Resenhas - Céu, Azul Céu

Bruna.Bookstagram 01/08/2021

Maravilhoso
?Minha cor favorita é azul, mas não é qualquer azul. É o azul que reflete nos seus olhos.?

Clara retornou à sua cidade Natal depois de um glaucoma dar fim à sua visão. Ela reencontra George, seu melhor amigo de infância. Clara precisa reaprender a viver com certas dificuldades e a se aceitar. George durante toda a história, tenta ajudá-la a entender que ela pode ter tudo o que quiser, que não precisa se contentar com restos.

A abordagem da autora sobre o sentimento de Clara sobre como ela precisa viver com aquilo e apenas enxergar uma escuridão, é emocionante. Em certos momentos, conseguimos até esquecer que ela é cega por causa de George. Todo o amor e carinho que ela é recebida pela família e amigos é algo extremamente sensível e solidário. A busca do amor próprio depois de um problema desse é instigante e te prender até o final do livro.

Ana Lícia - @livroedelirio 29/04/2021

Sabe quando você sente nostalgia em relação a um lugar que você nunca foi? Senti isso com esse livro. Céu, azul céu se passa em Garopaba, uma cidade litorânea de Santa Catarina, e isso me deixou com o coração quentinho. Entretanto, esse sentimento de déjà-vu não foi o que mais me prendeu na história, mas sim os personagens e a delicadeza que a autora abordou sobre o glaucoma.
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Nesse livro, a nossa protagonista, Clara, perde a visão do dia para a noite decorrente do glaucoma. Consequente a isso, ela precisa deixar a cidade em que mora e voltar para a casa dos seus avós, em Garopaba. É nesse cenário que a protagonista se vê frustrada. Clara, que era independente, agora se sente presa, e tomou para si a verdade de que as pessoas irão sentir dó e pena dela.
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Entretanto, o que ela não sabia era que os seus amigos da época do colégio, George, Enzo e Bravo, não iriam deixá-la sozinha. Clara se via muito insegura em relação a si mesma e às vezes acabava afastando as pessoas ao seu redor, mas os seus amigos estavam lá independente de qualquer coisa.
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Achei muito linda toda a relação dos personagens, a força que cada um dava para o próximo e a maneira que o glaucoma foi abordado. Sério, eu amei todos os personagens (menos um, sem spoiler). A autora possui uma escrita muito fluida, então o desenvolvimento ocorreu de maneira natural e rápida. Ademais compreendi todas as angústias da protagonista, foi impossível não se sensibilizar por ela e não criar uma empatia enorme em relação aos seus sentimentos.
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O livro não traz somente uma linda história de superação, mas também aborda de forma delicada a importância da amizade e a problematização do preconceito e capacitismo. Foi a primeira história sobre esse tema que eu li e eu amei muito, recomendo.

Bela 07/09/2020

Superação e auto descoberta
Clara é uma jovem de vinte oito anos que perdeu a visão para o glaucoma. E, esta nova condição muda a sua vida por completo. Ela que era uma mulher independente, deixou a cidadezinha em que nasceu para cursar a faculdade de letras e conquistou o seu lugar no mundo, se vê perdida e dependente outra vez, tendo que reaprender a fazer as coisas mais simples da vida, como andar. Por isso, ela acaba tendo de voltar à casa de seus avós, Dona Genair e seu Osvaldo, na pequena cidade Garopaba.

"O melhor das crianças era que algumas palavras tão difíceis para os adultos, eram simples, sem peso. Estavam ali, fora do dicionário e era apenas isso. Não existia uma mulher cega, mas apenas uma mulher. E pela primeira vez desde que foi atingida pela glaucoma, Clara sentiu que podia ser quem quisesse."

Retornar à sua cidade natal lhe traz uma sensação de retrocesso e frustração. Ela não sabe ao certo como perceber o mundo sem a visão. Ela assumiu como verdade para si mesma que todos irão sentir pena dela, a garota que achou que poderia ter uma vida bem sucedida, e ao mesmo tempo em que odeia esta ideia, não consegue acreditar que alguém possa ter uma perspectiva diferente ao seu respeito. Porém, ao chegar em Garopaba ela encontra os seus velhos amigos, George, Enzo e Bravo, pessoas que ela deixou para trás em busca de seus sonhos, mas que ainda torcem por sua felicidade e estão dispostas a ajudá-la neste momento de redescobrimentos, se ela deixar.

"A imagem gravada para sempre mostrava como as luzes dos postes caiam sobre os seus ombros, iluminando o tom de seus cabelos, deixando as sombras deles tão próximas. Mostrava a escuridão do mar ao fim da rua e como a espuma das ondas delineava linhas brancas em contraste. Não podia transmitir o som do coração dos dois, mas destacava eles, como duas estrelas cadentes que caíram no mesmo barco."

Eu amei esta leitura, a Francine me encantou com sua escrita tão delicada e sensível, seja ao tratar os sentimentos dos personagens ou ao descrever uma cena. É maravilhoso acompanhar a carreira dela e observar e o tanto que ela têm evoluído como escritora. Céu, Azul Céu é um livro lindo, não só pela sua história de amor e superação mas pela forma como seu enredo foi escrito e conduzido. Eu amei cada frase e espero que muitas pessoas possam lê-lo e se apaixonar pela maneira como Clara redescobriu a sua vida, como ela aprendeu a perceber o mundo outra vez, vencendo o medo pelo desconhecido, se deixando amar e ser amada e se permitindo viver. O clima natalino está presente como plano de fundo e contribui ao trazer um pouco de sua magia para a trama, apesar de não ter grande destaque na história. Recomendo a leitura!

"No vento úmido e quente, salpicando o rosto de Clara, ela tentava em sua mente dar a desculpa perfeita para tantas despedidas. As que foram e as que viriam, como uma criança procurando entender quando os mortos viravam estrelas."

site: https://www.sigolendo.com.br/

Cíntia Costa 26/12/2019

Muito amorzinho
Clara vai ter uma reviravolta, algo que acontece com ela e que mudará sua vida para sempre. Esse fato fará com que ela tenha que ir para a casa de seus avós na cidade em que viveu sua infância. Lá, encontrará o grande amor de sua vida, seus amigos, e os traumas familiares. Superação, preconceito, tudo isso você encontra nesse conto que é ambientado no clima natalino. Mas o foco do livro não é o Natal.