.
Há uma caracterização da época vivida, os 350 anos vividos por Orlando é descrito as etiquetas da época o que nos transporta para aquele momento histórico. Além de tudo, a sátira com a forma de escrita deixa a história leve mesmo a obra sendo um pouco maçante em algumas partes devido a necessidade de mostrar a imutabilidade de Orlando, que após passar por diferentes épocas continuava com os mesmos questionamentos. Nada de novo debaixo do sol, não é mesmo?!
"É melhor estar livre da ambição marcial, do amor ao poder e de todos os outros desejos varonis, desde que possamos fluir em toda a plenitude os mais sublimes arrebatamento do espírito, que são contemplação, solidão, amor. Graças a Deus que sou mulher."
#livros #literatura #leiaclassicos #virginiawoolf
*Sinopse adaptada da Wikipédia.