Paulo 13/08/2023
Vini. Vidi. Vici.
Esta é a segunda biografia escrita por Philip Freeman que leio, a primeira sendo a de Alexandre, o Grande. Ambas me agradaram muito pelo estilo de escrita, que é instigante, fluída, e que, por conta da grandeza dos biografados, faz parecer simultaneamente uma narrativa de literatura fantástica e uma história real. Neste caso, é talvez a melhor biografia que li até agora.
A história aqui contada nos mostra a vida política e militar de Júlio César, dois eixos que ele conduziu com mestria e que garantiram a ele a fama que perdura milênios. Ao contar sua ascensão politico-militar, Freeman nos deixa ver com detalhes o gênio por trás do nome, a personalidade forte, a perspicácia e a ousadia que impressionou mesmo seus mais declarados inimigos, que não foram poucos.
A mim particularmente me impressionou as batalhas que César e seus homens enfrentaram em guerra. Na maioria, senão em todas, vemos um comandante em menor número que o inimigo, quase sempre em situações das mais adversas e em desvantagens que fariam qualquer um acreditar na iminente derrota. Mas César parecia ter uma energia inesgotável para enxergar uma saída nas situações mais impossíveis. Sua visão militar, aliada à sua personalidade ousada e astuta, o levava a arriscar e conduzir planos dos mais inacreditáveis, que pegavam seus inimigos de surpresa e que transformava uma causa já quase perdida em uma vitória inquestionável. Quem gosta de histórias de reviravoltas não vai deixar de se impressionar com os relatos desta jornada.
Mas, claro, como toda biografia esta mostra um homem de seu tempo, com suas virtudes e defeitos, como todos nós. Um gênio, mas também um tirano; um homem que agia com clemência muitas das vezes, mas por interesses próprios. Enfim, por melhor que seja uma biografia nunca saberíamos em detalhe o que realmente se deu em todas as suas complexidades. Atualmente seria inútil queremos justificar ou reprovar quaisquer atos passados. A história está escrita.