The Third Life of Grange Copeland

The Third Life of Grange Copeland Alice Walker




Resenhas - The Third Life of Grange Copeland


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bobbie 28/05/2020

Infelizmente, atual.
Este romance de estreia de Alice Walker (autora de A cor púrpura) é da segunda metade do século passado, porém sua temática é, infelizmente, atual: racismo institucionalizado, internalizado pelos próprios negros, em um ciclo perpétuo de autodepreciação e destruição, uma condenação à violência. Talvez os movimentos por direitos civis tenham contribuído - e muito - para, no mínimo, a libertação dos sentimentos de ódio contra si mesmo, embora pouco tenham feito para a evolução da sociedade como um todo no que diz respeito ao racismo, o que é lamentável e demonstra, ainda, o longo caminho que devemos percorrer como seres humanos. Esta é uma história de falta de oportunidades, de condenação a vidas miseráveis e cercadas por violência, a tal ponto que a violência, como resposta ao ódio e à depreciação externos, começa a partir de dentro de grupo que deveria se proteger. É uma história de autoestima nula, do oprimido que oprime aquele que está do seu lado, sofrendo os mesmos estigmas opressores que ele. História daquele que humilha e mata quem deveria amar porque jamais foi ensinado a amar a si próprio e o próprio semelhante. É uma história triste, que não tem final feliz e que, infelizmente, em plena terceira década do terceiro milênio, continua atual.
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Natália Tavares 01/06/2020

Alice Walker
****SPOILER ALERT****
Sinceramente não sei nem por onde começar essa resenha.
Bom, vou tentar chegar aos pés dessa obra maravilhosa. Esse é um romance que, como o título nos diz, conta três fases da vida de Grange Copeland, um homem negro vivendo no sul dos Estados Unidos por volta do final do século XIX a meados do século XX, e o livro narra todo o sofrimento, rancor, dor e amargura que o racismo pode causar em um ser humano e como é difícil aprender, ou não, a lidar com isso. O livro nos conta um pouco sobre a família Copeland durante três gerações que vivenciam e reproduzem diversas formas de violência física e psicológica, experiências de dominação, opressão, pobreza e inúmeras formas de misoginia; mas não quero contar muito, pois a surpresa e as reviravoltas fazem parte do enredo. Alice Walker consegue nos trazer uma narrativa delicadamente escrita apesar do peso de suas palavras. A história se desenrola deixando pequenos vazios que vão sendo preenchidos aos poucos e assim formando um quadro completo no final. É um livro difícil de se ler, parei diversas vezes por ter ficado sufocada com a dor das personagens, que passou a ser minha. Em alguns capítulos essa pausa foi imposta pela necessidade de desafogar um peso já insuportável em meu peito, e tudo saiu em forma de lágrimas descontroladas. Esse é um livro que marca ao mostrar como a literatura é importante para nos transportar a outros lugares e nos fazer vivenciar a pele de outras pessoas. Alice Walker é simplesmente brilhante! Consegui odiar e amar suas personagens que são fielmente humanas e, justamente por isso, completamente contraditórias. A terceira vida de Grange Copeland entrou para o top 10 de livros da minha vida sem sombra de dúvida, que livro essencial!
Essa leitura me trouxe muitas reflexões a respeito de minha própria vida, minha história e meus antepassados (como acreditamos conhecer nossos familiares, mas na verdade não sabemos das experiências pelas quais eles passaram durante a vida) e sobre a condição social da população negra, que ainda vivencia o preconceito e a angústia cotidianamente.
Eu ainda estava em dúvida se leria o livro ou não, por ter encontrado apenas sua versão em inglês, mas após ter lido apenas três páginas, a potência da história já havia me capturado completamente. Mesmo com a dificuldade em relação ao vocabulário, me esforcei para seguir em frente. Eu fiz a leitura completa do livro em inglês, o que foi um desafio pra mim, mas também, uma incrível experiência pessoal que me mostrou minha capacidade e me deixou muito orgulhosa de mim mesma por ter lido essas 288 páginas em uma língua na qual não sou fluente; Justamente por esse motivo, a leitura foi lenta, o que acabou sendo essencial, pois assim pude me envolver e apreciar os sentimentos por um tempo de leitura maior do que o meu habitual, assim sendo, criei laços profundos com a narrativa após ter passado 25 dias convivendo com suas personagens.


site: @queroafome
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