César Belardi 21/06/2020
Episódio IX.
Há algum tempo preparei um texto para Star Wars. Foi um pouco de redenção, um pouco de descoberta pessoal, mas, sem dúvida, plenamente uma declaração de afeto a todo esse universo.
Pensando apenas no último episódio da saga, considerei todas as discussões, infinitas, sobre a lógica e coerência desse capítulo em relação a tudo o que se passou anteriormente... nos últimos 40 anos. Vamos concordar que é bastante difícil manter tamanha coerência nesse intervalo de tempo. Muitos dos fãs não eram nascidos quando Star Wars começou.
Então, partindo do filme e da sua novelização (que indica ser uma "versão expandida"), já nos deparamos com a inevitável comparação entre qual dos dois é melhor... e é aqui que a "expansão" faz um pouco mais de sentido. Muitas das dúvidas que ficaram no filme são explicadas, mesmo que superficialmente. A autora parece conversar com o leitor, de fã para fã, sobre algumas dessas questões. Considerei um ato de carinho com a saga e com o leitor.
E aproveitei a oportunidade de ler um livro como não fazia há muito tempo: li junto com o filme! Pois é, coisa de Nerd, desocupado, doido... fique à vontade. Porém, pode ter certeza que é uma experiência única. Pode até chamar de multimídia ou transmídia ou convergência ou o que quer que te agrade. O fato é que dificilmente você esquecerá algo sobre a obra, e vai abrir sua visão para muitas outras possibilidades do enredo que, talvez, poderiam passar desapercebidos.
O idioma pode ser um empecilho. Tenho certeza que em algum momento, quando entendermos o que significa o "novo normal" ao qual tantos se referem, teremos uma edição bem traduzida. É Star Wars!
A cada capítulo é possível perceber como as versões da história se ajustam - e se explicam melhor - na edição do filme e no próprio livro. As ações adicionais do livro surgem naturalmente, completando as imagens, quase fazendo ouvir a música. Só tome cuidado para não desistir logo no começo, porque o primeiro capítulo é bem diferente do filme, mas faz todo o sentido.
É claro que este exercício não vai fazer o filme melhor ou pior para você. Isso é questão de gosto. Eu mesmo tenho minhas ressalvas para "Ascenção", e são muitas, mas é uma maneira de baixar o ritmo acelerado de alguns momentos e aproveitar o que está acontecendo com os personagens, o que pensam e saborear alguns detalhes da nova geração de Star Wars que está por aqui. Rae Carson respeitou muito tudo isso.
Estou curioso pela quadrinização...