Canoff 08/05/2023
O melhor livro sobre Minimalismo que li.
O autor inicia seus escritos abordando como as tecnologias surgiram. Segundo ele, em 2004, o Facebook teve seu início e ele diz se lembrar dos amigos dedicando cada vez mais tempo ao thefacebook.com. Na época, ele diz que a proposta inicial do Facebook era proporcionar um site de relacionamentos(namoro) e um local que você pudesse encontrar seus amigos de universidade.
Outro ponto interessante é o intuito do Steve Jobs ao criar o primeiro iPhone. Segundo o autor, Jobs não tinha objetivo nenhum em criar um dispositivo altamente viciante. Isso se mostra ser tão verdade que, no evento de apresentação do primeiro iPhone, Steve Jobs diz que não tinha o intuito de abrir o código fonte do dispositivo, pois hackers tentariam manipular o sistema ao mesmo tempo em que os usuários necessitariam ligar para a emergência e isso dificultaria ou impossibilitaria o uso dessa nova tecnologia.
Outro ponto trazido pelo autor é a esquematização dos botões de curtir e marcar amigos em fotos. Segundo ele, as redes sociais se estruturam no núcleo vicioso caracterizados por dois pontos: a) reforço positivo intermitente, que trata dos feedbacks intermitentes e inesperados, recebidos pelo usuário em seus posts. O autor usa como exemplo o experimento com pombos de Michael Zeiler, onde pombos recebiam recompensas momentâneas ao bicar um mesmo botão. Segundo o autor, os usuários ficam presos às redes sociais, pois não sabem quando chegará um feedback em seus posts; b) Aprovação social: segundo o autor um dos pilares viciosos das redes sociais parte do usuário ao se sentir acolhido pelos demais. Um dos belos exemplos que intensifica este fato é a possibilidade de marcar amigos em um post. Segundo especialistas, quando um usuário recebe a notificação de que foi marcado em um post, seu senso de pertencimento social dispara e, automaticamente, ele se sente preso àquela pequena dose de dopamina disseminada pelas mídias sociais.
O livro também aborda os Amishs, uma comunidade que vive completamente afastada da civilização contemporânea e que possuí suas próprias regras e privilégios. O autor conversou com alguns amishs e eles dizem viver muito bem sem a presença massiva dos elementos tecnológicos. Não podemos dizer que eles rejeitam as tecnologias, pois, na verdade, o que ocorre é uma ponderação acerca das práticas tecnologias no meio social.
Outro grupo também citado pelo autor são os menonitas. A igreja Menonita é uma igreja que abomina toda distração e falta de comprometimento com o agora. O autor conheceu uma mulher chamada Laura e ela diz que não se incomoda nenhum pouco por não ter celular ou não usufruir de soluções tecnológicas. Na minha opinião, fica mais fácil se desvincular de práticas adictas quando não se tem acesso liberado a elas.
Após uma vasta e conclusiva explicação, Newport apresenta uma prática que ele chama de “faxina digital”. Ao decorrer do capítulo, ele explica como devemos fazer esta faxina e também, usa de muitos exemplos empíricos para embasar sua tese.
Posteriormente, é abordado a falta de solidão na vida dos mais jovens. Ao longo do capítulo, o autor usa de inúmeros exemplos, inclusive explica uma esquematização dada por Henry Thoreau, ao tentar explicar como os trabalhadores desempenham suas funções de forma exacerbada e não usufruem da vida com a mesma intensidade.
Simultaneamente, o autor utiliza do exemplo experienciado por Abraham Lincoln, assim que ele toma posse da presidência dos Estados Unidos. O autor explica que, no início do mandado de Abraham Lincoln o presidenciável lidou com problemas durante todo o seu mandato, fazendo com que ele não conseguisse ao menos um tempo sozinho. Um ponto muito interessante a salientar, é a ida do autor ao castelo onde Abraham Lincoln se hospedou e escreveu o manifesto que deu origem à proclamação dos EUA.
Posteriormente, o autor utiliza de várias pesquisas e artigos para conseguir fixar a ideia de que a escassez de solidão está causando distúrbios psíquicos nas gerações mais atuais. segundo pesquisas instauradas pelo The New York Times, é notório a equiparação problemática entre a ascensão do uso de mídias sociais com o desenvolvimento de distúrbios psíquicos nos adolescentes. Em vários momentos no livro, o autor deixa claro que a escassez de solidão é um dos principais problemas da sociedade contemporânea.
Alguns estudiosos dizem que se continuarmos com a mesma curva, poderemos preceder a ruína mental. O autor usa das considerações de vários pesquisadores para conseguir fixar a ideia empírica de que: quanto mais mídias sociais é utilizada, mais isolado e depressivo se torna o usuário. É um paradoxo relacional, pois, a princípio, as mídias sociais foram criadas para unir as pessoas.
Segundo o autor, as mídias sociais prejudica primariamente a saúde do nosso cérebro por nos distanciar de experiências offline. O autor usa de experimentos para discorrer sobre a naturalidade do cérebro em optar preferencialmente por diálogos simples. Foi descoberto através de pesquisa que o diálogo presencial é infinitamente mais interessantes que o online, pois, para o cérebro, é mais interessante desempenhar papéis empáticos e ter informações adicionais como as expressões faciais e completamento humano. Podemos resumir isso com a seguinte citação:
- - - - "O diálogo cara a cara é a atividade mais humana - e humanizadora - que realizamos. Totalmente presentes para o outro, aprendemos a ouvir. É a maneira de desenvolvermos empatia. É como experimentamos a alegria de sermos ouvidos, de sermos compreendidos."
O autor explica a importância de se submeter a caminhadas extensas. Segundo os registros literários de exemplos no mundo filosófico e comportamental (Nietzsche e Abraham Lincoln), realizar caminhadas proporciona disponibilidade ao cérebro para desempenhar atividades promissoras. Além disso tudo, o autor diz que caminhadas é uma excelente forma de causar tédio e solidão no cérebro e assim, fazer com que ele volte ao controle fisiológico.
Ao fim de alguns capítulos, o autor apresenta dicas práticas para desempenhar o ensinamento dito anteriormente. Isso é de extrema importância para o embasamento e aplicação das táticas passadas pelo livro. Sem essas práticas, os ensinamentos seriam muito vagos e o livro perderia grande parte da sua aplicabilidade.
O autor diz que há uma imensa diferença entre um diálogo presencial e uma conversa virtual, na qual ele dá o nome de conexão. O autor criou uma esquematização que trata as conversas virtuais (conexões) como uma válvula para desenvolver os diálogos verdadeiros. A isso, ele dá o nome de Comunicação Centrada em Diálogo. O autor propõe que as conexões sejam usadas como uma forma de evoluir genuinamente os diálogos reais.
O autor diz que é impossível fazer uma boa faxina digital se você não tentar descobrir quais atividades você aprecia. Posteriormente, o autor diz que é de suma importância que desenvolvemos habilidades manuais, pois ele diz que é indispensável que ocasionemos momentos de lazer de qualidade. A princípio, ele elenca atividades manuais, mas depois diz que abandonar a tecnologia nessa área é tornar suas possibilidades de lazer limitadas, pois, para que aprendemos uma nova habilidade, é de extrema valia que busquemos tutoriais no YouTube. A problematização incorre ao fato de usar as ferramentas tecnológicas como um complemento para atividades manuais de qualidade.
O livro estava caminhando muito bem até me deparar com o autor utilizando o pronome neutro para se referir. Estava demorando para o livro me desapontar em algum ponto. Além do autor devagar um pouco nas suas explicações, agora tenho o empecilho de lidar com o pronome neutro.
Ao longo da leitura o autor apresenta práticas para colocar em prova as táticas pelo passadas pela pauta. Meio essas práticas, o autor apresenta A Mídia Lenta. A mídia lenta nada mais é apreciar pausadamente conteúdos midiáticos, sejam eles: notícias, artigos, textos, livros. Infiltrar os assuntos que lhe interessam e também, escolher autoridades no assunto para que você não corra o risco de ficar desinformado por notícias midiáticas recém formuladas. O autor recomenda que ao surgir alguma pauta de seu interesse, usuário busque assiduamente pelas opiniões de colunistas que são confiáveis e que, muitas vezes, não aplique viés ideológico às matérias.
Há alguns pontos que são inviáveis desempenhar. O autor diz para pararmos de usar os botões de interação das redes sociais, pois assim, não estaríamos fortificando conexões artificiais e enfraquecendo os diálogos verdadeiros. Ele redige uma boa explicação para essa técnica, mas não me convenceu. Pode ser que a minha desintoxicação digital seja mais demorada por conta disso? Talvez! Só tenho como descobrir se o fizer.